São 7 os discos em destaque na Sexta-feira farta de hoje. 4 nacionais, 3 internacionais, mas nenhum soa igual ao outro. Do kuduro ao rap, da tradição portuguesa à vanguarda do R&B — são muitas as cores emanadas por este eclético conjunto de ondas sonoras.
O espectro pode, no entanto, tornar-se bem mais alargado, caso se sintam aptos a desbravar terreno pelas restantes sugestões da equipa do ReB: HUMANA TARANJA (EUDAEMONIA), batata boy (MAGICLEOMIXTAPE (quando vê, já foi)), NET GALA (GALAPAGGOT), Yeat (LYFESTYLE), Audrey Nuna (TRENCH), Kurious (Majician), Lin-Manuel Miranda & Eisa Davis (Warriors), CKay (EMOTIONS), Tim Berne & Michael Formanek (Parlour Games), Kelly Lee Owens (Dreamstate), Aaron Parks (Little Big III), Mediopicky (Bexaco y rico), Jaden (2024: A Case Study of the Long Term Effects of Young Love), Roy Hargrove’s Crisol (Grande-Terre), Honey Dijon (DJ-Kicks: Honey Dijon), Machine Girl (MG Ultra), Samora Pinderhughes (Venus Smiles Not in the House of Tears), Kelly Finnigan (A Lover Was Born) e Lechuga Zafiro (Desde los oídos de un sapo) também lançaram música nova.
[Pongo] PONGO BADDIE
“Não brinca com o fogo, o fogo queima”. Foi com este sério aviso, em “Katana”, que Pongo inaugurou a jornada rumo a PONGO BADDIE, o EP que hoje deu a conhecer ao mundo e onde esse single editado em Junho convive com mais três faixas, uma delas a também anteriormente revelada “Celebrate”. KoKo foi o produtor escolhido para acompanhar a “Rainha do Kuduro” nesta sua nova viagem pelas batidas mais frenéticas da lusofonia, na qual participa também o convidado Blackway.
[DarkSunn] Old Man Dark
Em Old Man Dark, DarkSunn abraça o estatuto de veterano que já alcançou na cena hip hop nacional pelos seus quase 20 anos de militância ao serviço da cultura musical urbana. Depois de Almada Velha (2021), o produtor e head honcho da Monster Jinx volta a reconhecer que não está aqui para reinventar a roda, mas sim para mostrar a sensibilidade que adquiriu ao longo de uma longa carreira dedicada ao corte e costura de samples, a mais clássica linguagem sonora dentro desse grande universo que é o hip hop. Com mais participações do que o seu antecessor, Old Man Dark regista aparições de J-K, Vasco Completo, MLK Mau Aluno, DJ Maddruga e João Pestana.
[Miss Universo] Manifesto Do Jovem Moderno
Dois singles bastara para o Rimas e Batidas manifestar a sua curiosidade em torno do projecto formado por Afonso Branco e André Ivo, que juntos respondem por Miss Universo, através de uma entrevista. “Ser Português” e “Canção da Rua” confirmavam a chegada de uma nova voz pronta a dar o seu contributo para a renovação estética do cancioneiro tradicional português, que agora se mostra em pleno no disco de estreia Manifesto Do Jovem Moderno.
[Luca Argel] Visita
Visita é já o sexto álbum nas contas de Luca Argel, cantautor e guitarrista brasileiro que escolheu Portugal para viver. Prestes a assinalar o 10º aniversário desde o lançamento do seu primeiro disco, o artista aproveita o momento para fazer uma espécie de retrospectiva, revisitando composições que já tinham sido gravadas por si e por outros músicos, agora num registo mais intimista e na companhia da pianista Pri Azevedo, que também o acompanhará em palco nas duas datas de apresentação já marcadas para Visita: dia 3 de Novembro no Novo Ático (Porto) e a 7 de Novembro no Nova Cultura (Lisboa).
[Benny The Butcher & 38 Spesh] STABBED & SHOT 2
Um drive ao alcance de poucos. Só este ano, Benny The Butcher lançou o seu primeiro álbum pela Def Jam Recordings, Everybody Can’t Go, bem como os projectos Summertime Butch e Buffalo Butch, Vol. 1, entre os quais recebeu vários ilustres convidados — de Lil Wayne e Jadakiss a Drake ou Fabolous. Agora regressa a uma das suas parcerias mais frutíferas, aquela que tem mantido com 38 Spesh, e juntos partem para o segundo capítulo de STABBED & SHOT, seis anos após o lançamento do primeiro. Podem contar com algum do rap mais sujo que as ruas de Nova Iorque têm visto nascer ao longo das 16 faixas deste LP, onde constam também versos de convidados como Dave East, Busta Rhymes ou Ransom.
[Hildegard] Jour 1596
Ouri e Helena Deland são dois dos mais entusiasmantes nomes da música experimental contemporânea, misturando conceitos de electrónica com indie rock nas suas respectivas obras a solo. O seu cruzamento em estúdio não podia, por isso, passar despercebido. As duas estrearam-se enquanto Hildegard num disco homónimo criado de forma espontânea em 2021, e este segundo Jour 1596 é já o resultado de um processo criativo assente em ideias bem mais esbatidas e orientado a um tipo de R&B vanguardista apenas ao alcance dos mais brilhantes cosmonautas do som. São 10 canções repletas de detalhes que dificilmente se deixam entranhar em apenas uma escuta.
[Dora Morelenbaum] Pique
Se já mergulharam no oceano musical de Bala Desejo, então a voz de Dora Morelenbaum não vos será uma total desconhecida a esta altura do campeonato. Depois do sucesso do grupo que divide com Júlia Mestre, Zé Ibarra e Lucas Nunes, a cantora brasileira chega agora ao seu primeiro álbum em nome próprio, Pique, onde recupera influências da MPB e as leva para muitos outros lados do espectro sonoro, da disco e do funk até ao jazz, ao R&B ou à indie pop. São 11 canções nas quais Dora divide os créditos de composição com gente como Tom Veloso ou Sophia Chablau, todas elas produzidas por Ana Frango Elétrico.