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Ilustração: Carlos Quitério
Publicado a: 04/01/2022

O jazz em primeiro plano.

Notas Azuis #78: os 21 melhores álbuns internacionais de 2021

Ilustração: Carlos Quitério
Publicado a: 04/01/2022

Escolheram-se por aqui 21 discos para tentar um retrato de 2021. Tarefa ingrata porque muitos mais ficaram de fora, num ano especialmente abundante para quem decidiu mergulhar nas revoltas águas do jazz moderno. Nesta lista citam-se excertos de críticas (e, no caso de Yellow de Emma-Jean Thackray, uma entrevista) publicadas por aqui ao longo do ano, muitas dentro desta coluna, algumas fora. Uma boa forma de entrar em sintonia com alguma grande música lançada ao longo dos 12 meses anteriores antes do olhar em frente que 2022 exige.



01 – [Irreversible Entanglements] Open The Gates (International Anthem)

“Este é já o terceiro álbum do colectivo que além de Ayewa, Holmes e Stewart conta ainda com os préstimos de Aquiles Navarro no trompete e sintetizador e Keir Neuringer em saxofone, sintetizador e percussão. Sucede aos fantásticos Irreversible Entanglements (2017) e Who Sent You? (2020), ambos lançados igualmente com carimbo International Anthem. E embora a continuidade seja clara, há a sensação de que neste Open The Gates se vai ainda mais longe na missão de criar arte que agita, move, transforma.

É a voz da artista, poeta, pedagoga e activista que o mundo também conhece como Moor Mother que oferece o principal lastro a este projecto, algo que aliás acontece em todos os contextos em que vai deixando prolífica presença, do noise rock de Moor Jewelry aos desvios por terrenos hip hop que tem feito ao lado de rappers como Billy Woods ou Pink Siifu. As suas palavras são obviamente aguçadas, significantes e ressoantes, feitas de poética, mas dura verdade, palavras que ferem porque são justas, mas é a sua voz, grave, séria, que não esconde cicatrizes emocionais, que as torna ainda mais acutilantes, soando tanto como instrumento quanto os sopros de Aquiles e Keir, aqui em intenso de feérico registo livre, sempre a impulsionarem a música para a frente, ainda que, como se começou por explicar, soem igualmente como prolongamentos dos ensinamentos de outros colectivos que procuraram no fogo do som o caminho da mais pura liberdade.”



02 – [Sons of Kemet] Black To The Future (Impulse)

“Com ‘Field Negus’ e as palavras de Joshua Idehen em modo de sentido lamento, o álbum arranca em tom solene, com um dramático relato da condição negra vítima de opressão sistémica: ‘one knee on my back, one knee on my lungs’. Os sopros que circulam o emocional crescendo de Idehen desenham uma sentida moldura para o seu sombrio retrato: e há aí uma participação digna de nota, do veterano saxofonista britânico Steve Williamson, forma clara dos Sons Of Kemet declararem que a ‘modernidade’ do jazz britânico e a sua abertura na comunicação com outras linguagens vem já de muito longe. Quando a dupla de artistas americanas Moor Mother e Angel Bat Dawid surge em ‘Pick Up Your Burning Cross’, a tuba de Theon Cross já impõe ao relato um tom mais urgente e pulsante com as baterias desenharem um impulso marcial sobre o qual a poetisa que também responde ao nome Camae Ayewa urge quem a escuta: ‘peguem na vossa cruz ardente’. As frases curtas de Shabaka no saxofone parecem gritos, adoptando ao mesmo tempo o tom ‘discursivo’ das músicas das ilhas, soando ao que se poderia escutar num desfile de carnaval. É ainda o sabor dessas ilhas que adorna ‘Think of Home’, tema com balanço tropical de cadência caribenha, num mais doce momento de beleza reflexiva. Há outras vozes no álbum: ‘Hustle’ coloca o rapper britânico Kojey Radical no centro da acção, com Theon Cross a assumir o ‘bottom line’ num tema que parece, apesar de ritmicamente moderado, convocar uma força capaz de mover montanhas. Ou continentes inteiros. D Double E é o outro vocalista recrutado, que insufla barras em ‘For The Culture’, um exercício de aproximação ao dancehall em que o toaster encaixa na perfeição e em que surgem também Cassie Kinoshi, dos Kokoroko, e o irmão de Cross, Nathaniel, no trombone. Mais à frente, Idehen fecha o álbum com o irónico ‘Black’ – ‘black is tired’ – em que às suas palavras é aposta uma caótica cacofonia de onde emergem significantes riffs de Hutchings, num elíptico final que é emoção em estado puro e concentrado.”



