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Texto: ReB Team
Fotografia: Vikram Valluri / BFA.com
Publicado a: 25/08/2023

Cromos raros.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Earl Sweatshirt & The Alchemist, jaimie branch, DJ Muggs ou Ashnikko

Texto: ReB Team
Fotografia: Vikram Valluri / BFA.com
Publicado a: 25/08/2023

Faltam praticamente quatro meses para completarmos a caderneta das edições musicais referentes a 2023 e o dia de hoje trouxe-nos uma carteirinha com seis cromos raros: Earl Sweatshirt & The Alchemist lançaram um disco por uma plataforma nada convencional e, por isso, pouco acessível ao comum dos mortais, enquanto que jaimie branch já cá não está para dissecar e colher os louros relativamente àquele que é o seu primeiro álbum póstumo; os elusivos DJ Muggs, Open Mike Eagle e Danger Mouse & Jemini The Gifted One também acenaram com novidades, já Ashnikko veio tão espalhafatosa que o melhor mesmo é ficar a observar e escutar de longe este seu WEEDKILLER.

Mas a coisa não se fica por aqui. Se não se contentam com os mínimos, há um booster pack à vossa espera com ainda mais propostas para juntar à colecção: Digga D (Back to Square One), Burna Boy (I Told Them…), Sauce Walka (Dat Boy Ben), Victoria Monét (Jaguar II), Yung Gravy & bbno$ (Baby Gravy 3), MISSIO (I Am High), Becca Mancari (Left Hand), Ta-ku (Songs to Come Home To), Spellling (Spellling & The Mystery School), Fat Nick (HELLO I’M VULNERABLE), Miguel Zenón & Luis Perdomo (El Arte Del Bolero Vol. 2), Jaboukie (All Who Can’t Hear Must Feel), K Suave (Midnight in Malibu) e Fat Tony & Taydex (I Will Make a Baby in This Damn Economy) também editaram novo material hoje.


https://youtu.be/SreI30jILfQ

[Earl Sweatshirt & The Alchemist] Voir Dire

Antes havia um álbum escondido, mas agora há mesmo um à vista de todos por parte da dupla formada por Earl Sweatshirt & The Alchemist. E se Voir Dire é o mesmo projecto secreto anunciado pelo produtor californiano em 2021, isso já não sabemos, mas damos graças por existirem mais 11 trilhas sonoras deste ilustre par. Infelizmente, pelo menos para já, o LP encontra-se em exclusivo na plataforma Gala, com “Sentry” a ser o único tema disponibilizado no mercado tradicional e com a particularidade de contar com a participação de MIKE, como que para atenuar a fome que se instalou desde “allstar”, clássico do underground que colocou o autor de Doris (cujas comemorações do décimo aniversário decorrem por esta altura) lado a lado com o seu pupilo.

[Ashnikko] WEEDKILLER

Glitch-pop, hip hop alternativo e rasgos de rock são ingredientes fundamentais para a receita de WEEDKILLER, álbum de estreia da rapper e cantora Ashnikko que lhe valeu uma entrada no catálogo da Parlophone Records. Se procuram por eventuais rebentos que tenham despontado no terreno que tem sido fertilizado pelos 100 gecs, a artista da Carolina do Norte é uma aposta certeira e este seu trabalho de apresentação uma coordenada obrigatória para quem ainda pode estar à procura de como a hyperpop se manifesta em edições mais avolumadas. A participação de Dylan Brady na feitura deste disco não deixa quaisquer margens para dúvidas quanto ao rumo que Ashnikko queria tomar, e ao homem que é metade da dupla de St. Louis juntam-se ainda o habitual colaborador Slinger ou Oscar Scheller na ficha técnica de WEEDKILLER.


[Danger Mouse & Jemini The Gifted One] Born Again

Novo, mas “velho”, embora em nada soe a pré-datado. Danger Mouse & Jemini The Gifted One estrearam-se em 2003 num bem recebido longa-duração, Ghetto Pop Life, e não perderam tempo para se voltarem a fechar dentro de estúdio com o objectivo de esculpir uma sequela. Embora estivesse concluído logo em 2004, Born Again correu o risco de nunca chegar a ver a luz do dia, já que esteve arquivado até hoje. O mundo certamente será um sítio melhor, agora que temos acesso a estas duas mãos cheias de faixas assinadas pelo rapper de Brooklyn e o prestigiado produtor que já musicou batidas para MF DOOM, CeeLo Green, Gorillaz, A$AP Rocky ou, mais recentemente, Black Thought — Cheat Codes foi um dos discos de 2022 mais apreciados cá do burgo.


[DJ Muggs] Soul Assassins 3: Death Valley

Terceiro volume de uma série inaugurada por DJ Muggs, em nome da sua Soul Assassins, ainda o milénio não tinha virado. O carimbo fatal não se circunscreveu a apenas três autos ao longo das décadas, mas Death Valley chega como terceiro capítulo de uma trilogia completada, de resto, por The Soul Assassins, Chapter I (1997) e The Soul Assassins, Chapter II (2000). E se os primeiros dois já contavam com turmas de respeito ao serviço das batidas do produtor de Queens, veja-se a impressionante lista de intervenientes a nível das rimas neste “vale da morte”: Boldy James, Jay Worthy, Ghostface Killah, Westside Gunn, Roc Marciano, Rome Streetz, Meyhem Lauren, CeeLo Green, T.F, Scarface, Freddie Gibbs, 2 Eleven, Devin The Dude, Evidence, Domo Genesis, CRIMEAPPLE, Method Man, Slick Rick, B-Real, Ice Cube e MC Ren — além dos contributos de gente igualmente importante para a cultura hip hop, como Mister Cartoon, Estevan Oriol ou o malogrado Chris “Spanto” Printup.


[jaimie branch] Fly or Die Fly or Die Fly or Die ((world war))

O disco que só agora se vê editado já estava bem perto de finalizado quando o pior aconteceu: gravado em Abril do ano passado, jaimie branch — falecida em Agosto desse mesmo ano — não chegou a poder lançá-lo pela própria mão. Faltando pouco mais do que afinar pormenores ao nível da mistura, acertar títulos e definir o design da capa, a International Anthem — casa editorial pela qual a trompetista de Chicago apresentava trabalho — achou por bem, junto da família e dos parceiros de estúdio de branch, dar seguimento a Fly or Die Fly or Die Fly or Die ((world war)) como álbum póstumo para assinalar o seu último voo por esta vida.


[Open Mike Eagle] another triumph of ghetto engineering

Apesar de ser, também, conhecido como comediante, a obra de Open Mike Eagle em matéria discográfica é coisa bem séria. Editado pela sua Auto Reverse Records, another triumph of ghetto engineering chega-nos, por isso, como mais uma prova cabal desse valor circunspecto que lhe é reconhecido enquanto rapper. E o sucessor de a tape called component system with the auto reverse pode não ter rimas de Armand Hammer ou batidas de Madlib, mas não deixa de trazer muito por escutar e decifrar as vezes que forem precisas.

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