[TEXTO] Alexandra Oliveira Matos [FOTO] Direitos Reservados
Gravou a letra de Capicua num instrumental de Kacetado em 2010. No dia 9 de Março de 2018, a cantora lançou o tema para “tentar abrir o apetite das pessoas”. Passaram oito anos e mais alguns desde que começámos a ouvir Tamin a trazer alma e calma ao boom bap de muitos rappers portugueses. “Tenho saudades desses tempos”, confessa Tamin Santos.
“Apaga a Luz” marca o regresso e a promessa do lançamento, “até ao verão”, de um EP a solo. O primeiro! “O Festival da Canção simplesmente acordou a vontade que tinha perdido de ter algo a solo”, explica ao contar que em 2010 já tinha seis temas prontos a lançar. “Sentia-me insegura em relação a eles”, frisa. A cantora está agora a melhorar essas canções com a ajuda de alguns músicos da sua banda, os Cais Sodré Funk Connection. “E vou ter temas novos de compositores incríveis”, assegura sem querer adiantar mais. “Pode dar azar”, ri. Conta, no entanto, que há oito anos “trabalhava imenso com o Kacetado, tinha muitos beats dele” e que era Capicua quem estava a escrever. “Amo a letra da Capicua”, sublinha. A gravação, desta música que Tamin ainda quer ver remisturada, aconteceu no estúdio de DJ Kronic, nesse ano. Sobre possíveis participações para este trabalho, Tamin diz que “não está nada alinhado”. Porém, o hip hop não está de fora e Tamin quer “definitivamente convidar alguém” desse universo. “Amo hip hop. Se eu soubesse rimar, rimava”, brinca.
Conhecemos bem e há bastante tempo o percurso de Tamin. Desde a mais recente “Soldadinho” de Capicua a outras tantas, muitas, mais antigas: “Bola de sabão” de Deau, “Tanto Tempo” da primeira mixtape dos Orelha Negra, “Eu quero” de Sensi, “O Sol a Bater” da mixtape Contra-Cultura de Valete, “Aqui & Agora” de Black Mastah, “A Música Certa” na mixtape Rusga Diggin’ nos Arkivos de Skunk (Kacetado) com Bob da Rage Sense e Sir Scratch. Porém, a grande maioria dos portugueses ficou a conhecê-la na segunda semi-final do Festival da Canção 2018.
“Sobre Nós” é o tema de Capicua, Luís Montenegro, João Rodrigues (Virtus) e Sérgio Alves a que Tamin deu a sua voz poderosa. “Injustiça tremenda”, escrevem alguns nos comentários no YouTube. Porém, Tamin vê o facto de não ter passado à final do festival de forma menos taxativa. “Não perdi nada, só ganhei”, garante. “Fiquei muito feliz com a minha prestação”, assegura acrescentado que “foram meses de bastante trabalho de volta da canção, do look e da preparação mental”. “Nunca pensei estar tão nervosa”, comenta sobre o momento da subida ao palco do Estúdio 1 da RTP no dia 25 de Fevereiro.