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Texto: ReB Team
Fotografia: Queragura
Publicado a: 13/09/2023

Quando o beat vale mais que mil palavras.

TNT sobre “Por Vezes”: “Conta uma história de amor sem lugar nem tempo”

Texto: ReB Team
Fotografia: Queragura
Publicado a: 13/09/2023

“Por Vezes” é o novo single de TNT e antevê a chegada de um disco de instrumentais, Drums & 35s, que será editado esta sexta-feira, 15 de Setembro.

As batidas não são segredo nenhum para Daniel Freitas, que desde cedo se habituou a ensaiar rimas em cima das suas próprias composições musicais, criadas a partir da arte do sampling. Foi assim nos M.A.C. (o projecto que mantém com Kulpado) e na sua carreira a solo enquanto TNT, embora tenha também servido outros colegas nos seus respectivos trabalhos, com AMAURA, Tom Freakin’ Soyer, Silab & Jay Fella ou ORTEUM à cabeça.

Em 2021, o MC e produtor de Almada voltou a fazer-se notar em Sem Título, de M.A.C., mas volta agora em nome próprio quatro anos depois de Forever Young e num novo formato, despido de qualquer componente lírica. Inspirado por uma série de fotografias analógicas que tem tirado ao longo dos últimos anos em diferentes contextos, TNT parte para o seu próximo Drums & 35s apenas recorrendo a bombos, tarolas e melodias que lhe saem das mãos ou que pede emprestadas aos discos que encontra durante sessões de digging, bem como a vários pedaços de áudio que vai arquivando no telemóvel ou que sobram das muitas sessões de estúdio em que participa.

Apresentado em conjunto com um vídeo realizado por Rodrigo Santos e Gonçalo Sarzedas, “Por Vezes” foi o tema escolhido para antecipar o primeiro LP de instrumentais de TNT. O Rimas e Batidas aproveitou o momento para voltar a trocar algumas impressões com o artista veterano da Margem Sul.



Depois de vários trabalhos com voz, um disco de instrumentais. O que te fez apostar neste formato nesta fase da tua carreira?

O motivo foi nunca ter feito um disco instrumental. Sempre produzi beats mas sem predisposição para transformar esses beats em músicas. Quando faço beats é a pensar em rimas, minhas ou de alguém. Isso mudou com este trabalho. Estes instrumentais não foram feitos a pensar em rap, embora sejam “rimáveis”. Fazer este disco foi muito bom para mim criativamente, fez-me passar por todo um processo, trabalhar a paciência, testar e experimentar até chegar ao resultado final. Após quatro anos de interregno a solo, acho que é um recomeçar.

Na apresentação do Drums & 35s dizes que a inspiração veio de uma série de fotografias tiradas por ti. De que forma é que a música e a imagem se correlacionam neste projecto?

Sempre gostei de fotografia mas nunca me dediquei o suficiente. Entretanto o meu irmão ofereceu-me uma máquina fotográfica analógica estilo point and shoot, sem grandes truques. Tirei montes de fotografias nos últimos anos, à família, viagens, momentos na estrada e no estúdio. A determinada altura comecei a associar essas imagens aos samples que guardo enquanto faço digging, que depois utilizo nos beats. E com isso comecei a construir a banda sonora para a minha coleção de fotografias 35 mm. Foi esse o início do Drums & 35s.

“Por Vezes” foi o tema que escolheste para servir de apresentação ao disco, que sairá na totalidade na sexta-feira. O que te levou a optar por esta faixa enquanto single?

Esta foi a última música que fiz antes de fechar o alinhamento do disco. Talvez por isso tenha um significado especial. Conta uma história de amor sem lugar nem tempo, a ausência de alguém que amamos mas já só podemos ver em fotografias. Foi a única música para a qual imaginei um videoclipe. Contei com o Gonçalo Sarzedas e o Rodrigo Santos para materializar a ideia e o resultado está aí.

Sobre o álbum que está mesmo aí a chegar, o que nos podes adiantar antes de o podermos escutar na sua totalidade? São músicas que fizeste completamente sozinho ou houve aqui espaço para alguns convidados?

O disco foi pensado para ser ouvido de seguida, da primeira à última faixa. Fiz este disco completamente sozinho, à exceção de duas linhas de baixo tocadas pelo Francisco Santos. Na realidade participam imensas pessoas em pequenos samples espalhado pelos 12 temas que compõem o disco. Fui buscar muito material ao meu arquivo de gravações que tenho no estúdio. Outros samples são captações do quotidiano que vou fazendo com o meu telemóvel, os meus filhos a brincar, a minha avó, o amolador a passar, o cacilheiro, etc. Pequenos samples da minha vida, como as fotografias.


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