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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/07/2023

O rapper vai actuar no Beat Fest este sábado.

Piruka: “Noto que o meu público se tem vindo a alargar em idades e realidades de vida”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/07/2023

O Beat Fest está de volta a Gavião, no distrito de Portalegre, embora este ano o festival tenha aberto o seu leque musical e passado a incluir artistas de outros géneros nas primeiras duas edições, em 2018 e 2019, dedicou-se em exclusivo ao rap português, o que o tornou no primeiro evento do género. Este ano vão passar por lá nomes como Bárbara Tinoco, Veigh, X-Tense, Treyce, Domingues, Leo2745, Kid Robin ou Visco, que também falou com o Rimas e Batidas.

Ainda assim, não falta rap nesta edição de regresso e Piruka é um dos cabeças de cartaz. O MC da Linha de Cascais lançou em Junho um novo álbum, Iluminado, com 14 faixas “Fé”, “Beijo” e “Anjos Não Falam” foram alguns dos temas mais badalados. Para antecipar o concerto marcado para sábado, 29 de Julho, e assinalar o lançamento do disco, colocámos, por escrito, algumas perguntas ao rapper.



Lançaste este ano um novo álbum, Iluminado, que estás a apresentar ao vivo. O que procuraste ter neste disco? Qual é o seu conceito?

Acima de tudo procurei ser eu e não forçar um ADN que não o meu. Acho saudável a existência de parcerias entre artistas, produtores, etc., mas nunca procurando algo que seja forçado ou que vá soar a isso. Neste álbum optei por trabalhar, acima de tudo, com dois produtores — o Rusty e o Lazuli — e depois com um ou outro apontamento diferente, acho que o projecto é a minha cara. E o conceito é mesmo esse: ser eu.

Disseste-nos, em 2016, que o teu processo de escrita está directamente ligado ao teu processo de vida. Que experiências da tua vida é que marcaram mais este álbum?

A vida vai acontecendo, vai evoluindo, e, com ela, vamos também ficando mais maduros, os ideais de vida vão ganhando outros contornos, a visão que temos das coisas vai-se alterando. Sempre fui, mas acho que cada vez mais sou um homem de família. Acima de tudo ligado às minhas filhas, óbvio.

Houve alguma coisa que tenha mudado no processo criativo deste álbum? Como é que descreverias a construção do disco?

Foi demorado. Foi feito sem pressas e de forma natural. Parte do disco já estava feita há três anos. E o processo foi esse: fazer as coisas com calma, ir melhorando aqui e ali, e acho que ficou uma obra bem conseguida.

Tens tido sempre 14 faixas nos últimos discos. É uma coincidência ou existe um motivo específico?

É curioso, porque já outras pessoas repararam nisso. Se calhar não é coincidência…

Para alguém que atingiu um nível de popularidade e impacto nacional, o que falta conquistar? Quais são as tuas maiores ambições artísticas que ainda estão por concretizar?

Há sempre mais por fazer e conquistar. Graças a Deus que a minha carreira tem sido muito boa, sinto-me realmente abençoado e agradeço todos os dias por isso. Já pisei os maiores palcos do país, nas ilhas, fora de Portugal… Mas há sempre mais por fazer. Acho que em breve vamos ter novidades!

O que é que o público pode esperar da actuação no Beat Fest? O alinhamento vai centrar-se neste álbum mas também irá incluir faixas de outros discos?

Este álbum ainda está num processo de trabalho para apresentação ao vivo. Há muito sumo para espremer e a intenção é mesmo essa. Não queremos dar tudo já. Há um ou outro apontamento, claro, mas o alinhamento conta com os meus maiores clássicos e faixas de outros projectos.

O Beat Fest acontece em Gavião, no interior do Alentejo. Como é que encaras o facto de teres tanto impacto em realidades distantes da tua?

Boa pergunta! É algo que também me surpreende, por vezes. Noto que o meu público tem vindo a alargar-se no que toca a realidades de vida e até de idades. Acho que sou mesmo um artista que consegue ir de uma ponta à outra. Encaro isso de forma positiva, fico contente.

Embora tenha nomes de outras áreas musicais, o Beat Fest é um evento muito ligado ao hip hop tuga. Faltam eventos mais especializados nesta área? Ou o rap em Portugal está bem representado, tendo em conta que hoje em dia existe espaço nos cartazes de muitos eventos?

A minha resposta é “sim” para ambas as questões. Sem dúvida que o hip hop está por todo o lado, está nos maiores cartazes e festivais que se fazem em Portugal, tem crescido e ganhado preponderância de ano para ano e é inegável o impacto que tem no público. E se o público pede, o público é que manda. De qualquer forma, creio que faltam mais eventos só de, pura e simplesmente, hip hop. Temos artistas e público para isso. Até para dar oportunidade a mais gente de se mostrar.


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