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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 23/09/2025

A primeira vez em nome próprio na emblemática sala lisboeta.

Papillon vai “consolidar o trabalho de muitos anos, de muito grind”, no Coliseu dos Recreios em 2026

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 23/09/2025

Dia 20 de Março de 2026, o palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, está reservado para receber um novo espectáculo que está a ser delineado por Papillon. Os bilhetes foram colocados à venda por valores entre os 20 e os 30 euros.

São já mais de 10 anos de hip hop. Rui Pereira começou por se destacar por entre o colectivo GROGNation, mas desde 2018 que vem confirmando o potencial para vingar enquanto artista a solo, depois do belíssimo álbum de estreia a solo que editou nesse ano, Deepak Looper. Hoje defende as cores da Sente Isto, a editora fundada por Slow J e o seu manager Tomás Martins, e foi por lá que lançou o seu mais recente trabalho, Jony Driver (2022), em que demonstrou uma maturidade rara para lidar com assuntos mais sensíveis, mantendo a fasquia elevada no que toca à renovação sonora a que os seus poemas se agregam.

Em 2025, Papillon voltou a jogar o jogo dos lançamentos. Começou por surgir ao lado de Bispo enquanto convidado no single “Não dá pa parar” e, em Março, voltou às edições em nome próprio com “Já Entendi”, uma canção com produção dos GOIAS. Ao Rimas e Batidas, o MC de Mem Martins confirma estar a trabalhar num projecto novo que culminará com a ambiciosa apresentação ao vivo em agenda para o Coliseu dos Recreios.



A tua relação com o Coliseu dos Recreios já é longa. Acredito que já lá viste muitos concertos, chegaste a actuar enquanto parte de GROGNation e já foste convidado de vários artistas que por lá passaram — ainda este ano representaste Mem Martins ao lado do Bispo num concerto dele. Quando é que sentiste que os astros estavam alinhados para dares este passo de agora reservares essa mesma sala em teu nome? Era um “bichinho” que já vinhas a alimentar há algum tempo?

Em primeiro lugar, o Coliseu é aquela sala mítica. Lembro-me que muito antes até de fazer música, sempre ouvi falar do Coliseu dos Recreios e da quantidade de eventos que já passaram por lá, então acho que o nome (e acho que o prestígio que a sala tem) é algo que vai ecoando no nosso imaginário, principalmente depois de começares a fazer música e a frequentares aquela sala várias vezes, seja porque vais atuar — lá está, num concerto dos teus colegas — ou porque vais a uns Prémios Play ou certos eventos importantes. Lembro-me de ver o concerto do Sam [The Kid] lá, que para mim foi um marco histórico, concertos de hip hop, uma quantidade de eventos importantes ao longo da minha história em que eu sinto que tive a oportunidade de pisar aquele palco. Então acho que surgiu o momento de dar esse passo em nosso nome e escrever uma nova página da nossa história, e meio que consolidar o trabalho de muitos anos, de muito grind, e dar esse passo em nosso nome. Sinto que nestes últimos anos o hip hop tem-se mostrado muito forte, a encher praticamente todos os recintos por onde passa, e sinto que é uma boa altura para eu conseguir fazer também uma sala em meu nome, aproveitar também para partilhar projetos novos, músicas novas e, acima de tudo, cumprir um objetivo de há muitos anos, que era cumprir esse milestone de fazer o Coliseu uma vez em meu nome — pelo menos uma vez, que eu ainda quero estar aqui há muitos anos, mas pelo menos fazer uma vez era um dos grandes objetivos.

Qual a sensação de teres a tua cara afixada num cartaz do Coliseu? Sentes que vai ser um daqueles concertos que, no final, te vai levar a riscar mais um item da tua wishlist e, quem sabe, a procurar apontar para algo ainda maior?

