Dois dos mais inventivos artistas a surgirem na última década no vasto mapa musical ligado ao hip hop tuga, zé menos e Pedro, o Mau — que sempre procuraram extravasar fronteiras, quebrar cânones e padrões, construir híbridos singulares, explorar novas coordenadas sonoras — juntaram-se para um EP intitulado quatro partos, que será lançado a 24 de Maio pela Biruta.
O primeiro single, “arena”, é divulgado esta sexta-feira, 5 de Abril. Trata-se de uma canção política, que olha para como a falta de cuidado com os cravos — esse símbolo tão forte da democracia portuguesa — permitiu que forças populistas e radicais conquistassem fôlego e ascendessem na cadeia do poder. Escrita no rescaldo das eleições presidenciais de 2021, ganhou ainda maior relevância tendo em conta o momento político e social que hoje atravessamos.
Em entrevista conjunta ao Rimas e Batidas, os dois artistas naturais de Vila Nova de Gaia, que só se cruzaram nos últimos anos, levantam o véu deste auspicioso projecto conjunto que aí vem.
Como é que vocês se conhecem e começam a ter vontade de fazer alguma coisa em conjunto?
[Pedro, o Mau (PoM)] Foi um bocado depois de Pedro & o Lodo [2021] que nós falámos? Para ser honesto, não me lembro muito bem do início da interacção. Se calhar fui eu que falei contigo.
[zé menos (zm)] Foste! Eu estive aqui a gravar o Maior Major, algures em 2020, para o segundo As Irmãs Reúnem. Tu talvez me tivesses mandado uma mensagem a seguir a o chão do parque [2019], mas acho que nunca tínhamos falado mesmo. E eu tinha que mandar as pistas para ti — e mandei. E tu do nada disseste: “Desculpa lá, nunca te disse nada, mas não te convidei para isto porque gostava de te convidar para outra cena.” E depois não falámos durante algum tempo. No Verão de 2020, enviaste mensagem a propôr o EP. Para mim, desde puto que sempre tive um bocado o músculo de dizer que não a participações ou a cenas em conjunto, e lembro-me perfeitamente da proposta, de pensar “eu gosto disto”. Não era uma proposta super fechada, mas tu disseste-me que curtias que fizéssemos alguma coisa juntos e que me querias oferecer uma sonoridade que fosse uma segunda casa, um espaço para experimentar.
[PoM] É um bocado o que tento propor às pessoas com quem nunca trabalhei. Se nunca tiveste sítios onde experimentar essas coisas, comigo é o melhor espaço, porque eu provavelmente vou querer essas coisas que nunca experimentaste antes. As pessoas já estão a fazer a sua cena durante uma data de tempo e estão a dedicar atenção a fazer aquilo de que gostam, com a sua lógica, e se eu já sou um bocadinho conhecido por isso, ‘bora então usar essa fama toda e dar esse espaço para as pessoas se expressarem um bocadinho fora dos meios em que já estão mais habituados.
Como a proposta partiu de ti, pergunto-te o que é que conhecias da música do zé menos para quereres fazer este projecto e achares que fazia sentido.
