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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/10/2022

Vêmo-nos em Braga.

Semibreve’22: esta é uma viagem em direcção ao som

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/10/2022

A aventura recomeça hoje. A edição 2022 do Semibreve renova a oportunidade do encontro com o inesperado, do mergulho no desconhecido e essa é uma das melhores propostas que qualquer programação pode avançar.

“O Festival Semibreve, organizado desde 2011 pela AUAUFEIOMAU com o apoio da Câmara Municipal de Braga, afirmou-se como um evento incontornável no panorama da música eletrónica exploratória nacional e internacional da última década”, explica-se o próprio deixando ainda saber que “ao abrigo de programas pensados a partir das especificidades locais e patrimoniais da cidade de Braga, respeitando princípios de inclusividade, diversidade e comunidade, o Semibreve apresentou, ao longo dos anos, espetáculos, encomendas e instalações por alguns dos mais relevantes artistas da atualidade, mantendo igualmente um papel ativo da promoção da arte digital no Norte de Portugal”. De facto, é nítido o cuidado – não apenas no desenho e manutenção de uma vincada identidade estética e programática, mas também ao nível de questões que se erguem hoje como fundamentais em qualquer evento – as que derivam da procura da inclusividade e diversidade, obviamente, mas também as que procuram fomentar redes comunitárias, suscitar debates e alimentar pensamento. E aí o Semibreve tem-se realmente distinguido.

Para lá do sempre desafiante programa de instalações (que se pode consultar aqui), e das talks (e clarificação, em nome da transparência: quem assina estas linhas e estará atento aos eventos que irão decorrer no Theatro Circo – outra pessoa da equipa ReB, Maria de Carvalho, olhará para os restantes eventos do festival – será moderador da conversa com membros da label portuguesa Príncipe) que permitirão escutar François J. Bonnet & Stephen O’Malley e, noutro momento,  José Moura, DJ Marfox e Xexa, o Semibreve aprofunda a sua veia exploratória com um conjunto de espectáculos muito especiais que terão lugar no Santuário do Bom Jesus do Monte, gnration, nos dois espaços do Theatro Circo (a sala principal e o pequeno auditório), Mosteiro de Tibães, Museu Nogueira da Silva, Capela Imaculada do Seminário Menor e Salão Medieval da reitoria da Universidade do Minho. Uma maneira perfeita de cumprir igualmente a missão de dar a conhecer a cidade a quem nesta ocasião a visita.



Em primeiro lugar, hoje à noite, no Santuário do Bom Jesus do Monte, apresentar-se-á o espectáculo resultante da encomenda que o Festival Semibreve fez a Violeta Azevedo e Félicia Atkinson e que já mereceu atenção na entrevista que as duas artistas nos concederam.

A primeira maratona fica, portanto, reservada para amanhã, sexta-feira, com apresentações no Theatro Circo (a partir das 21h30) de KMRUFrançois J. Bonnet & Stephen O’Malley e David Maranha e ainda, no gnration (da 00h15 em diante), de Gábor Lázár, Jana Rush e Bleid. Uma jornada exploratória que promete serpentear entre o ruído e o silêncio, a repetição e o êxtase, o pulso electrónico e a libertação comunitária na pista.

Os concertos de sábado arrancam com apresentação de Malcolm Pardon na Capela Imaculada do Seminário Menor (17h30) e depois, já no Theatro Circo (a partir das 21h30) de Maxwell Sterling com Stephen McLaughlinAlva Noto e Ben Vida com Lea Bertucci, terminando a viagem no gnration (com iníco à 00h15) com Xexa, DJ Kolt e DJ Marfox a protagonizarem uma especial celebração da primeira década de vida da Príncipe. Uma vez mais, uma intensa, fragmentada e desafiante viagem por diferentes áreas musicais, com a electrónica a ser preponderante, mas não exclusiva, com matéria de eleição para corpo e mentes. Tudo certo.

O festival terá no domingo a sua derradeira etapa. O lendário Jan Jelinek tomará conta do austero Salão Medieval da Reitoria da Universidade do Minho (a partir das 16h00), seguindo-se Caterina Barbieri e o Drumming GP com Burnt Friedman no Theatro Circo (pelas 17h15 e 18h40, respectivamente). Entre os labirintos mais melódicos e os abismos de profundidade rítmica, o ponto final musical na aventura não poderá ser mais satisfatório, certamente. Uma viagem em direcção ao som, sem dúvida.


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