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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/02/2022

Volta ao mundo através das canções.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de C. Tangana, DJ Lag, Ivan Ave, Parker & DoisPês, Curren$y & The Alchemist e Bonga

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/02/2022

Espanha, África do Sul, Noruega, Portugal, Estados Unidos da América e Angola: em seis discos, o Rimas e Batidas pisou seis países diferentes que se dividem por três continentes. Música fresca com hip hop a falar uma só língua até quando as coordenadas não são as mesmas e a tradição com um pé no passado e outro no presente. Muito entusiasmante. Mais paragens? Nicholas Craven (Craven N 3), Yeat (2 Alivë), Beach House (Once Twice Melody), Inóspita (Porto Santo) e Big K.R.I.T. (Digital Roses Don’t Die) assumem essa despesa



[C. Tangana] El Madrileño (La Sobremesa)

Depois do repasto, o doce. C. Tangana foi-se desfazendo do reggaeton mais libidinoso e do hip hop mais quebradiço. Já sabemos onde foi dar. O EP pandémico Bien:( promulgou um Tangana mais emo, que secretamente já derramava o coração em infusões de pop, flamenco e rumba — e assim se proclamou El Madrileño. E porque parar com a sagração? Antes de arrancar a “Sin cantar ni afinar Tour 22” e a extensão por festivais de Verão, o artista reedita o álbum platinado com nove faixas-bónus.

Porquê La Sobremesa? Reparem na capa: é um pormenor da sua actuação no NPR Tiny Desk – praticamente já um clássico – transformado em quadro. Duas das actuações estão incluídas no novo alinhamento, que compila ainda quatro inéditos (“La Culpa”, “Bobo” e “Te Venero”) e singles previamente avulsos (“Para Repartir”, “Ateo” com Nathy Peluso”, “Yate” e a primeira versão de “Un Veneno”, já a datar de 2018).



[DJ Lag] Meeting With The King

Da África do Sul chegam-nos ondas de gqom — um presente vibracional que podemos agradecer a DJ Lag. É ele o arquitecto do som que tomou conta da cidade de Durban: design rítmico sincopado, batidas colossais, o motor inegável do suspense. Depois de produzir uma faixa em The Lion King: The Gift, a banda sonora curada por Beyoncé, Lag liberta o seu álbum de estreia. “Ninguém está pronto”, avisa o produtor em entrevista à DJ Mag, sobre um disco que pretende assinar o armistício entre o peso do gqom e a leviandade do amapiano (o estilo vencedor nos charts).



[Ivan Ave] Mid Season

If it ain’t broke, don’t fix it; na sua biografia promocional, Ivan Ave é o primeiro a apontar que a sua música deriva de uma infância passada a ouvir Janet Jackson e Fugees. Parece-nos uma boa apresentação para o rapper norueguês que editou Double Goodbyes, o seu terceiro álbum a solo, em 2020. A meio da preparação de um novo LP, All Season Gear — portanto, a meio de uma “temporada” —, Ave prolonga o seu estilo plácido de versar, em que o corriqueiro encontra a caixa de ritmos. (A edição em vinil de 10 polegadas inclui uma faixa-bónus e instrumentais.)



[Parker & DoisPês] listadecompras

Falar do mundano com alguma profundidade é, provavelmente, das coisas mais difíceis de se fazer — agora façam-no numa música e vão ver o quão complicado se torna. Parker escreve e atira as palavras, DoisPês cria a atmosfera: no final, esta curta listadecompras é “meio que em memória do MF DOOM, por também ser um EP sobre comida”, deixando ainda a dica para J Dilla e os seus Donuts no título de umas faixas. Para aqueles que se andam a regalar com os Navy Blues e Alchemists desta vida, há aqui uma opção válida em bom português.



[Curren$y & The Alchemist] Continuance

Por falar em alquimia nos instrumentais, o verdadeiro alquimista volta a activar a parceria com Curren$y para dar Continuance a mais uma dupla que parece não se esgotar em termos de ideias. Para dar uns toques nas participações, The Alchemist ainda vê rappers como Boldy James, Babyface Ray, Havoc, Wiz Khalifa, Styles P e Larry June, muitos destes clientes habituais dos seus beats, a trocarem rimas com a tranquilidade de quem se encontra entre grandes.



[Bonga] Kintal Da Banda

50 anos se passaram desde que Bonga inaugurou a sua discografia com Angola 72, tornando-se, a partir daí e década após década, num dos mais importantes da música angolana e, consequentemente, da música portuguesa e lusófona. Em Kintal Da Banda, a lenda viva não disfarça a passagem do tempo, mas fá-lo com a propriedade do presente — e vai até à infância para trazer para a frente o que ficou para trás.

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