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Fotografia: Ana Viotti
Publicado a: 25/07/2019

Dançar foi a palavra de ordem.

Rincon Sapiência no Musicbox: o regresso do Manicongo

Fotografia: Ana Viotti
Publicado a: 25/07/2019

Rincon Sapiência foi o responsável pelo concerto de ontem no Musicbox, espaço que este mês programou artistas como Nubya Garcia e OSHUN, por exemplo. Dos três nomes referidos, o primeiro é o que mais diz ao público português, principalmente depois do lançamento de “Língua dos Campeões” — essa ponte transatlântica entre Portugal e Brasil — e “Na Quebrada”, a sua versão de um tema de PEDRO.

Quem lhe conhece a música sabe ao que vai. Rincon é, muito provavelmente, um dos mais prolíficos e multifacetados MCs brasileiros a surgir nos últimos anos, e gosta de o demonstrar. Mas desengane-se quem acha que só a velocidade e o conteúdo o destacam na apresentação ao vivo. A prestação de Mista Luba é um forte contributo para uma performance que vai para além da interpretação de músicas de um disco. Da parte do DJ há scratch (que é sempre de valorizar numa festa de hip hop), há esforço no teclado MIDI e há mestria no disparo dos instrumentais. Do lado do protagonista há o rap e as letras que todos conhecem, há a atitude atrevida que lhe é conhecida e há até a particularidade de tocar melódica ao vivo.

Quem vai ver Rincon Sapiência não pode esperar um concerto de hip hop tradicional onde se põe a mão no ar a noite inteira. Com o Manicongo, o espectáculo é outro. O rap funde-se com o funk e o samba para uma verdadeira balada ao estilo brasileiro, e todos dançam. “Homem ‘tá rebolando, mulher ‘tá rebolando e eu ‘tou vendo tudo daqui”, uma frase de Rincon que ilustra na perfeição o que se passou ontem num Musicbox onde o sotaque brasileiro sobressaía tanto no palco como fora dele.

Este foi mais um concerto que teve como base o trabalho Galanga Livre (2017), disco que já o levou a vários pontos do globo. A animada actuação fez-se ao som de hits como “Ponta de Lança (Verso Livre)”, remisturas funk e até uma competição de créu a quatro em pleno palco. Cerca de uma hora de entretenimento puro em que o artista fez muito mais que cumprir calendário, algo reflectido nas caras do público diversificado que ocupava o club no Cais do Sodré.

 

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