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Fotografia: Sebastião Santana/Versus
Publicado a: 26/10/2022

10 mil horas de prática na sombra.

Smoke DZA: “Um rapper com quem ainda não trabalhei e quero trabalhar é o Pusha T”

Fotografia: Sebastião Santana/Versus
Publicado a: 26/10/2022

Com um repertório invejado por qualquer um no game e uma lista de colaborações que inclui nomes como Benny The Butcher, Freddie Gibbs ou Pete Rock – só assim por alto –, Smoke DZA não parece ter qualquer ideia de abrandar, continuando a mover multidões — como pudemos ver na edição deste ano do Iminente — e tendo acabado de lançar 10,000 HRS, o seu novo EP.

Já relaxado no backstage depois de um impactante concerto no festival português, o rapper (que é uma figura de peso do hip hop underground americano) falou com o Rimas e Batidas sobre aquilo que ainda o inspira a escrever, o seu processo criativo e o que falta fazer. 



Já tinhas actuado no Festival Iminente, mas em Londres. Sentiste diferença entre esse público e o público português agora nesta edição?  

Eu amo Lisboa. Obviamente que Londres foi incrível, mas Lisboa foi toda uma outra energia. Portugal tem toda uma outra energia com muitos fãs que me acompanham nas músicas, então diverti-me muito.

Tens alguma música preferida de rimar ao vivo?

Eu gosto muito de cantar a “143”, é uma boa música. Faz-me sentir bem.

Apesar do nome Smoke DZA e de um repertório que inclui várias músicas sobre erva, não te consideras um “weed rapper”, mas sim um rapper que faz música de lifestyle. Queres falar sobre esta afirmação? O que te inspira a fazer música?

A vida! Os meus filhos, a minha história de vida, a minha carreira, os meus pais. Só aqui a viver a vida e a ser inspirado.

Mesmo depois de todo este tempo ainda te inspiram as mesmas coisas. Costumas ter bloqueios criativos?

Não. Eu vivo demasiado [para isso]. Quando eu não quero escrever ou se não me está a surgir nada é porque não estou a viver o suficiente ou porque talvez precise de abrandar um bocado e analisar tudo o que se está a passar à minha volta. 

Fundaste também a marca The Smokers Club: em que consiste?

The Smokers Club começou no South by Southwest em 2009 enquanto parte de uma tour; fazemos merchandise, temos um dos maiores festivais nos Estados Unidos e temos marijuana nas lojas — com muitas strains da The Smokers Club e bolachas também.

Li que não apontas nenhumas das tuas letras. Como é o teu processo criativo?

Escrevo na minha cabeça.

Vais ter de me contar como fazes isso, soa complexo.

[Risos] Portanto, o que eu faço é, basicamente: costumava escrever as minhas rimas num Two-Way Pager da T Mobile e cada vez que não pagava a minha conta aquilo apagava todas as minhas rimas; então tinha de ter memória muscular. E também sempre soube que ia poder apresentar esses sons ao vivo, por isso sempre quis aprender imediatamente as músicas e treinei-me para as escrever na minha cabeça. Escrevo todo o rap na minha cabeça, recito para mim mesmo e repito até memorizar.

Sei que o Jay-Z também partilha desse método, sentiste-te inspirado?

Claro. Por ele e pelo Biggie.

Considerarias duas das tuas maiores influências? 

Sim e The Lox.

Também li que depois do teu grupo de rap Smoke & Numbers começaste a fazer ghostwriting para outros artistas. A escrita sempre foi uma paixão tua? Como começaste?

Bem, eu sempre fui escritor, sempre amei storytelling, sempre amei a história do artista, então ser abençoado com gigs de escrita para grandes artistas ajudou-me muito a tornar a elevar a minha caneta, para mim próprio, ao exercitar e escrever para outra pessoa e do seu ponto de vista. Eu era muito underground, não estava muito à superfície, então sempre tive a oportunidade de escrever, sempre tive coisas inteligentes ou perspicazes para dizer e as pessoas admiravam-me por isso.

Já colaboraste com nomes tão gigantes como Pete Rock, Freddie Gibbs, Benny The Butcher e outros grandes nomes do underground como Action Bronson e Domo Genesis. Há algum outro nome actual que te suscite interesse e que ainda te falte colaborares?

Esses são os meus tropas, sabes? Pessoal com quem eu estive na jornada e que tive a possibilidade de ajudar ao longo do caminho. Um nome com quem eu ainda não trabalhei e quero trabalhar: Pusha T.

E já se vê algo no horizonte para Smoke DZA e Pusha T?

Talvez [sorriso].

Um sorrisinho [risos].

[Risos] Shoutout ao Pusha T.

O que podemos esperar de ti daqui para a frente?

Muitos projectos novos, muitas coisas novas do The Smokers Club, novos podcasts e não se esqueçam de ir ouvir o meu podcast The Personal Party.

É sobre o quê?

A vida. E toda a gente que mencionaste entra nesse podcast, o Benny The Butcher e muitos dos outros também.


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