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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/07/2019

"Waters (Pa Nu Poi Koraji)" tem a participação de Lowrasta.

Se não sabiam antes, sabem agora: Chullage é Prétu

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 26/07/2019

“Waters (Pa Nu Poi Koraji)” é o primeiro single de Prétu. Lowrasta é o convidado neste avanço do novo projecto de Chullage, rapper e produtor que se junta a Miguel Almeida (MDA Colors) para a realização do vídeo para que, ao invés de trabalhar com actores ou modelos, chamou “uma empregada de limpeza, um trabalhador da construção civil, uma padeira, uma operadora de loja, estudantes, atletas e outros que fazem parte do seu círculo pessoal”.

Segundo o próprio, esta canção reflecte “sobre a exploração dos corpos negros na nossa sociedade”, centrando-se “na forma como estes ainda são tratados como gado ou mercadoria”. Para isso, Prétu recorreu a samples de Princezito (“Bakandesa”) e Vadú (“Speransa 2004), músicos cabo-verdianos que são resgatados e se unem, através do sampling, a “programações com influências do dub ao batuku, kilapanga, hip hop ou grime”. Ao contrário do que acontecera em empreitadas anteriores, as músicas deste projecto são produzidas na íntegra pelo “poeta sónico e visual”.

Num comunicado enviado para a caixa de correio do Rimas e Batidas, a nova “cara” do autor de Rapresálias é apresentada como o resultado de uma “justaposição e transformação das suas origens e referências africanas com as suas influências electrónicas para expressar o seu pensamento sobre o colonialismo, o Pan-africanismo e o contexto político de África e da sua Diáspora”, acrescentando que “é uma conversa consigo e com a sua comunidade onde se propõe a matar o preto ou a preta que a prática colonial e racista construiu dentro de nós, para que daí, da reafricanização do espírito, possa nascer uma nova entidade prétu/préta.”

Este ano, Chullage entrou em dois discos que irão certamente fazer parte das listas de melhores de 2019: Classe Crua, de Beware Jack & Sam The Kid, e Bairro da Ponte, de Stereossauro. Digno de nota foi também o seu encontro inusitado com Norberto Lobo nas Carpintarias de São Lázaro.


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