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Fotografia: Sebastião Santana
Publicado a: 17/11/2020

Um azar nunca vem só.

Tilt: “Torna-se difícil planear e explorar a música sem concertos”

Fotografia: Sebastião Santana
Publicado a: 17/11/2020

Tilt assinalou a ultima sexta-feira, dia 13 de Novembro, com um novo single. “Treze” abre o caminho próximo EP do rapper da Margem Sul e conta com Lupedigga na produção.

“Treze” é azar sobre azar, tendo em conta o ano atípico que todos atravessamos e que tanto tem atrapalhado os artistas na hora de decidir prazos e lançamentos de projectos. Mas não deixemos de ver o lado positivo: a recta final de 2020 está a mostrar-se bastante importante para o rapper que é um terço de ORTEUM, ele que inaugurou, ao lado de NERVE e Il-Brutto, o trio ESCALPE e levanta agora o véu que ainda cobre Espirro, o seu primeiro trabalho a solo desde Karrossel, Karma (2017).

A ser editado pela RAIA numa data ainda por definir, o curta-duração vai marcar a estreia de Tilt num projecto original, ele que vinha a recuperar batidas de outros artistas em discos anteriores. Lupedigga, Jackie (guitara) e Brodi (pós-produção e masterização) são os primeiros a dar o seu contributo no tema de avanço, cujo vídeo tem a assinatura de Sebastião Santana.



Uma recta final de 2020 atribulada, primeiro com ESCALPE e agora com o anúncio de um novo projecto a solo. Tens conseguido encontrar produtividade mesmo perante este actual cenário de pandemia?

Já tive várias fases durante a pandemia. Mas, no geral, tenho conseguido fazer qualquer coisa. Felizmente tenho estado ao lado de pessoal bastante talentoso e criativo que puxa por mim também, e isso ajuda-me muito.

Como é que surge a ideia para este “Treze”?

Eu já tinha tido essa ideia há uns tempos, fazer algo ligado à sexta-feira 13, associando a data ao azar, obviamente. E é possível que repita algo associado a esta data novamente. Logo vejo. Mas acerca deste som, o cenário era bem diferente: queria apenas lançar algo neste dia. E quando eu digo “algo”, seria mesmo uma coisa qualquer sem grande destaque, que até ponderei meter só no SoundCloud. Tinha a segunda quadra feita destinada para um beat meu, mas o Mike [aka Lupedigga] deu-me o toque para ouvir um beat dele e fez-se o clique. Foi aí que percebi o potencial do som, e que afinal queria dar-lhe destaque e metê-lo no EP. Passado uns dias tinha a letra feita. Rapidamente gravei com o Nero (que também fez a mix), ainda pedi umas guitarras do Jackie e depois tive a ajuda do meu irmão Brodi que trabalhou na pós-produção comigo e masterizou a faixa também.

E como chegaste até ao Mike ao ponto de colaborarem numa faixa? É uma parceria que vais explorar mais no futuro?

Eu já conheço e cobiço os beats do Mike há muito tempo. Ele é praticamente da minha zona e eu parei durante muito tempo na Quinta de S. Nicolau, e foi assim que nos conhecemos e começámos a partilhar ideias. Na verdade, tenho-o em mira como um produtor importante para o meu álbum a seguir ao álbum Besta, que devido à minha saída de COLÓNIA CALÚNIA estou a refazer com o Il-Brutto (ainda não foi desta, pessoal). Portanto é muito provável que ele trabalhe novamente comigo mais para a frente.

Levantas assim o véu ao Espirro, o teu próximo EP em nome próprio. Queres explicar este título?

Claro. Espirro é o título e o conceito do projecto, devido à forma como eu lido com a minha música. Vejo-a como um movimento involuntário e violento, de forma a eu expulsar as merdas. Esta ideia já tem uns anos. Claro que agora, neste contexto de pandemia, a coisa ganha uma dimensão mais engraçada. Hoje as pessoas têm medo de um espirro.

Será a tua estreia a solo num trabalho totalmente original. Veio alterar alguma coisa na forma como trabalhas?

Acho que a única diferença vai ser mesmo a mão do Brodi na pós-produção e masterização. De resto, é a equipa de sempre.

Que mais nos podes adiantar sobre o projecto? Já tens uma data de edição em mente ou alguns colaboradores confirmados que possas revelar?

Não tenho nenhuma data. E confesso que não pensei muito nisso sequer… Estou a fazer as cenas um pouco de improviso, neste momento. Acho que é essencialmente devido à pandemia. Torna-se difícil planear e explorar a música sem concertos. A nível de convidados, acho que tenho só a Cora, e os restantes são produtores: Mike, Pilha, Kilu, Jams e o Rob. Penso que seja isto.


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