[PoM] Na altura, havia o trabalho de Kap. Se não me engano, quando saiu o álbum do Keso, o KSX2016, por algum motivo eu acabei por ir dar ao trabalho do Kap. E à semelhança do que aconteceu com alguns nomes… Como devem imaginar, fui ouvindo com muita atenção nomes que eu não associava a nada, fui sempre tentando perceber, porque foi aquilo que fiz durante este tempo todo, tentar encontrar pessoas que me dessem o sinal que quereriam avariar um bocadinho. E, na altura, quando ouvi a cena de Kap, achei um bocado mais clássico. E lembro-me de comentar com alguém: “Este mano tem skill, mas tenho medo que ele não esteja nada para aqui virado.” E acabou por ficar ali um bocado em stand-by. Quando apareceu o chão do parque, e eu não sabia que era a mesma pessoa, só percebi passado algum tempo, pensei: “Ah, ok, mas faz todo o sentido, porque consigo ver uma espécie de fio condutor entre o que havia antigamente e o que está agora a acontecer.” Nitidamente, houve uma mudança da sonoridade, mas conseguia perceber. E foi aquele processo de ir ouvindo o álbum e perceber que era uma pessoa que tinha muito mais potencial do que aquilo que me tinha parecido à partida. E fui sempre falando com malta. O Irmãs, principalmente o 2, caiu ali num buraco esquisito. Acho que dei um passo maior do que a perna e quis trabalhar com demasiadas pessoas ao mesmo tempo, e esqueci-me completamente da logística que isso iria envolver. Muito sinceramente, quando comecei a perceber que as pessoas com quem eu realmente queria ter feito alguma coisa acabaram por ficar muito descuradas no bolo total — porque foram tantas coisas, tantas pessoas, tantas gravações, tive de enviar beats, as pessoas depois não queriam aqueles mas queriam outros, de repente já não sabia e estava a mandar os mesmos beats a quatro pessoas diferentes… Chegou a uma altura em que já estava saturado da situação toda. E a partir de certo ponto decidi que não ia falar com mais ninguém, porque não estava a dar a atenção que era suposto a cada pessoa; e estava a ter a sensação de que já estava a fazer as coisas… Então houve três ou quatro nomes que acabei por deixar em stand-by. Não vou nem fazer uma coisa mais ou menos, nem queimar esta ponte, que é mais importante ainda para mim. Preferia esperar e apresentar depois, como fiz ao zé, uma proposta, do que estar a meter mais nomes ali para o meio. Depois se calhar o zé ficava insatisfeito com as coisas que iriam aparecer.
[zm] Eu até acho que se tu me tivesses convidado para a compilação, conhecendo o meu padrão de resposta, provavelmente tinha dito que não [risos]. Só porque sou muito poupado com os meus versos. Se não for para um disco, tipicamente… Não é por mal.
[PoM] Mas na altura eu fiquei um bocado triste porque houve certos nomes que… Eu sei que tão cedo não vou fazer nenhum terceiro As Irmãs Reúnem e há certos nomes que eu gostava que tivessem ficado registados como pessoas que fizeram parte, e efectivamente fiquei com um bocado de pena. Mas, na verdade, felizmente, estou a conseguir reatar com essas pessoas que não entraram. E o zé é um excelente exemplo, porque ainda bem que não entraste. Assim não correu mal, e aquilo que veio a seguir foi melhor do que qualquer coisa que eu poderia ter feito para as Irmãs. E é muito mais adequado e interessante, da minha parte, aquilo que eu acabei por pôr na mesa, do que os beats que eu tinha na altura, que eram coisas muito mais duras de rap. E ainda bem que as coisas no final da história tiveram este decorrer porque foi o melhor resultado que poderia ter acabado por acontecer.
Como é que funcionou o processo criativo? Tu, Pedro, já tinhas instrumentais pensados para isto, ou também foste criando durante o trabalho conjunto?
[PoM] É uma mistura, mas havia para aí uns 15 ou mais instrumentais ao início. Basicamente, eram coisas de ALMA ATA que acabaram por nunca ser usadas e que depois foram alteradas e que já não se estavam a enquadrar em mais nada, mas eu gostava demasiado daquilo para, mais uma vez, meter tudo na gaveta — e cada vez mais tento não deixar coisas de que gosto mesmo na gaveta, e tento sempre falar com pessoas novas para as entregar. Foi uma mistura entre isso e coisas que eu fui fazendo na altura, que eu fiz sozinho ou com o Tomaz, o guitarrista de ALMA ATA, e vai desde coisas que já existiam há dois anos até outras que estavam a ser feitas naquela semana e que me pareciam super adequadas. A última faixa, por exemplo, é quase um dos primeiros sons de ALMA ATA, que depois levou uma reviravolta gigantesca e eu mandei ao zé, e depois ainda levou outra reviravolta.
