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Queno nas rimas e Virus nos beats: Psoríase é o novo EP da dupla que une energias de Matosinhos e Porto em nove faixas acabadas de disponibilizar.
Membro do colectivo Métricas de Encaixe, Keno (ou Queno) contou ao Rimas e Batidas toda a história por trás deste novo trabalho: “O projecto nasceu pouco depois de eu descobrir que tinha uma doença de pele crónica. Na altura, tinha feito uma faixa para uma compilação do Vírus que seria completamente produzida por ele com o objectivo de juntar vários rappers do Porto, mas entretanto essa compilação acabou por se atrasar e eu acabei por fechar outra track num instrumental do Vírus. Foi no momento em que ouvimos as duas faixas que o Vírus me propôs fazermos um EP em que ele produziria todos os beats, e nesse mesmo momento, disponibilizou-se a mostrar-me os instrumentais que tinha livres. A partir daí, foi o início do processo. O nome do EP surgiu após juntar 1 + 1. Como referi, tinha descoberto que tinha uma doença de pele crónica e ao mesmo tempo ‘tava a fazer um EP com o Virus, por isso a minha doença seria o nome do projecto, Psoríase. Para quem não sabe a Psoríase é uma doença de pele auto-imune em que o sistema imunitário vê as células como um ataque para o nosso corpo, o que faz com que os nosso sistema imunológico esteja constantemente a atacar a pele, desta forma a pele está sempre a renovar-se o que faz com que apareçam as escamas e as feridas no corpo. Eu peguei nisto e associei ao rap. Um gajo pode ser visto como uma ‘doença’ e por isso precisa de se defender constantemente, tal como o meu sistema imunitário.”
Virus, que também lançou recentemente um projecto com rimas de Weis, conta a sua versão da história: “Bem, toda esta “doença” nasceu muito naturalmente. Eu estava a preparar um projecto que ia juntar vários MCs do Porto. Ia-lhe chamar meetape. Mas, como todo o bom povo sabe, no movimento hip hop hoje em dia somos todos orgulhosamente egocêntricos, portanto metade dos MCs não escreveu uma letra sequer durante um ou dois meses ou alguns nem sequer responderam ao chamamento. Bem, quem foi o único que se empenhou e me entregou um som feito passado dois dias de eu ter deixado o convite? Claro, [o] meu puto Keno! Bem, isto desenvolveu-se quase sem querer… Ele mandou-me o som eu mandei-lhe talvez mais 10 beats a ver o que ele sentia e tal, para ver se algo mais despertava. Pois bem, desses 10 beats, que não eram os mais prestigiados da minha lista, acabaram por sair 8 sons. A maior parte dos beats eu nem sentia, para ser sincero, mas o Keno foi uma lufada de ar fresco. Escolhidos os beats, eu tinha um trabalho em França durante um mês, por isso ia estar ausente e impossibilitado de trabalhar em conjunto. Chego a portugal e o Keno já tinha as faixas todas gravadas. Pois, isto tudo para dizer que este gajo é um animal a escrever. Enquanto metade das pessoas me deixa a pensar qual é o amor que tem pela musica,o Keno nem me dá tempo para pensar.É para fazer e pronto.”
A doença está pronta a ser espalhada pelo rapper de Matosinhos, que conta ter novos projectos planeados para 2017, e Virus que também tem mostrado ter uma agenda preenchida:
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