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Publicado a: 27/11/2016

Sport Theories de Silvestre consolida reactivação da editora Padre Himalaya

Publicado a: 27/11/2016

[FOTO] Direitos Reservados

 

Sport Theories, EP de cinco faixas assinado por Silvestre, é o mais recente lançamento da editora de Lisboa-via-Londres Padre Himalaya. A compilação está disponível em formato 12’’ e sucede a Alo Alo de Renato, trabalho prensado em Maio e que confirmou o relançamento das operações do selo fundado pelos dois produtores portugueses.

Sport Theories movimenta-se por composições house gizadas a sintetizadores que recriam ambientes groovy (“Correr”, “Track 3″) e sombrios (“Weird Morning”). Como o título ilustra, é um EP inspirado pelo estilo de vida de Silvestre. “Sport Theories foi imaginado enquanto ia a correr para o meu antigo trabalho e tomava banho por lá”, contou ao Rimas e Batidas o produtor proveniente da Parede, Lisboa. “É algo que faz parte da minha vida e que me inspira e isso levou-me a pensar como o desporto me ajuda desde novo. Isso trouxe-me memórias que me levaram a produzir mais músicas sobre esse tema.”



A estética de Sport Theories bebe influências das ruas de Londres, cidade onde Silvestre se encontra sediado e que tem moldado as referências e abordagens criativas deste produtor que também assina beats hip-hop. “O ritmo aqui é muito acelerado, os cenários por onde ando são muito distintos da Parede. E como passo muito mais tempo sozinho do que em Portugal, as experiências tornam-se mais pessoais e intensas e isso reflecte-se sempre quando fazes alguma forma de arte.”



Ainda que não se tenha dado por isso, Sport Theories é a segunda contribuição de Silvestre para o catálogo da Padre Himalaya. Editado digitalmente há dois anos, Silvestre EP fixou-se no registo PH000 da editora então estabelecida como plataforma de lançamento de projectos à imagem dos seus representantes máximos. “Nós sempre trocámos músicas entre nós e tínhamos ideias em comum”, explicou. “Por isso, o motivo para criar a editora foi editar a nossa própria musica à nossa maneira, com a nossa imagem e identidade.” A curadoria da editora, acrescentou Silvestre, foca-se em projectos que se distinguem nas suas abordagens sónicas.  “Faz sentido que editemos um som nosso que ambos escutámos e curtimos sem reticências. Esse feeling não acontece muitas vezes, o que torna a edição da nossa própria música – à nossa imagem e identidade – ainda mais especial. Gostamos de ser surpreendidos, ao invés de editarmos o mesmo arroz de sempre.” Sobre o nome Padre Himalaya, Silvestre acrescentou que foi inspirado na história de um “padre português do século XIX que também era um físico e inventor conhecido por fazer experiências, muitas vezes falhadas, a nível de energias renováveis”.

No seguimento do hiato de dois anos (“agora estamos mais organizados”), a Padre Himalaya reemergiu com a edição em 12’’ de Alo Alo, três faixas de house experimental com criadas pelo lisboeta Renato. Agora, com o 12’’ Sport Theories, a editora renova a aposta no formato vinil em detrimento dos canais virtuais. “Sinceramente, a venda digital, neste momento, está muito dispersa”, afirmou Silvestre. “Vendemos música em formato físico com mais facilidade.”



Não é só no que à distribuição diz respeito que a Padre Himalaya apresenta ideais sólidos quando o tema é a presença online. A inexistência de páginas dedicadas à editora nas redes sociais mais populares caracteriza uma posição particular sobre a promoção de projectos musicais nos meios digitais. “As pessoas andam iludidas, acham que as redes sociais fazem a diferença para promoveres o teu trabalho”, reflecte. “Sinceramente, não é assim tão necessário estares nesses sítios. O lado mais business de canais de promoção não está aí, mas nem toda a gente vê isso. E eu também não gosto de estar sempre a chatear as pessoas com posts todos os dias sobre eu, eu e eu. Há uns tempos ficava deslumbrado quando um DJ tocava um som meu ou com uma review e sentia necessidade de mostrar isso ao ‘mundo’. Isso tem vindo a diminuir aos poucos, acaba por ser uma cena um bocado doentia de ego tripping que desvia do foco principal que é fazer música.”

Nesta altura, a Padre Himalaya já tem alinhavada uma terceira edição. “Será de um artista que não faz música electrónica, mas que tem algo de club music ou de loops repetitivos nas suas criações”, adianta Silvestre. Por agora, para além das escutas de Sport Theories e Alo Alo, há sempre a possiblidade de conhecer o trabalho da editora através do programa que assina na Rádio Quântica. No planeamento constam ainda umas festas, mas Silvestre garante que essas só virão mais tarde. Garantido é que o futuro da Padre Himalaya é tudo menos imutável. “Nós queremos lançar música que possa ser dançável, mas não tem de ser necessariamente dentro da estrutura normal de música para clubbing. Aliás, apesar da base estar lá, nem fazemos música a pensar exclusivamente na scene da club music.”

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