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E assim, em menos de nada, já vai o ano praticamente a meio caminho. Com a entrada do sexto mês, começam os preparos festivos para as festas populares, mas por aqui a romaria não se fica pelo cancioneiro nacional e tradicional. Há prata da casa em evidência, como não poderia deixar de ser, mas também há banda sonora de ficção, rap literário de mãos dadas com um jazz esperançoso, comunhão e partilha de longa experiência ou batida com sangue no pulso para dar seguimento à parada. Vamos embora.
Podem ainda escutar o álbum de estreia de Azart, que foi alvo de particular destaque através de uma entrevista conduzida por Paulo Pena. Se não vos chegar, cá vai mais disto: holandês (Poder Paralelo), Isa Leen (Warrior Angel), Toosii (NAUJOUR), WITCH (Zango), Legend Yae (I Cry Alone…), Linda May Han Oh (The Glass Hours), Jack Johnson (In Between Dub), Anthony Naples (Orbs), Protomartyr (Formal Growth in the Desert), Juan Wauters (Wandering Rebel), The Stools (R U Saved?), ermhoi (Junebug Rhapsody), The Aquadolls (Charmed), Moneybagg Yo (Hard to Love), Baxter Dury (I Thought I Was Better Than You) e grentperez (When We Were Younger) também escolheram o dia de hoje para nos dar novidades.
[Metro Boomin] Metro Boomin Presents Spider-Man: Across the Spider-Verse (Soundtrack From and Inspired by the Motion Picture)
É cada vez mais comum as bandas sonoras da sétima arte passarem pelo hip hop e requisitarem criação de raiz para o efeito. Ainda para mais quando na tela são super-heróis que figuram. Agora, não é todos os dias — nem em todos os filmes — que temos nos créditos nomes sonantes como Future, Don Toliver, 21 Savage, Offset, Lil Uzi Vert, Swae Lee, A Boogie wit da Hoodie, A$AP Rocky, J.I.D., James Blake ou Wizkid, todos eles coordenados por Metro Boomin na produção executiva. Até para quem não é fã do universo Marvel (mesmo em versão animada) valerá, certamente, a espreita por este elenco alternativo.
[McKinley Dixon] Beloved! Paradise! Jazz!?
O título aponta para o jazz, mas o substrato revela o rap como matéria-prima. O que, na realidade, é mais do que plausível, não fosse McKinley Dixon um dos grandes novos representantes dessa fusão entre géneros. Mas Beloved! Paradise! Jazz!? não se fica por aí em termos de expressão: o título composto recupera três das grandes obras da escritora norte-americana Toni Morrison (nascida Chloe Ardelia Wofford) — Beloved (1987), Jazz (1992) e Paradise (1997) — que lhe valeram, enquanto trilogia, um prémio Pulitzer na categoria de ficção. Legado esse que Dixon se propõe a homenagear neste seu quarto disco, um trabalho que se apresenta igualmente denso, profundo e especialmente admirável.
[Speakers Corner Quartet] Further Out Than the Edge
O Speakers Corner Quartet é, como o próprio nome indica, um grupo de quatro (inventivos) músicos, composto por Biscuit na flauta, Kwake Bass na bateria e na percussão, Raven Bush no violino e Peter Bennie no baixo. No primeiro álbum conjunto ao fim de década e meia de influência directa na música feita a partir do Sul de Londres, o colectivo britânico convida ainda uma série de músicos a participar neste ambicioso Further Out Than the Edge.
[Mun Sing] Inflatable Gravestone
O registo sonoro mais virado para o experimentalismo pode não passar essa ideia, mas Inflatable Gravestone parte de um sítio de dor para ganhar vida. A morte do pai de Mun Sing, alter-ego de Harry Wright — meia parte do duo Giant Swan (que divide com Robin Stewart) —, foi a força motriz para o produtor de Brixton se aventurar num trabalho de estreia a solo que procura nas pistas consolo e superação a diferentes velocidades.
[Holly] Sadness
Depois de Love ter inaugurado a trilogia Minha Vida no ano passado, Holly desvenda o segundo capítulo desta saga a três actos: Sadness leva o produtor das Caldas da Rainha a mergulhar nos momentos menos bons da sua vida ao longo de, novamente, sete faixas que carregam essa panóplia de sentimentos à flor da pele de um artista que, apesar da sua música vibrante, raramente deixa cair a máscara artística que o pôs nas bocas do mundo.
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