[zm] Lembro-me de receber, no Verão de 2021, para aí uns três beats, o primeiro pacote, e um deles era este da “arena”. Estava já bastante parecido com aquilo que ficou, este foi dos beats que mudaram menos. A sensação que tenho de o ouvir pela primeira vez… Já era muito visual. Desses três, estava lá este, e os outros dois eram super experimentais. E eu disse: “Man, adorei isto, vou escrever, e se fizeres mais cinco disto, temos um EP!” Digo “disto” no sentido lato da cena, mas para explicar que queria esta vibe. E depois foi fixe porque o Pedro foi-me surpreendendo. Talvez no final de 2021 ele me tenha mandado mais dois ou três beats, no qual estava aquele que se tornaria na segunda faixa. Foram uns quantos pacotes. O que tem a história mais engraçada é o da “Canção de Embalar”, e eu lembro-me de o ouvir mas não me lembrava de ter reservado ao Pedro, e um dia estava a ouvir numa pasta que eu tinha e disse-lhe: “Man, tenho aqui este beat, eu escolhi-o, mas acho que nunca te disse!” E ele: “Pois, mas isso agora, acho que prometi isso a alguém.” E eu: “Porra, mas diz-me qualquer coisa se ele ficar vago, que gostava muito de o ter.” Fui tentando ouvir outros, estive quase para pegar em outros, mas a certa altura, há pouco mais de um ano, numa noite estava a tentar escrever a última malha do EP e recebo uma mensagem do Pedro a dizer: “Está livre, é teu.” Era esse beat da “Canção de Embalar”, e fiquei: “Uau!” No dia a seguir escrevi a música quase toda.
E pelo menos neste “arena” estás creditado como co-produtor. Ou seja, isso foi acontecendo ao longo dos vários temas ou foi só neste caso?
[zm] Há mais um em que eu sinta que possa dizer que houve co-produção da minha parte a nível instrumental. Neste foi porque, em Novembro, estive um fim-de-semana em casa do Pedro e estive a acompanhar o processo de ele pós-produzir, já com as minhas acapellas, e a tomar decisões sobre os beats e os arranjos, para discutirmos ideias. No fundo foi a produção dele após as gravações.
[PoM] E seria difícil dois produtores trabalharem sem existir propriamente uma colaboração. É uma linha muito ténue quando chegamos a uma altura em que existe um instrumental feito — nessa lógica também não seria só o meu instrumental, porque tem guitarras do Tomaz —, acaba por ser uma coisa muito mesclada, e estas sessões que foram feitas com o zé em minha casa para fechar as estruturas e a forma como a coisa iria ficar desenhada, é uma coisa em que sou eu que estou a mexer, mas é uma questão de pensar em conjunto, e seria difícil não considerar que estava a existir uma colaboração directa, principalmente quando são dois produtores, porque o raciocínio está muito a ser feito em conjunto.
[zm] Sem dúvida. Esta co-produção do “arena” é mais no sentido prático, porque eu toquei uma linha de baixo que entra na segunda parte da música. Trouxe para casa estas pistas de produção final, digamos, e senti que faltava uma linha de baixo. E tomei assim este tipo de decisões, toquei baixo numa outra música. E aquelas que considero que co-produzi foram aquelas em que tomei decisões mais com as mãos na massa.
Em termos mais conceptuais ou líricos, houve um ponto de partida? Ou foi acontecendo à medida que as canções foram nascendo?
