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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/04/2020

Camboja Selecta aparece nos "cortes" da faixa que antecipa o disco esculpido a quatro mãos pelo beatmaker e a rapper.

spock sobre “Âncora”: “Eu e a Sitah sentimos que queríamos trabalhar num caminho menos óbvio”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/04/2020

“Âncora” é o primeiro resultado da parceria entre spock e Sitah Faya e conta com scratches de Camboja Selecta e um vídeo dirigido por Buda XL e Mr.Papz. A faixa antecipa um álbum colaborativo entre produtor e MC, que sairá ainda este ano pela Contentor Records.

Duas caras que não são nada estranhas uma à outra e que se cruzam agora pela primeira vez a sós numa música editada. Apesar da proximidade entre ambos, as contribuições de Sitah Faya para o catálogo da Contentor Records apenas se viriam a materializar pontualmente nas compilações Arquivo e, mais recentemente, nos singles “Nunca Me Viste Tão Diferente”, “Posse Cut” ou “Fain”. O trajecto da artista tem passado maioritariamente por lançamentos em nome próprio, como a mixtape Cactus, e colaborações com Crossword John ou John The DJ.

Membro-fundador da editora independente, actualmente sediada no Lux Park, spock tem sido uma espécie de “camisola 10” da equipa CNTR, tendo servido Erre K e Buda XL nos seus respectivos discos a solo bem como no trio SXR. Em 2019, deu arranque a uma parceria com Maze, dos Dealema, que culminará com a edição de um álbum.

Em conversa com o Rimas e Batidas, o produtor falou acerca de “Âncora” e dos trabalhos que estão na agenda da Contentor Records para este ano.



A ligação da Sitah Faya a ti e ao CNTR não é de agora. Se a memória não me falha, esta é a vossa primeira colaboração, estou certo? O que fez despertar este esforço conjunto?

Como referiste, e bem, a Sitah já está connosco há alguns anos, inclusive ao longo deste tempo chegámos a gravar algumas coisas que nunca chegaram a sair. Lembro-me de ouvir alguns sons dela e pensar que queria fazer um projecto em que conseguisse mostrar uma Sitah mais crua, menos “produzida”. No fundo, sentimos que queríamos trabalhar num caminho menos óbvio, olhando para o que tem sido o registo dela até aqui.

Fala-me um pouco acerca do conceito que vos levou até este single. O que é isto de ter o rap como âncora?

Eu nunca gostei de singles “fáceis” com uma estrutura super estudada, daí termos fugido à norma ao juntar estas duas faixas. Na verdade, eram duas músicas distintas, com dois BPMs diferentes, dois moods diferentes, mas desde que olhámos para ambas que surgiu esta ideia de ancorá-las, e nas quais contámos também com a colaboração do Camboja Selecta para nos ajudar a realizar esta fusão. O conceito define bem o que nos une. Estamos ambos na canoa do rap ancorada à Contentor Records, casa-mãe que temos como tecto para os nossos projectos.

O tema antecipa um disco vosso em conjunto. Daquilo que já têm registado em estúdio, o que podemos esperar desse projecto? Além da data de edição do título, que já me revelaste não estar ainda decidido, há mais algum pormenor que possas ir revelando?

Deste projecto, assim como a música que tenho vindo a lançar, podem sempre contar com instrumentais simples, fora de tendências. Todos os instrumentais que faço são muito pessoais, não sou o estilo de produtor que me peçam beats com directrizes. Tento deixar uma parte de mim em cada música que faço, é a única maneira que consigo criar. Quanto ao rap da Sitah, vão ficar a conhecer melhor esta poeta underground que merece ser ouvida por todos os que habitam neste nosso nicho. Admiro bastante a forma como ela aborda os instrumentais, tanto consegue criar um ambiente em que está a oferecer-nos harmonias super melódicas, como a cuspir barras cruas que afastam qualquer fã de música mais orelhuda.
Quanto a pormenores, como ainda estamos a trabalhar no disco, em fase criativa, vamos deixar as revelações serem descobertas à medida que a música for saindo.

E quanto ao Contentor? Que mais cartas têm na manga para 2020?

Estamos a trabalhar para fazer deste o ano com mais lançamentos da Contentor até hoje. Para SXR vamos lançar brevemente um EP intitulado vol. 1.1 que já tem o primeiro single cá fora — “Tá Claro” — com a participação do nosso mano CADI; vamos também lançar o segundo longa-duração. Eu e o Erre K estamos a trabalhar num álbum em conjunto que também queremos que saia ainda este ano, assim como o álbum em colaboração com o Dealemático MC MAZE. Temos mais surpresas, mas ficam por revelar…


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