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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/11/2021

Rotas modernas.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Don L, Pimenta Caseira, BADSISTA, Pye Corner Audio, R.A.P. Ferreira e M.A.C.

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/11/2021

Muita produção em português (ou com raízes portuguesas) na selecção desta semana, desde o rap com coisas relevantes para dizer vindo do Brasil até à vertente mais artsy do género, ficando ainda também de realçar a ida até ao Cais do Sodré de um grupo com r&b e jazz no sangue ou o regresso de um dos projectos mais importantes provenientes do hip hop criado na Margem Sul do Tejo.

Na última sexta-feira de Novembro de 2021, há ainda discos de Flora Matos (FLORA DE CONTROLE), CRIMEAPPLE (Sancocho), Kill Bill: The Rapper (Snowglobe Theory) e BONES & Lyson (SCRAPS). E, se vos apetecer, vão ouvir BADIU de Dino D’Santiago.



[Don L] Roteiro para Aïnouz (Vol. 2)

Em 2017, Núria Rito Pinto dava toda a atenção a Don L e ao seu Roteiro para Aïnouz (Vol. 3) — há entrevista com o autor, crítica ao disco e a inclusão na lista de melhores do ano da produção brasileira. Quatro anos depois, o segundo volume aterra e dá continuidade ao seu trabalho anterior, como se pode conferir nos títulos de algumas faixas e nas temáticas abordadas (como bem ajuizou um “twitteiro”, algo que fica entre “luta de classes e tesão”).



[Pimenta Caseira] Cais, Vol.1

Pimenta Caseira não é uma banda nem é um condimento, é um movimento”. Por vezes, não há aperfeiçoamento possível para um comunicado de imprensa — neste caso, aquele que apresenta este auto-proclamado “supergrupo” do Cais do Sodré. Eis o quarteto e funções respectivas: Ariel Rosa ataca a bateria e os pads (como já o fez em projectos de Nenny ou Nelson Freitas); a guitarra e a talkbox ficam a cargo de Fred Martinho a.k.a. B.E.R.A, nome dos HMB, tal como Zé Maria, incumbido do saxofone, dos sintetizadores e do vocoder; Yanagui, nome artístico de Gui Salgueiro, fica com as teclas. O produto é jazzístico, mas sem estremas; o r&b e o sabor pop estão sempre à mão de semear.



[BADSISTA] Gueto Elegance 

Era a produtora que reconhecemos pela obra de Linn da Quebrada (como o álbum Trava-Línguas, editado este ano) e como nome consagrado na arte da remistura (perguntem só a Kelela). Agora, BADSISTA assume-se em viva-voz, no seu primeiro longa-duração. Gueto Elegance é um compromisso entre a sua visão artística sem adulteração (mais ninguém a acompanha nas funções de produção e direcção musical) e a reunião de músicos internacionais, como as brasileiras Jup do Bairro e Ventura Profana, o congolês Rey Sapienz ou a queniana MC Yallah.



[Pye Corner Audio] Entangled Routes 

A editora Ghost Box desembrulha um interior de ficção científica. Trata-se do novo lançamento de Pye Corner Audio, a aventura hauntológica — como quem diz, fantasmática, pós-lúcida e difusa — do britânico Martin Jenkins. Depois de Stasis Hollow Earth (lançamentos, em respectivo, de 2016 e 2019), Entangled Routes densifica a viagem por texturas e cadências suspensivas, para catalisar novas sinapses e promover simbioses pouco ortodoxas.



[R.A.P. Ferreira] the Light Emitting Diamond Cutter Scriptures

Mais um com o selo da Ruby Yacht, mais um de R.A.P. Ferreira em 2021 — em Janeiro passado lançou bob’s son. Art-rap aparece nas tags de Bandcamp: por mais vago que esse termo seja, a verdade é que entendemos a intenção, cabendo ao rapper espelhar as suas palavras nos silêncios dos instrumentais — que tanto podem ser dançáveis como mais jazzy, sem nunca comprometer a importância daquilo que se quer dizer.



[M.A.C.] Sem Título

No regresso dos M.A.C. aos álbuns, nove anos depois de Muito a Contar, DJ Player serve de terceiro elemento, tomando conta da produção. E fá-lo bem: Kulpado e TNT soam frescos em cima dos seus beats, reclamando um lugar na pirâmide actual do panorama rap português. Chora. e AMAURA são as vozes convidadas para este álbum com selo da Mano a Mano.

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