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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 10/07/2023

Uma semana de novidades audiovisuais nos terrenos do hip hop e electrónica pela mão de Gonçalo Oliveira.

7 Dias, 7 Vídeos

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 10/07/2023

Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?

7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.


[AntsLive] “Ooh La La”

O inglês não tem segredos para AntsLive, mas o rapper britânico também arranha no francês e no espanhol para impressionar as donzelas com que se cruza nas suas viagens. No nosso caso, estávamos mais do que conquistados desde o momento em que escutámos Just A Matter Of Time, o seu álbum de estreia que tratou de nos manter bem entretidos no arranque de 2023 e revelou um MC que não só prima pelo enorme carisma, como faz condizer o appeal através de uma interessante jigajoga com as palavras. Felizmente, as suas contas para 2023 não se deixaram ficar por ali, e “Ooh La La” vem ajudar a prolongar o tempo de antena que AntsLive ganhou por estas bandas.


[Abhir] “BROWN BOY BOUNCE”

O título, o arranque e até mesmo a sonoridade deste “BROWN BOY BOUNCE” podem muito bem gerar equívoco, já que nos transportam facilmente para algo que poderia ser feito em solo norte-americano ou inglês. Abhir Rajesh Hathiramani tem ascendência indiana, é oriundo das Ilhas Canárias e está bem lançado no país nosso vizinho à boleia da sua “hard music for calm souls”, que é como quem diz: música urbana fortemente enraizada no trap e no r&b, capaz de tocar na alma mas também fazer mexer corpos com batidas frenéticas. É dentro deste último parâmetro que se encaixa a sua mais recente proposta, um single que facilmente consegue provocar a algazarra total caso alguém o largue numa pista de dança algures por esse mundo fora.


[Nippa] “Reverse”

Se Abhir tem bounce para fazer o chão tremer, Nippa terá certamente o swing necessário para fazer corpos derreterem e colarem-se uns nos outros. “Reverse” é um daqueles temas que um festival como o Afro Nation poderia muito bem ter utilizado como trunfo, mas Nippa só o lançou no final da última semana, já depois de concluído o festival de Portimão, e o seu catálogo anterior ainda não é propriamente dos mais ricos que por aí andam ao ponto de captar as atenções dos grandes palcos. Um nativo de Tottenham, o cantor tem vindo a conquistar também algum espaço por entre o público norte-americano e este seu novo single tem todos os condimentos necessários para deixar uma marca ainda maior do que a que consegui alcançar com os EPs Nippa e Not a Statistic, figurando-se logo à partida como um portentoso banger veraneano.


[venbee & Rudimental] “die young”

Já tínhamos dado conta da existência de venbee em Abril devido ao lançamento de “gutter”, mas há temas antecessores a esse que têm merecido a nossa escuta e só não por aqui passaram porque, admita-se, chegámos “tarde”. Apesar de jovem e da muito breve carreira, venbee já foi até apelidada de one hit wonder graças a um par de singles que lançou em 2022. É por isso normal que existam já outros nomes mais vincados dentro da indústria que estejam com os olhos postos nela e Rudimental é declaradamente um deles: a banda de Londres assume a produção deste “die young” e apresenta-se como um valioso co-sign para a cantora cujo verdadeiro nome é Erin Doyle.


[Daki Alem] “Fluent Stutter”

Para quem se tem vindo a apaixonar pelo projecto Paris Texas, a proposta que nos chega por parte dos gémeos Sammy e Johnny Bennett é, no mínimo, tentadora. A dupla de suéca, que responde por Daki Alem, está a dar cartaz dentro do círculo indie que hoje tem o hip hop como pedra basilar, embora altamente fundido com outros géneros, como a IDM e o punk. Lançado no início de Junho, Fluent Stutter é o título do mais recente EP do par e a sua faixa-título foi promovida ao estatuto de videoclipe durante a semana passada, com Ted Söderberg a conduzir uma espécie de film noir minimalista para o par.


[Tkay Maidza & Flume] “Silent Assassin”

Numa semana recheada de breves vídeos, o prémio de peça mais curta vai mesmo para Tkay Maidza e Flume, cujos destinos se voltaram a cruzar neste “Silent Assassin”. Os dois artistas australianos dão seguimento a uma série de colaborações com mais um tema, depois de terem contracenado em “Nights in December” e “Show Me the Money”. Depois de Last Year Was Weird, Vol. 3, 2023 pode ser o ano em que a MC volta aos lançamentos de maior porte e vem feita guerreira do deserto nos visuals assinados por Milo Lee, a condizer com a pujança da música em si, que segundo conta é inspirado na energia que já vimos emanar por parte de Busta Rhymes e Missy Elliott.


[Mick Jenkins] “Smoke Break-Dance” feat. JID (prod. Stoic)

Quem está mesmo a caminho de um novo disco é Mick Jenkins. Há dois anos sem um novo tema a solo desde que abordou o Elephant in the Room, o rapper de Chicago nunca deixou de estar presente e foi-nos possível escutar a sua voz numas poucas dezenas de faixas provenientes do catálogo de outros artistas. Agora veio bem acompanhado no regresso, já que tem JID ao seu lado em “Smoke Break-Dance”, single inaugural de The Patience, o álbum que se comprometeu a editar no dia 18 de Agosto.

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