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São três tons de rap — da vanguarda britânica até ao minstream norte-americano, passando também pelo underground do Brasil —, aos quais se juntam ainda umas tais lendas do movimento jazz-funk brasileiro, um grupo que lidera a cena afro house feita a partir de Lisboa e um projecto de estreia de um artista que parece ter tudo o que é necessário para dar seguimento à constante reinvenção do cancioneiro português. Está dada a fórmula para a Sexta-feira farta de hoje, composta por seis discos que “falam” diferentes línguas.
Como sempre, incentivamos a ousadia do descobrir o que mais se vai fazendo por aí, e se tiverem curiosidade podem debruçar-se sobre mais uma panóplia de trabalhos que o radar do Rimas e Batidas acaba de captar: Beatoven (ALGO(ritmo)), Gabriel da Rosa (Cacofonia), Cypress Hill & The London Symphony Orchestra (Black Sunday Live at The Royal Albert Hall), McKinley Dixon (Magic, Alive!), Loaded Honey (Love Made Trees), dreamcastmoe (The Lost Tape, Vol. 3), Joey Purp & Thelonious Martin (Champagne Seats), The High & Mighty (Sound of Market), Lil Kayla (I’m Just A Girl), Gloria Gaynor (Happy Tears), Nadah El Shazly (Laini Tani), Calibro 35 (Exploration), Turnstile (NEVER ENOUGH), Brian Eno & Beatie Wolfe (Luminal), Sabrina Claudio (Fall in Love with Her), Purelink (Faith), Ches Smith (Clone Row), BIGBABYGUCCI (Internet Explorer), UntilJapan (Trompe l’Oeil), OMAR (Brighter the Days), kmoe (K1), Léonie Pernet (Poèmes Pulvérisés), Lifeguard (Ripped and Torn), Phoebe Rings (Aseurai), TAKAAT (Is Noise Vol. 1) e Vários Artistas (Anthems: A Celebration Of Broken Social Scene’s You Forgot It In People) também nos acenaram com lançamentos hoje.
[Little Simz] Lotus
O sexto álbum de Little Simz marca uma fase de profunda introspecção e renovação artística. Com uma sonoridade que transita entre afrobeat, soul, jazz e rap, Lotus aborda temas como traição, cura emocional e emancipação pessoal, refletindo episódios recentes da vida da artista, incluindo conflitos com antigos colaboradores. O disco é produzido por Miles Clinton James e apresenta colaborações com artistas como Obongjayar, Moonchild Sanelly, Yussef Dayes, Sampha e Michael Kiwanuka. Um ano após Drop 7, a MC londrina segue na dianteira como uma das vozes mais autênticas e inovadoras do hip hop britânico contemporâneo.
[Azymuth] Marca Passo
Cinco anos passaram desde que os lendários Azymuth viram o seu legado reconhecido pela norte-americana Jazz Is Dead, com Adrian Younge e Ali Shaheed Muhammad a ajudarem o trio na criação de novo material em exclusivo para o seu selo. Agora completamente entregues a si próprios, o trio brasileiro, cujo recente concerto no Musicbox foi por cá reportado por Rui Miguel Abreu, brinda-nos com um novo capítulo da sua fusão jazz-funk através de Marca Passo, um conjunto de 10 temas aos quais se junta ainda uma remistura assinada pelo homem por detrás da produção de todo o LP, Daniel Maunick, filho do histórico Jean Paul “Bluey Maunick (dos Incógnito), que também participa numa das faixas.
[Lil Wayne] Tha Carter VI
Deu-se hoje o aguardado regresso de Lil Wayne à sua emblemática série de álbuns, sete anos após Tha Carter V. Com 19 faixas, Tha Carter VI destaca-se pela versatilidade e ambição artística de Wayne, com uma linha de produção que incorpora elementos de rap contemporâneo, pop e até rock. A isto junta-se uma assombrosa lista de featurings, que inclui nomes de diversos campos da música, como Big Sean, 2 Chainz, Kodak Black, Bono, Miley Cyrus, Wyclef Jean, Billie Eilish ou até Andrea Bocelli. Como forma de celebrar o lançamento, o rapper apresenta hoje o LP ao vivo com um concerto no emblemático Madison Square Garden, seguindo-se depois uma intensa digressão por todo o território dos Estados Unidos da América.
[Studio Bros] Control
Control é a nova e poderosa declaração artística dos Studio Bros, dupla lisboeta de afro house formada por Famifox e Nunex, que se tem afirmado como referência global do género. Com 17 faixas cuidadosamente esculpidas, o álbum é uma demonstração vívida da maturidade musical atingida pelo par, onde cada batida é, ao mesmo tempo, instintiva e calculada. As colaborações são escolhidas a dedo e contemplam artistas como Lura, Toshi, SOLUNA, ou LiloCox, que adicionam mais camadas a uma sonoridade já rica em tradição e inovação por si só. Control é um manifesto de pertença e evolução, em que ritmos pulsantes oriundos de África se fundem com texturas electrónicas refinadas.
[luto] canções para um próximo, e inevitável, fim do mundo
canções para um próximo, e inevitável, fim do mundo é a singular estreia discográfica de luto, projecto a solo de Fred Severo, músico e produtor que tem operado nos bastidores da cena nacional através de colaborações com artistas como xtinto, L-ALI ou Beiro e faz ainda parte de bandas como As Docinhas, leexo e ELIS NEON. No primeiro disco enquanto luto, apresenta-nos uma espécie de diário sonoro da decadência dos nossos tempos, envolto numa manta de sonoridades que vão desde o trip hop à folk ou ao rock indie. Feito de onze faixas, conta também com contribuições de João Maia Ferreira, Inóspita, Beiro, Margarida Campelo, kikka masala e Catarina Branco.
[FBC] ASSALTOS E BATIDAS
São 36 anos de idade, 20 deles em assumida carreira enquanto rapper. O momento é especial e motivou até uma digressão simbólica da marca redonda atingida ao serviço das rimas, à qual se junta agora um novo disco. O mais recente álbum de FBC leva-o num regresso às raízes do boom bap com 11 faixas inspiradas por ícones do hip hop como Das EFX e Dr. Dre. O longa-duração assume, por isso, uma produção crua e directa, evocando a estética clássica da golden age do género, atravessando as décadas de 80 e 90. Mas o rapper mineiro não festeja sozinho: Coyote Beatz, Pepito, Jackson Ganga, Nathan Morais e DJ Cost participam no sucessor de Feito à Mão (2024).
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