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Publicado a: 27/04/2018

PEDRO sobre “Na Quebrada”: “Consigo dizer que é a melhor faixa do ano”

Publicado a: 27/04/2018

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Hélder White

Nos últimos anos, Pedro Maurício juntou-se à lista de produtores que, sem fazer grande ruído, começaram a invadir (e a abalar) o panorama nacional. E quando dizemos “sem fazer grande ruído”, falamos de discrição. Os holofotes estão nas canções. Porém, a música às vezes fala tão alto que somos obrigados a decorar o nome. Um desses exemplos é “Drenas”, uma das faixas que marcaram 2017, e que agora surge como “Na Quebrada”, tema em que Rincon Sapiência entra sem pedir licença.

Em 2018, o membro da Enchufada está a provar que o caminho é para a frente (e para cima também, se possível): “MPTS” e “Contigo”, música de Carlão, são dois hits instantâneos, ambos co-produzidos com Branko. A vida de estrada também mudou: andou em tour com o “mestre” pela Europa, actuou na edição deste ano do Lisboa Dance Festival e tem a presença garantida no NOS Alive 2018.

E ainda estamos na primeira metade do ano. Numa curta conversa no quartel-general da Enchufada, o produtor anteriormente conhecido como Kking Kong prometeu um novo EP — que irá ser lançado por uma label britânica –, revelou que o novo disco do Dino D’Santiago também contará com o seu contributo e falou sobre a colaboração com o autor de Galanga Livre.

 



Antes da colaboração, já conhecias a música do Rincon Sapiência?

Já tinha ouvido demos do Galanga Livre, que é o álbum dele. E toda a gente conhecia o “Ponta-de-Lança (Verso Livre)”.

Como é que surgiu a oportunidade de estarem juntos no estúdio?

Ele vinha cá fazer uma data no Musicbox. E ele na altura já vinha para cá uns dias antes, que ele estava a fazer uma tournée na Europa, e calhou o João, o Branko, convidá-lo para vir aí ouvir umas coisas e tudo o mais. E houve ali um conjunto de circunstâncias muita porreiras: aquilo foi pouco tempo depois de ter saído a Enchufada na Zona, a compilação. E na altura que o Rincon chegou aquilo já ‘tava com um milhão e tal, que foi muito fixe, calhou mostrarmos esse beat, ele ouviu, ficou meio interessado, nós mostrámos mais alguns sons do nosso catálogo e tentou fazer-se ali uma brincadeira engraçada, que depois resultou neste tema.

Ele gravou enquanto esteve cá?

Foi naquela noite. O Branko fez a captação toda, guiou todo o processo e a cena aconteceu assim.

E vão sair mais coisas?

Por enquanto não, ficámos por aí.

 


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Andas atento ao que se anda a fazer no rap brasileiro?

Tenho estado atento. Acho que até é uma porta que eu posso abrir para trabalhar com vários MCs de funk/baile-funk. Tenho ideia que estão cá alguns em Portugal, não te sei dizer os nomes, mas sei que está cá o Mano DJ, mas já tinha trabalhado com rappers brasileiros com o projecto Língua Franca. Tenho lá uma faixa com o Fred Ferreira.

O que é que andas a preparar?

Estou a trabalhar em conteúdo meu nos últimos 3 meses. Desde que começou o ano, fiz a cena de mudar o nome. Abriu-me outras portas, no sentido mesmo pessoal. Senti-me mais à vontade para entrar em contacto com artistas. Tive a tournée com o Branko.

Como é que correu?

Correu super bem. Nove datas super fixes a tocares com o mestre. Tipo aquela cena brutal. E sempre bem recebidos. Todas as datas foram muito fixes. É um privilégio enorme tocares com o Branko, é o que eu posso concluir disso.

Tenho feito coisas com o Dino D’Santiago, que vão agora sair no disco dele — colaborações com o Branko. Lancei o “MPTS” com o Branko também. Saiu agora também o single “Contigo”, do Carlão, que fiz com o Branko.

E vais ter mais faixas no disco do Carlão?

‘Tou a tentar. ‘Tou a tentar persuadi-lo a ter mais conteúdo meu lá.

E a solo?

Estou a juntar um EP, mas para sair pela Busy Life. Existe um duo electrónico de Londres, que são os Busy Twist, ’tou na agência deles agora, tenho um agente inglês há pouco tempo, e vou lançar EP por eles.

Ainda sobre o “Drenas”: quando estavas a criar a faixa, alguma vez pensaste que teria um boom destes?

Não. Não porque eu fiz o “Drenas” no dia anterior ao LDF’17. Faz um ano. E era uma faixa que ia meter na net só porque sim. Aquilo depois entrou na Enchufada na Zona, tornou-se a faixa mais ouvida da compilação e depois resultou nisto da “Na Quebrada” com o Rincon. Creio que sou o primeiro artista português a colaborar com ele. Consigo dizer que é a melhor faixa do ano. Mesmo garantido em itálico [risos]. Lixado, não é? É meu. [risos]

 


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