[TEXTO] Núria R. Pinto [FOTO] Amanda Perobelli
Quando Diogo Moncorvo lançou Esú, um dos álbuns imperdíveis que o rap brasileiro produziu em 2017, foi fácil perceber que estávamos perante um trabalho de inédita importância para a cultura afro-brasileira e para a sua representação dentro do género. Vários checkpoints, aliás, foram sendo atingidos com a chegada do primeiro álbum de Baco Exu do Blues: culturais, geográficos, simbólicos e até mundanos.
O último chegou no dia 25 de Setembro quando, aos 22 anos, o disco de estreia do rapper baiano lhe valeu dois dos mais importantes prémios da música brasileira. O Superjúri do Prémio Multishow deu-lhe os galardões de Artista Revelação, prémio entregue em 2017 a Rincon Sapiência, e Canção do Ano pelo hit “Te Amo Disgraça”.
Com mais de 14 milhões de visualizações no YouTube e num mercado que, não podemos esquecer, é ainda dominado pela música sertaneja, MPB ou até pelo funk, “Te Amo Disgraça” é um inevitável sucesso que coloca a sexualidade sem pudores, o tal do (romantismo) mundano e o hip hop contemporâneo, é claro, no novo cancioneiro popular do Brasil.