A sensação de ter a cara num cartaz é muito boa. Já não é a primeira vez, mas no Coliseu em específico é muito boa também. Mesmo a forma como chegámos ao cartaz, foi uma maneira muito engraçada e descomprometida entre nós na equipa, e acho que esse espírito, essa leveza, vão ser muito importantes para os momentos de preparar o show e tudo mais, e é nisso que eu estou a pensar para te responder à tua pergunta. Antes de pensar em algo maior, acho que é muito importante saber dar bem este passo e este passo é muito importante antes de passarmos para um possível próximo passo. Acho que o mais importante é focar neste e certificar que este fica muito bem dado. Acho que é um bocado por aí.

Faltam precisamente seis meses. Já tens o plano do espectáculo bem delineado na tua cabeça ou a sua concepção ainda é uma ideia em construção? Que detalhes é que podes já revelar para aguçar o apetite daqueles que vão querer agarrar num bilhete para te ver?

A nível de detalhes para o espetáculo, vai estar tudo de mãos dadas com o projecto que temos estado a preparar, acho que um não funciona sem o outro, daí estarmos a tentar convergir as duas coisas nessa altura ou nesse período. Então diria que já existem muitas ideias em cima da mesa, estamos a começar a trabalhar nelas e a plantar essas sementes, mas acho que temos tempo para aperfeiçoar e deixar essas sementes germinarem e tornarem-se um grande espetáculo, que é o que eu quero fazer, quero dar às pessoas e até coloco já essa responsabilidade e essa expectativa em cima de mim de dar-lhes um grande espetáculo. Quero mesmo que seja um espetáculo que as pessoas não se vão esquecer e acima de tudo celebrar esta caminhada e celebrar todas as pessoas que estão comigo desde que começámos esta caminhada, e tantas mensagens que eu recebo ao longo dos anos de apoio das pessoas e muitas até me perguntavam quando é que eu ía fazer este evento, quando é que seria a minha vez de fazer, tendo em conta que já fiz de tantos colegas meus e acho que agora é o nosso momento, é a nossa altura. E temos que assumir o nosso momento e abraçar quando é a nossa altura e aproveitá-la ao máximo. E por isso quero mesmo fazer um grande espetáculo, principalmente para essas pessoas que me têm dado muita força, é nelas que eu estou focado: um espetáculo inesquecível acima de tudo. Sei que pode ser um grande cliché, mas assim como eu meto sangue, suor e lágrimas nos meus álbuns, eu vou meter sangue, suor e lágrimas e muita arte e muito amor nesse espetáculo para que consigamos todos superar as expectativas. É esse o meu objetivo.

Este anúncio calha numa altura em que voltaste aos lançamentos. “Já Entendi” saiu quase três anos após o Jony Driver e ao começarmos a juntar estas peças fica a sensação de que pode estar para breve a chegada de um novo disco teu. Vai haver música nova do Papillon a ser editada até à data do concerto no Coliseu? Quem sabe, um novo álbum? Qual a rota que tens traçada para os meses que se seguem?

A rota é muito simples. Partilhar o trabalho que desenvolvemos nestes últimos dois anos. O “Já Entendi” foi um bom primeiro passo nessa direção, fiquei muito feliz com o trabalho que fizemos com o Pêga [André Pêga] e o som que conseguimos produzir com os Gémeos [GOIAS], e agora sinto que a partir daqui é continuar a partilhar as coisas que temos estado a fazer, seja música, sejam conteúdos, sejam avanços do que é que pode surgir no Coliseu. Acho que estão finalmente abertas as portas da nossa casa e vamos começar a partilhar todas essas novidades. Não vamos partilhar tudo de uma vez, mas como disse na pergunta anterior, o projeto que nós temos estado a trabalhar está de mãos dadas com o que vai acontecer no Coliseu. Portanto, todos os que querem saber o que é que nós estamos a fazer no Coliseu, vão ter todas as respostas ao que nós temos estado a desenvolver. E até lá, vão sair cada vez mais acompanhamentos, mais extras, tanto em formato de música como em formato de conteúdos, para que as pessoas possam garantidamente desfrutar até o dia do Coliseu. E é isso que vamos fazer, é essa a nossa rota, é esse o nosso plano.


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