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Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?
7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.
https://youtu.be/VBMeURx7_mk
[Oliver Malcolm] Oliver Malcolm Breaks Down “Helen”
Não tanto pela inovação mas mais pela forma imaculada como foi esculpido, o single de estreia de Oliver Malcolm, “Switched Up”, colocou-nos em estado de alerta para aquele que será o projecto musical a suceder a Billie Eilish na Darkroom, a nova montra de talento jovial da Interscope Records. À segunda investida, em “Helen”, tudo o que poderiam ser dúvidas quanto ao seu potencial rapidamente se dissiparam, face à originalidade da canção e à mestria com que toda a produção foi feita por si. Durante a semana passada, Malcolm mostrou em seis minutos os passos que deu para chegar ao resultado final, que tem tanto de The Clash como de Jai Paul num amplo leque de influências.
[C̶o̶r̶a̶ & ᴊᴀᴄᴋɪᴇ] “Gota”
C̶o̶r̶a̶ é aquele híbrido de canto e rap que tantos artistas tentam alcançar mas que se tem mostrado difícil de executar na perfeição durante uma sucessão de temas. “Gota” é o segundo tema original apresentado por Inês Trindade e o seu produtor, ᴊᴀᴄᴋɪᴇ, e sucede a “Porta da Frente”, a canção que acusou um sinal no radar do Rimas e Batidas e valeu à jovem de 19 uma curta e primeira entrevista.
[Silvestre] “Boa Noite”
Enclausurado em casa, longe das festas e dos DJ sets, Silvestre não perde o ânimo e mantém a boa disposição a que nos tem habituado nos seus vídeos e músicas. “Boa Noite” foi a faixa com que arrancou a sua última aparição no Boiler Room, criada a partir da secção rítmica de “I Am”, dos Little Computer People, e que ainda não tinha sido editada desde então. Também durante a quarentena obrigatória, o produtor lançou a primeira peça de merchandise da sua Padre Himalaya e está a ultimar os detalhes de uma compilação a ser lançada em breve pela sua label.
[CLBRKS & Morriarchi] “Sit Still”
Depois de terem estado em Lisboa e Sintra a rodar o videoclipe de “Bonito”, o seu penúltimo single, CLBRKS e Morriarchi voltam à carga com “Sit Still”. O tema faz parte de MICROWAVE COOKING 2000, um dos projectos mais aguardados deste ano por parte da Blah Records, que aterrou nas plataformas digitais na recta final do mês de Maio e nos deu a certeza de que CLBRKS é um nome a manter debaixo de olhos durante os próximos tempos, praticante daquele flow “arrastado” que tem sido colocado em prática no underground britânico por nomes como Dany Lover ou Trellion.
[MKULTRA] “Where’s Green Guy”
Se Eminem fosse um millennial e surgisse em cena numa linha cronológica pós-Odd Future e $UICIDEBOY$, este era provavelmente o equivalente ao que nos mostrou em 1999 com “My Name Is”. Rapper oriundo de Boston, Massachusetts, e recentemente afiliado ao colectivo Spider Gang, o nome de palco que adoptou, MKULTRA, recupera o projecto secreto da CIA que, durante o século passado, tentou desenvolver métodos para controlar a mente humana. “Where’s Green Guy” é o primeiro single do seu mais recente disco Green Guy, que junta batidas pujantes a rimas satíricas que brincam com alguns dos “podres” da sociedade em que nos inserimos.
https://youtu.be/awnP7dXgAj4
[UNALOON] “Throw Down Your Fears”
UNALOON é, também, Lil Bo Weep. São estes os dois projectos musicais de Winona Brooks, artista multidisciplinar de Adelaide, Austrália, cuja voz tem percorrido os territórios do hip hop lo-fi e da electrónica exploratória, constantemente influenciados por referências emo. “Throw Down Your Fears” é uma das inúmeras amostras que tem descarregado para o SoundCloud nos últimos cinco anos, uma aproximação aos universos de Björk ou FKA twigs, por parte da cantora que conta com dois álbuns editados.
[Wiki] Ao Vivo @ Boiler Room: Streaming From Isolation
Nunca nos pudemos queixar da regularidade com que a Boiler Room nos entrega novos conteúdos, uma plataforma que, apesar de já contar com uma década de vida, continua sem ter rivais à altura. Nesta época estranha que a humanidade atravessa, a emissora londrina respondeu à altura e redobrou os esforços, oferecendo-nos transmissões em directo a quase toda a hora recorrendo a alinhamentos de luxo. O concerto de Wiki foi um dos destaques da semana passada, que contou também com contribuições de gente como Four Tet, Shabaka Hutchings ou Dixon.
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