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Texto: ReB Team
Fotografia: Elliott Morgan
Publicado a: 12/05/2023

Um possível sexteto numa infinidade de opções.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Overmono, Pedro da Linha, Alexander Flood, Bokani Dyer, Heem e RP Boo

Texto: ReB Team
Fotografia: Elliott Morgan
Publicado a: 12/05/2023

A amostra recolhida da colheita de mais uma sexta-feira nada escassa é reflexo do que tem sido a linha editorial desta casa dos últimos anos para cá. A rima não perdeu relevância, antes se multiplicou em novas formas de dobrar a língua; a batida não se desvirtuou, antes se disseminou em alargadas cadências e expressões. Hoje o resultado é uma selecção que vai da electrónica ao jazz, passando pelo rap — e nenhuma dessas paragens se vê, na maioria destes seis discos, isolada.

Mas claro, há sempre mais: Xinobi (Dinosaurs EP), Madison McFerrin (I Hope You Can Forgive Me), Oval (Romantiq), Russ (CHOMP 2.5), Midwife & Vyva Melinkolya (Orbweaving), Moby (Resound NYC), aespa (My World), Lucy Liyou (Dog Dreams), YoungBoy Never Broke Again (Richest Opp), Eluvium ((Whirring Marvels In) Consensus Reality), Memotone (How Was Your Life?), Costi (As Above, So Below), Potter Payper (Real Back In Style), Rahill (Flowers At Your Feet), Alison Goldfrapp (The Love Invention), Bela Fleck, Zakir Hussain & Edgar Meyer (As We Speak), Waterbaby (22º Halo), LP Giobbi (Light Places) e Sex Mob (The Hard Way) obrigam-nos a um fim-de-semana de cabeça colada aos headphones.


[Overmono] Good Lies

Os irmãos Tom e Ed Russell não são nada estranhos aos fãs da música electrónica sediados na capital portuguesa. Em dupla designada por Overmono, os dois produtores britânicos marcaram presença na edição de estreia do festival Sónar em Lisboa, edição essa que arrancou precisamente no dia em que ambos editaram Cash Romantic. Este ano, o duo associado à XL Recordings não figurou no alinhamento da segunda edição do festival catalão em Portugal, mas trouxe-nos Good Lies no mês seguinte ao das mentiras.


[Pedro da Linha] Rua Rosa, 24

Quem se aventura pela afamada “Rua cor-de-rosa” à noite e pára na porta 24 para espreitar o que se passa lá para dentro habilita-se a dar de caras e ouvidos com Pedro da Linha ao comando. O endereço leva-nos ao Musicbox, espaço especialmente querido ao autor do EP que, intitulado Rua Rosa, 24, presta — ao que tudo indica — homenagem a uma sala que o recebe com frequência e à qual o produtor emancipado a partir da Enchufada regressa (a 19 de Maio) já com estes quatro temas em carteira. Antes disso, mais precisamente hoje, a apresentação é feita no Pérola Negra, no Porto.


[Alexander Flood] Oscillate

É à terceira que a tendência se confirma em regra: depois dos indícios semeados em HEARTBEAT (2020) e The Space Between (2022), o novo trabalho do conjunto encabeçado por Alexander Flood volta a produzir matéria-prima digna das pistas mais leves dos clubes nocturnos do globo. Em Oscillate, o baterista australiano e companhia fazem do jazz música dançante numa sangria de sonoridades refrescantes — mesmo a tempo de um Verão antecipado.


[Bokani Dyer] Radio Sechaba

Editado pela Brownswood Recordings de Gilles Peterson — figura proeminente da indústria musical que, já em 2021, incluiu “Ke Nako” de Bokani Dyer na compilação Indaba Is —, Radio Sechaba chega-nos como espectro alargado da paleta de cores que o músico sul-africano reflecte neste seu sexto álbum de estúdio. Aliás, os tons em pano de fundo nos singles de antecipação foram variando, enquanto a fotografia se manteve a mesma até à revelação do disco. E agora revelado, confirma-se a miscelânea de influências antevistas pelo próprio autor meses antes.


[Heem] From The Cradle To The Game

Benny The Butcher pode bem ser o patriarca da Black Soprano Family, mas há em Heem potencial para ser um Christopher deste Tony de Buffalo. Isso já era evidente em Long Story Short (2020), mas nada como uma nova temporada para o desenvolvimento da personagem em causa. 


[RP Boo] Legacy Volume 2

Dez anos distam o primeiro do segundo volume: Legacy foi editado em 2013 por RP Boo, e, uma década menos um dia depois, o inventivo produtor de Chicago deu seguimento  ao seu primeiro álbum de estúdio com um novo pacote de desconcertantes batidas que, em finais da década de noventa, marcaram o início de um sub-género — o footwork.

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