Pé ante pé, com ou sem consensos, Lisboa começa a regressar a uma tímida normalidade. As maiores salas, naturalmente, levam vantagem no momento de voltar a abrir portas e às pequenas começam a revelar-se interessantes parcerias com os teatros e outros equipamentos culturais municipais, fundamentais para tentar minimizar o estrago e impedir o sufoco, quase sempre imediato, da cultura em momentos de crise.
Este domingo, dia 5 de Julho, o MAAT joga luz sobre as manifestações sonoras de uma Lisboa mais alargada, a única possível, ao convidar os rappers Primero G, Ghoya, Né Jah e Mynda’Guevara para uma tarde onde música e conversa se unem em torno do rap crioulo de origem cabo-verdiana e o lugar que ocupa na representação da realidade urbana e do tecido cultural português.
No âmbito do programa Terra Irada: Expressões comunitárias de música e com curadoria a cargo de Pedro Gomes, Rap Crioulo e a realidades dos bairros da Grande Lisboa e Margem Sul propõe uma “leitura de campo, daquilo que tem sido a Lisboa dos bairros do final da década de 1990 até agora” com o objectivo de tornar claro o papel do rap enquanto lampião do que se passa num mundo “cada vez mais insustentável, onde a intolerância, o racismo, o fascismo, e o capitalismo, não podem merecer qualquer tipo de misericórdia.”
Com entrada gratuita, — o acesso aos museus e equipamentos culturais da cidade continua livre, a cada primeiro domingo do mês –, a conversa moderada por Ana Garcia de Mascarenhas e as actuações acontecem a partir das 16 horas e marcam, ainda, aquele que é o Dia da Independência de Cabo Verde. É expectável a entrada limitada e o uso de máscara no recinto, com recurso ao distanciamento social recomendado.