[zm] Não houve nenhum ponto de partida. O que, para mim, até é um bocado estranho. E nessa fase eu estava a precisar de fazer um bocado as pazes com o processo criativo. Vinha de uma fase com muita auto-pressão, tanto d’o chão do parque, mas também do disco de Kap, Do Nada Nasce Tudo. E foram anos em que descobri muito sobre mim e desenvolvi-me muito artisticamente. Principalmente os anos d’o chão do parque, são anos muito especiais para sempre, mas também foram anos em que desenvolvi uma relação pouco saudável com fazer música, com a criação. E tentei abordar um bocado este convite do Pedro para me desconstruir, para me relaxar, para tirar pressão de cima dos meus ombros… Eu não tenho que decidir tudo, não tenho que fazer aqui 500 mil decisões, não tenho de ter um mega conceito. Prefiro ter uma relação fixe com fazer música do que fazer a música mais interessante e disruptiva de todos os tempos. Idealmente gostava de ter uma relação equilibrada ao ponto de me conseguir desafiar e fazer cenas que me estão a pôr desconfortável e ainda assim manter-me feliz a fazer música. Mas é um equilíbrio difícil, então encarei este exercício do Pedro como não tendo de tomar decisões directas sobre a música. O Pedro faz beats lindos que eu adorava fazer e que me são próximos. Eu sinto-os como se fossem meus, mas eles não são, e também não são aquilo que eu faria se abrisse o portátil.
[PoM] É Gaia, mano.
[zm] [Risos] Precisava da liberdade de não tomar estas decisões. Deixa-me só fazer músicas e fazer as músicas que tenho de fazer nestes anos. E foram anos estranhos e esquisitos. Ou seja, não houve um ponto de partida. A primeira música foi esta “arena”, e a tracklist vai ser pretty much a ordem cronológica de que as músicas foram feitas, porque soa fixe assim e também já estamos um bocado habituados a ouvir as malhas assim.
[PoM] Eu acho que o “arena” é o único que tem um conceito mais fechado. Os outros são perspectivas mais pessoais de coisas, e não tanto com um conceito de caixinha…
[zm] A outra que ficou mais redondinha de assunto até é capaz de ser o “Quadrado Azul”.
[PoM] Sim, mas é uma canção romântica, é mais ou menos sobre um desgosto, uma forma de lidar com uma coisa que possa ter acontecido… É um tema muito mais abrangente, muito mais genérico de música, em que as pessoas falam sobre sentirem-se frustradas com uma situação amorosa ou com uma relação pessoal qualquer.
[zm] Completamente. E é engraçado, nestes dias tenho estado a pensar sobre algumas coisas dos últimos quatro anos, e lembro-me perfeitamente de no Verão de 2020 — aquele primeiro Verão da COVID-19 — estar a fazer um balanço do que é que eu queria mudar na minha música — e isto foi antes de me convidares, Pedro —, e de estar a reflectir sobre que música é que me apetecia fazer naquele momento, por onde é que eu gostava de ir… E duas das coisas que me lembro de pensar era que queria afastar-me um bocadinho mais do rap, libertar-me da cena métrica e ir mais livre e leve em relação à cena cantada, descobrir-me a mim mais nessa camada… E o outro movimento era deixar entrar de forma proporcional àquilo que sinto que tenho na minha vida o meu discurso político, as minhas preocupações sociais, que são coisas sobre as quais passo tempo a falar com amigos e em casa, à mesa, com os meus pais. São coisas que fazem completamente parte da minha vida e que até então não estavam a furar praticamente aquilo que eu estava a escrever. Então, também tinha essa vontade. A “Canção de Embalar” também tem uns toques, mas a “arena” abriu completamente essa janela.
Foi um tema que escreveste no rescaldo das eleições presidenciais de 2021 e que mantém uma enorme actualidade.
