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Publicado a: 05/10/2015

O que aprendemos na entrevista de Drake à FADER

Publicado a: 05/10/2015

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Mark Peckmezian/FADER

 

Drake está no centro do mundo. A inteligência para o negócio torna-o no rapper… desculpem… no artista pop mais bem sucedido do ano e com oportunidade de consolidar o seu posto com o seu próximo registo Views From The 6. A recente entrevista à FADER, que entra na edição 100 com o MC de Toronto na capa, aquando do lançamento da aguardada mixtape What a Time to Be Alive com Future é a oportunidade de ouro para destacar quatro razões pelas quais Aubrey Graham é “O” homem do momento.

 


[O TEMPO JOGA A SEU FAVOR]

Primeiro grande acontecimento do universo rap este ano? Lançamento surpresa de If You’re Reading This It’s Too Late. Momento mais quente de 2015? Beef com Meek Mill. O tempo é tudo para Drake e ser o mais rápido é uma maneira inteligente de demonstrar apreço pela geração que consome grandes quantidades de informação de forma voraz. O tempo de reacção é o mais importante para quem quer estar na frente da corrida e o rapper canadiano conseguiu em duas alturas diferentes do ano demonstrar sabedoria empresarial.

“Era apenas uma oferta. Eu só queria que tivessem algo para começar o ano. Eu queria ser o primeiro. Eu queria lançá-lo na altura apropriada.” Isto é o seu motto e tem tido os resultados bem visíveis. Depressa e bem, não há quem? Drake discorda veemente.

 

 


 

[CO-SIGN COM VALOR INCALCULÁVEL]

Skepta já era gigante antes de conhecer Drake. O problema é que os Estados Unidos não estavam preparados para receber o grime e Drizzy – com uma pequena ajuda de Mr. West – foi um dos responsáveis por credibilizar o género obscurantizado no underground britânico.

Fala-se também na sua capacidade de transpor mercados. Popcaan recebeu honras num documentário feito pela OVO e fez um remix de uma música de Wizkid, um rapper popular na Nigéria. Não existe pedaço de terra que não possa ser desbravado por Drake, mostrando também um talento especial: multiplicação de flows. Para cada som, existe uma forma diferente de rimar.

 

 


 

[GHOSTWRITING? TRABALHO DE GRUPO]

“Eu preciso, por vezes, de pessoas que me venham com ideias para conseguir desbloquear. Eu não me importo com isso. E essas gravações — elas são o que são”, assumiu Drake. O rapper não foge de responsabilidades e assume que numa brainstorm surgiram ideias de outros que são resgatadas por ele.

Numa altura em que o hip hop continua a olhar para si próprio de forma quase arcaica, é importante virem artistas com algum relevo a reforçar a mensagem de que a evolução requer um desvio no caminho que parece o mais correcto.

 

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[IMORTALIZAR TORONTO ATRAVÉS DA MÚSICA]

A inveja (boa!) de Wiz Khalifa é explicada por Drake: “O mundo estava a cantar uma música sobre Pittsburgh! E eu estava simplesmente perplexo, como compositor, na forma como um disco sobre Pittsburgh teve tanto sucesso. A tua cidade deve estar eufórica! Eles devem ter bastante orgulho. E eu disse a mim mesmo, que durante a minha carreira, eu criaria uma música que só pertenceria a Toronto mas que o mundo iria abraçar. “Know Yourself” fez-me riscar isso da minha lista.

Noah “40” Sheib está com o rapper canadiano desde 2009, numa parceria que tem tornado o objectivo de ambos bem mais claro. “Se eu quiser fazer o álbum que eu quero fazer, eu tenho ir ao encontro dele. Eu tenho que me sentar com ele e temos que colocar um esforço conjunto nisso”, disse de forma peremptória na entrevista.

É essa paixão e afinidade que traz a melhor atmosfera para Drizzy expor o seu smooth rap e honrar the 6 em todo o seu esplendor.

 

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