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Texto: ReB Team
Fotografia: Priscilla Jimenez
Publicado a: 21/05/2021

Vai dar tudo certo.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Georgia Anne Muldrow, Erika de Casier, EU.CLIDES ou Mach-Hommy

Texto: ReB Team
Fotografia: Priscilla Jimenez
Publicado a: 21/05/2021

A construção do melhor presente possível deveria (é uma ideia utópica, bem sabemos…) partir da compreensão do passado e das complexas movimentações que nos trouxeram até aqui para uma projecção cuidada do futuro. Na criação artística, essas noções de tempo e espaço podem não ser óbvias, mas existem (consciente ou inconscientemente) na cabeça dos criativos — no entanto, nem sempre é necessário compreender o que ficou lá atrás para que se apresente algo futurista. Na arte não há fórmulas para se andar à frente do tempo — mas há quem o faça. Na selecção desta semana, os seis discos são exemplo perfeito daquilo que escrevemos até aqui.

Se não vos chegarem a farturas lá de baixo, Mdou Moctar (Afrique Victime), Young M.A (Off the Yak), 42 Dugg (Free Dem Boyz), Benny The Butcher & 38 Spesh (Trust The Sopranos) e Dark Lo & Harry Fraud (Borrowed Time) fizeram questão de dizer “presente” nesta lista.



[Georgia Anne Muldrow] VWETO III

Quando se fala do jazz que voltou a invadir as montras pop no pós-To Pimp a Butterfly, o nome de Georgia Anne Muldrow é raramente mencionado — mesmo que até já andasse a abordar o mesmo tipo de som antes do lançamento desse disco. Entre Kamasi Washington e Kendrick Lamar, a multifacetada artista pode passar despercebida, mas aqui não: VWETO III é a sua mais recente obra, uma exploração maioritariamente instrumental que parte da electrónica, atraca numa zona espiritual e explora o funk e o psicadelismo que se escondem no infinito.



[Erika de Casier] Sensational

Já se inventaram todas as formas de falar sobre amores e desamores? Talvez não e Erika de Casier tenta mostrar como em Sensational, o seu novo álbum — co-produzido por Natal Zeks — que canaliza uma certa energia dos r&bs da viragem do milénio. A nostalgia parece ser um factor fundamental para a construção do seu imaginário sónico — isso e o drama. Muito drama.



[EU.CLIDES] Reservado

EU.CLIDES reservou, definitivamente, um lugar enquanto promessa (quase certeza…) de futuro da música portuguesa. O seu curta-duração de estreia, Reservado, é o tipo de som que se encaixa no mundo pós-Dino D’Santiago e Mundu Nôbu que promete invadir ainda mais a pop nacional. Este é, no entanto, um trabalho de equipa: TOTA, Branko, Pedro da Linha e Vanyfox auxiliam-no neste conjunto de faixas que são luz total do início ao fim.



[Mach-Hommy] Pray For Haiti

Um lançamento Griselda Records vem sempre com selo de qualidade. Mach-Hommy (com a direcção de Westside Gunn, neste caso) continua a escrever versos como quem pinta as mais expressivas telas, deixando-se envolver em loops que parecem sair directamente da agulha do vinil. O líder da Griselda, Tha God Fahim e Keisha Plum são as vozes creditadas neste Pray For Haiti, enquanto a produção fica a cargo de nomes como Conductor Williams, Camouflage Monk, Nicholas Craven ou Sadhu Gold.



[YG & Mozzy] Kommunity Service

Uma dupla californiana ao serviço dos grooves e sub-graves mais agressivos: YG e Mozzy uniram esforços para Kommunity Service, projecto em que se ladeiam de G Herbo, Ty Dolla $ign, Young M.A, A Boogie Wit da Hoodie, Tyga ou Blxst para gritarem ao mundo que são os maiores gangsters do hip hop americano neste momento. Estão a precisar de perigo na vossa vida? Venham por aqui.



[Patrick Paige II] If I Fail Are We Still Cool?

Falha à vontade, Patrick Paige II. O membro dos The Internet acaba de lançar o seu segundo álbum, If I Fail Are We Still Cool?, e desenvolve mais um pouco a sua personalidade a solo, encaixando-se entre aquilo que faz em grupo e o versátil panorama rap que inclui gente tão diferente como Saba, Tyler, The Creator ou, nos momentos mais melosos, o Drake mais r&b.

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