Um milhão de álbuns vendidos nos Estados Unidos da América: foi esta a marca que A Love Supreme, obra de John Coltrane, atingiu em 2021 para ter direito ao certificado de platina da RIAA — em 1970 já era ouro (500 mil), mas demorou mais de 50 anos até duplicar esse número.
Há algumas primeiras vezes neste feito: o lendário saxofonista estreia-se no campo dos platinados e dá à colheita das notas azuis da década de 60 essa mesma honra. Na semana passada, os seus filhos Ravi e Michelle receberam a placa pelas mãos de figuras da Verve e da Impulse!, “a casa que Trane ergueu”.
Esta obra-prima foi gravada em apenas uma sessão em 1964, contou, para além de Coltrane, com os préstimos de Elvin Jones (na bateria), McCoy Tyner (no piano) e Jimmy Garrison (no contrabaixo) e foi editado em 1965 — o líder morreria dois anos depois. O seu quarteto clássico faria, segundo se sabe, poucas apresentações de A Love Supreme — uma delas, captada em Seattle, foi disponibilizada este ano. Quem também deixou a sua marca nessa gravação foi outra lenda, Pharoah Sanders.
Em 2020, o português Ricardo Toscano homenageou o músico americano com um concerto na Culturgest. Recordem a entrevista e a reportagem aqui e aqui.