[zm] Se calhar foi a infeliz coincidência ou acaso dos timings. A ideia de adorarmos falar dos cravos mas não adorarmos regá-los, nem mantê-los nem cuidá-los, e o que é que isso implica a nível de discurso público sobre as instituições, as pessoas que ocupam os cargos, a educação e imensas outras coisas, deste acto de cuidar dos cravos, que são o grande símbolo da nossa democracia. Essa ideia veio depois das presidenciais de 2021, em que o André Ventura ficou em terceiro lugar com uma grande percentagem e foi assim a primeira vez que aquilo que era o pesadelo de muitas pessoas, ou o cenário que menos queríamos ver a tornar-se realidade, se começou a materializar. E a maior parte das pessoas apercebeu-se de que era uma questão de tempo até as coisas mudarem de forma. Eu tinha essa ideia anotada, e depois no Verão o Pedro enviou os beats, e quando veio aquele comecei a trautear e acho que acidentalmente disse “Grândola, Vila Morena” e depois fui um bocado atrás dessa ideia.
E, lá está, não foi uma “infeliz coincidência” por ter sido uma evolução daquilo que já estavas a antecipar naquela altura.
[zm] Sim, tal como os resultados eleitorais deste ano não foram propriamente uma surpresa, acho que a música sairia em qualquer altura durante estes três anos que passaram e faria sempre sentido.
[PoM] Eu diria que até é o oposto de uma infeliz coincidência. É uma excelente coincidência, dentro do pior panorama que se pode ter. Porque se, na altura, estava no tempo certo; só apurou um bocadinho melhor entretanto. E se poderia haver pessoas na altura que diziam “hum, não percebo muito bem qual é a urgência de estarem a falar sobre isto”, neste momento…
[zm] Isso é verdade.
[PoM] Já dizem que é muito fácil de perceber o porquê de se estar a falar sobre isto, tiveram três anos para perceber, e agora ouçam lá porque tem que ser mesmo.
Houve também uma clara aposta em retratar bem visualmente este “arena”. Como foi pensar nisso?
[zm] Tipicamente, na minha vida, nos resultados estéticos, visuais, etc., é-me sempre mais fácil identificar o que eu não quero. Mas conheci o José Magro, um realizador que nunca tinha entrado no campo dos videoclipes, que está muito mais no cinema, e houve esta partilha de ideias. Eu adorava uma coisa muito simples. Pessoalmente tendo a gravitar à volta destas ideias de vídeos, é o que me interessa mais. São coisas que não estão propriamente a tentar disputar a atenção com a música. O vídeo é suporte e é assim que eu acho que ele deve viver. É a minha visão e são os meus princípios enquanto artista, é o papel que eu acho que o vídeo deve ter. E ele adorou. Às vezes o pessoal do vídeo, e eu percebo, quer fazer algo mais dinâmico ou com mais elementos, com mais planos ou cortes, mas ele adorou logo a cena de ser simples. E propôs-me, basicamente, a ideia como ela está e como ficou. E consegui pôr ali um pormenor importante.
Qual?
[zm] O Zé queria que um dos objectos fosse uma ferramenta de trabalho. Estávamos ali a discutir e eu lembrei-me — e agora vou remeter um bocado para o Kap de Do Nada Nasce Tudo, em que a única participação é o meu avô — que o meu avô tem uma história de um recluso. O meu avô foi voluntário em cadeias durante muito tempo e houve um recluso com que ele se cruzou, ainda na cadeia da relação do Porto, quando uma das grandes cadeias da região era ali nos Clérigos, e era um homem que era um pequeno delinquente mas estava sempre lá metido. E o meu avô encaminhou-o para ser sapateiro, conseguiu convencê-lo a formar-se, a aprender com uns gajos que sabiam. E ele chegou a ser sapateiro, o meu avô ajudou-o a arranjar uma banquinha para ele trabalhar na rua. Mas ele já tinha alguma idade, adoeceu, ficou com cancro e, um bocado às portas da morte, chamou o meu avô ao hospital e deu-lhe um embrulho em papel de jornal para ele abrir no dia em que ele morresse. Ele morreu, acho que o meu avô não se lembrou logo do embrulho, a certa altura lembrou-se dele na garagem, abriu-o e era o martelo de sapateiro desse homem. Então conseguimos incluir esse martelo no vídeo, achei que fazia sentido a nível simbólico.
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