Para os menos atentos ao mundo da comédia portuguesa, Pedro Durão pode ser um nome desconhecido, mas os seus créditos colocam-no na primeira linha de uma nova geração: guionista do 5 Para a Meia Noite e do revival do Cabaret da Coxa, escreveu para Sensivelmente Idiota — com quem partilha o podcast Traz Cerveja — e, mais recentemente, foi um dos protagonistas da primeira temporada de Roda Bota Fora, série de espectáculos de stand-up comedy que contou com a participação de NERVE, por exemplo.
À semelhança de Pedro Teixeira da Mota e Luís Franco-Bastos — dois nomes do humor português que escreveram sobre os seus favoritos em 2017 –, o Rimas e Batidas lançou o convite a Durão para mostrar a sua colheita deste ano.
[MELHOR ARTISTA NACIONAL] Conan Osiris
“Afirmou-se numa liga que era só dele e foi campeão. Marcou uma linguagem e criou o conceito neo-mitra-cigano-indie-afro-urban-roots-tudo. Que parece específico, mas fomos a ver e toda a gente o conhece no final deste ano.”
[MELHOR ARTISTA INTERNACIONAL] Rosalía
“Só conheci há pouco tempo, mas vou meter aqui a Rosalia. Eu até meto dinheiro nisto. Em 2020 vai ser mais conhecida que a Anitta.”
[MELHOR PRODUTOR NACIONAL] Razat
“Esta foi a categoria mais difícil porque eu acho que Portugal tem mais bons produtores per capita que todo o resto do mundo. Dava para meter aqui tanto nome que decidi dar este love ao Razat. Rest in peace.”
[MELHOR PRODUTOR INTERNACIONAL] Metro Boomin
“Esta é outra onde podia meter muitos, mas achei o NOT ALL HEROES WEAR CAPESuma obra infalível e também porque não queria dar esta categoria ao Ye.”
[MELHOR FAIXA NACIONAL] “Sendo Assim” de Sam The Kid
“Acho que nem é preciso explicar. Vou parafrasear ‘Tinha saudades do segundo verso’.”
[MELHOR FAIXA INTERNACIONAL] “Feel The Love” de Kids See Ghosts feat. Pusha T
“Pode não ser a melhor faixa mas é, de longe, a música que mais ouvi desde o Verão em que a G.O.O.D. Music decidiu vomitar álbuns ao fim-de-semana como eu vomito bifinhos com cogumelos no Cais. A participação do Pusha é flawless e o TRRRATATTATA quase desculpa o MAGA hat. Quase.”
[MELHOR DISCO NACIONAL] Inter-Missão de Mike El Nite
“O Deepak Looper estava destacado até o Miguel aparecer com isto. O facto de ter associada a si uma viagem visual e um conceito tão específico fez-me mudar de ideias. É o melhor álbum português do ano e arrisco até a dizer-me que é o 10000 anos depois entre Vénus e Marte deste século. Mas eu também posso estar sob o efeito de estupefacientes.”
[MELHOR DISCO INTERNACIONAL] Room 25 de Noname
“O Telefone já era óptimo. O Room 25 trouxe a densidade que eu queria e foi sem dúvida o álbum que ouvi mais este ano. Houve tantos que é quase injusto não meter mais 30 aqui. Mas o Rui Miguel Abreu apontou-me uma arma à cabeça e disse que só podia optar por um.”