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Publicado a: 04/12/2018

Praso sobre Alma & Perfil: “Procurava acima de tudo um significado para aquilo que fazia”

Publicado a: 04/12/2018

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] Direitos Reservados

Praso vai comemorar os dez anos de Alma & Perfil em palco. No dia 28 de Dezembro, o rapper e produtor actua em nome próprio no Titanic Sur Mer, num evento que vai também contar com Subtil e Fred Mineiro, artistas com novos discos na bagagem para apresentar.

Poucos discos envelhecem como Alma & Perfil, editado originalmente em 2009 e de forma totalmente artesanal. É lá que reside “Qualquer Coisa e Um Pouco de Jazz”, um dos temas que mais satisfaz os ouvintes de Praso e que facilmente serve de trunfo numa apresentação em cima do palco. Em conversa com o Rimas e Batidas, o rapper e produtor do colectivo Álcool Club revelou que abordou Alma & Perfil como se este se tratasse do seu “último disco”: “Há dez anos procurava acima de tudo um significado para aquilo que fazia, pessoal e artisticamente. Gravei a primeira música em 2001/2002 e até 2009, para mim, já tinha passado bastante tempo. Entre esses anos fiz vários projectos e alguns concertos, vi um movimento que me inspirou, educou, fez-me divertir, amadurecer e acabou por esfriar…”

Alma & Perfil vai também ser reeditado e as novas cópias vão estar disponíveis no dia do concerto no Titanic Sur Mer. Esta será a primeira vez que o disco é recriado através de um processo industrial, já que para a primeira edição Praso levou o espírito do Artesanacto à letra: “Foram apenas 150 cópias, que gravei no PC e colei um autocolante. O disco era embalado numa bolsa de cartão, desenhada pela Mafalda Especial, que também fez as fotos e a capa.” Nesta segunda vida de Alma & Perfil, Sara D. Francisco é quem assina a nova capa, “sem nunca esquecer o grafismo do original”. Além dos temas que fizeram parte da edição original de 2009, Praso garante ainda que a reedição virá apetrechada com músicas inéditas.

O concerto no Titanic Sur Mer servirá para “fazer a ponte para o futuro”, já que o artista de Sines tem em mãos o álbum Livre e Espontânea Vontade, do qual vai começar a revelar alguns temas ao vivo — o primeiro single foi avançado há um ano. “O álbum já vai num estado bastante avançado. Ainda tenho faixas a serem desenvolvidas, mas posso avançar que o disco sairá no dia 25 de Abril”. Palavra de Praso.

 



Rebobinando um pouco a cassete: o que ia na cabeça do Praso há dez anos quando te encontravas a preparar o Alma & Perfil? Lembras-te da concepção do disco, desde a escolha dos samples para os beats aos assuntos que escolheste abordar?

Há dez anos procurava acima de tudo um significado para aquilo que fazia, pessoal e artisticamente. Gravei a primeira música em 2001/2002 e até 2009, para mim, já tinha passado bastante tempo. Entre esses anos fiz vários projectos e alguns concertos, vi um movimento que me inspirou, educou, fez-me divertir, amadurecer e acabou por esfriar… Em 2008 começo a escrever letras para aquele que seria o meu “último disco”,  já que quase só na nossa zona é que realmente se conseguiam vender algumas cópias e o investimento de uma edição de autor nem sempre era a melhor opção. Alma & Perfil já era o título mesmo antes da primeira música gravada. Ouvi centenas de músicas, produzi dezenas de beats até encontrar os que melhor se encaixavam nas letras que tinha. Os assuntos eram o meu quotidiano e filosofia de vida.

Na altura o rap não tinha ainda a força de expressão que tem hoje, mas conseguiste criar temas que vão viver para sempre nas nossas cabeças — o “Qualquer Coisa e Um Pouco de Jazz”, por exemplo, ainda te é pedido para cantar ao vivo nos dias que correm. Como é que tens assistido ao envelhecimento do álbum?

Às vezes parece que é o rejuvenescimento do álbum [risos]. De um forma ou outra, há sempre mais alguém que se identifica com o que fiz, acabando por lhe dar vida. Alguém que passa pelo que passei na mesma altura.

Há uma década eras, se calhar, mais um “artista de quarto”, e hoje já é frequente ver-te actuar nos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto. Que balanço fazes da tua evolução e trajecto enquanto artista, tanto a solo como nos Alcool Club?

Agora, com certeza, sou ainda um artista de quarto, pois pouco gravei fora dele, o Artesanacto. O balanço é muito positivo. No princípio pensava que não ia tocar sequer mais longe do que aquela pizzaria em Porto Covo onde me estreei. Ter chegado à Casa da Musica com Alcool Club foi a prova de que temos quem nos ature!

Vais reeditar em breve o Alma & Perfil em CD. O que significa para ti conseguires oferecer uma nova vida a um dos teus primeiros trabalhos, especialmente numa época em que a música tem um tempo de vida cada vez mais curto?

O disco nunca teve um formato físico de fábrica. Foram apenas 150 cópias, que gravei no PC e colei um autocolante. O disco era embalado numa bolsa de cartão, desenhada pela Mafalda Especial, que também fez as fotos e a capa. Para esta reedição, a Sara D. Francisco fez um novo design e uma nova capa, sem nunca esquecer o grafismo do original. Nesta edição especial, para além das músicas originais do álbum Alma & Perfil, de 2009, também vão encontrar temas posteriores e anteriores ao mesmo.

O que é que nos podes adiantar sobre o evento no Titanic Sur Mer? Vais tocar o Alma & Perfil na íntegra? Reservas alguma novidade para quem te vai assistir ao vivo?

Vou tocar principalmente os temas do álbum, mas vou também fazer a ponte para o futuro, pois vou apresentar temas inéditos do meu próximo trabalho – Livre e Espontânea Vontade, LEV.

Já fez um ano desde que começaste a promover o Livre e Espontânea Vontade, que será o teu próximo álbum. Em que fase se encontra o seu desenvolvimento? Já há algum detalhe que nos possas começar a revelar?

O álbum já vai num estado bastante avançado. Ainda tenho faixas a serem desenvolvidas, mas posso avançar que o disco sairá no dia 25 de Abril.

 


Praso revela primeiro single do novo álbum

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