Depois de lançar Fazer da Trip Coração (2021), Impish (2022), e dos mais recentes singles “Algorhythm for the People” (2023) e “Maldigo” (2024), a cantora e produtora Puçanga está prestes a regressar às edições com Peopleries (Vol.1), um novo EP que será lançado no próximo dia 21 de Maio em formato digital, acompanhado por uma zine em formato físico. A apresentação ao vivo acontece dois dias depois, a 23 de Maio, nas Oficinas do Convento, em Montemor-o-Novo, abrindo uma tour que passará também pelo Porto, Lisboa, Barreiro e Évora.
Anunciado como o primeiro volume de uma série, Peopleries reúne arranjos de canções populares de diferentes geografias, ligando Portugal, Brasil, Venezuela, Chile e Roménia. Um mapa emocional que, segundo Puçanga, celebra “as coisas simples da vida, que muitas vezes passam despercebidas, mas que carregam uma carga emocional e simbólica”. Do trabalho à água, da infância às despedidas, estas canções — explica a artista — “trazem um saber popular e um sentido de união essenciais à resistência cultural e política”.
O título do projeto junta as palavras people e libraries, sugerindo que as pessoas são como bibliotecas vivas, guardiãs de saberes transmitidos oralmente ao longo do tempo. Uma ideia que já vinha sendo antecipada na entrevista dada a João Mineiro, no Rimas e Batidas, onde afirmava a importância da renovação da essência popular do folclore que, nas suas palavras, “tem a sua origem ligada às condições de trabalho, às canções cantadas em comunidade, a hábitos que vêm do trabalho, mas também da convivência com o teu vizinho, com a tua comunidade”.
A gravação do EP contou com Puçanga na voz e eletrónica, tendo ainda reunido participações de João Pereira (bombardino), Leonardo Carvalho (percussão), Amanda Gonçalves (voz) e Lívia Silva (voz). A gravação ficou a cargo de Beatriz Bronze (aka EVAYA), com mistura e masterização de Henrique Apolinário. A identidade visual ficou a cargo do artista Mark Angelo Harrison.
Ao vivo, Peopleries será apresentado em formato trio, juntando eletrónica encantatória, o som etéreo e incisivo do bombardino, uma bateria clássica com elementos tradicionais e as vozes. Além da estreia em Montemor-o-Novo, a digressão seguirá para o Passos Manuel (Porto) a 5 de Junho, DAMAS (Lisboa) a 7 de Junho, ADAO (Barreiro) a 13 de Junho e SHE (Évora) a 27 de Setembro. Em todas as datas, com exceção da estreia, o concerto de Puçanga será antecedido pela atuação de FE, músico uruguaio que explora uma música de contornos oníricos e magnéticos.
No passado mês de Março, a combustão lenta records selou a edição de Ao vivo em Penude de Baixo, registo discográfico que recupera a actuação de Puçanga na edição de 2023 do ZigurFest, em Lamego, também com João Pereira, Leonardo Carvalho, Amanda Gonçalves e Lívia Silva a integrar a banda que a acompanhou nesse espectáculo.