03 – [Jaimie Branch] Fly or Die Live (International Anthem)

“Acompanhada por Lester St. Louis no violoncelo (e ainda vozes e pequeno címbalo), Jason Ajemian no baixo (e ainda vozes e egg shakers) e Chad Taylor na bateria (e, uma vez mais, vozes e também mbira), Branch viaja aqui pelos dois capítulos da sua aventura Fly or Die, mantendo a intensidade no nível máximo, a única forma que parece conhecer de estar em palco.

O concerto arranca com o que soa a uma evocação do quarto-mundismo de Jon Hassell, só que em vez da exótica digital passível de se extrair dos transístores do Yamaha DX7, é com uma mbira (por cá também chamamos a este ‘thumb piano’ kalimba) que Taylor oferece a planante base ao delicado e poético trompete de Branch. A calma, antes da tempestade. Os 15 minutos seguintes servem então para esse pungente retrato da América (e mais além…) contemporânea, com Jaimie a expor as suas entranhas, mergulhada no grande lago dos blues, toda ela alma e sangue. As exclamações que o seu microfone capta vindas da audiência, ainda que submersas no som áspero e rugoso do seu trompete, dão bem conta de como esta música tem o poder de nos atingir como um verdadeiro murro no estômago. E nem é necessário esperar pelos momentos em que ela vocifera ao microfone, o seu trompete basta para nos agitar.”



04 – [Emma-Jean Thackray] Yellow (Warp)

“Lançado através da sua própria Movementt, selo criado dentro da estrutura da Warp, este é um trabalho que revela maior ambição formal, mais ‘Brian Wilson‘, como ela mesma sugere, com arranjos para cordas e metais a contrastarem com o que foi mostrando nos EPs em que basicamente trabalhou sozinha no seu estúdio. Claro que Emma-Jean Thackray já teve muitas oportunidades para mostrar ao vivo como interage com os seus músicos e foi isso que lhe cimentou a reputação que agora carrega para Yellow. E terá também sido essa reputação que, no passado mês de Junho, levou Jools Holland a convidá-la a mostrar-se ao mundo através do seu popular programa Later With…

No seu novo trabalho, a trompetista (e tudo mais…) aceita o peso que uma estreia de fôlego implica e apresenta serviço, não apenas assumindo múltiplas funções, inclusivamente tomando a dianteira no plano vocal, mas também explorando uma série de avenidas musicais que são demonstrativas da sua ampla perspectiva musical que se estende do jazz espiritual ao house, da electrónica mais planante ao jazz-funk de fusão dos anos 70, da família Coltrane à encarnação Mwandishi de Herbie Hancock. E daí à subtileza e sofisticação pop de Brian Wilson. Bem, se calhar, e ouvindo o material do novo álbum, talvez Emma-Jean Thackray possa até ser um novo tipo de estrela pop. Certo, certo é que ideias e capacidades não lhe faltam.”



05 – [Brandee Younger] Somewhere Different (Impulse)

“Com produção de Dezron Douglas, o companheiro de aventuras musicais e de vida com quem dividiu os créditos de Force Majeure, este Somewhere Different conta com os relevantes talentos de um ensemble sério: Allan Mednard e Marcus Gilmore nas baterias, Rashaan Carter no baixo, Maurice Brown no trompete, Chelsea Baratz no saxofone tenor e Anne Drummond na flauta. E embora descarte instrumentação mais ‘moderna’, há uma abordagem moderna, sobretudo no pulso que conduz boa parte do material, bem explícita no plano rítmico, onde se encontram as cadências do hip hop (por exemplo no tema-título) e até assomos mais quebrados que nos remetem para o drum n’ bass (‘Spirit U Will’). Como não podia deixar de ser, para alguém que toca ao nível a que Brandee toca, os músicos são todos escolhas de primeira água, sobretudo a secção rítmica e a saxofonista, gente plena de alma que entende estar ali para servir arranjos em que, obviamente, a harpa se posiciona debaixo do principal foco.

Mas há outros sinais: em ‘Pretend’ a dança entre a voz de Tarriona Ball e a harpa de Brandee Younger proporciona um dos mais transcendentes momentos do álbum, uma overdose de doces melodias que aponta para um potencial futuro álbum em que a opção possa ser levada mais longe e a harpista possa, por exemplo, devolver algumas das chamadas que foi recebendo ao longo dos anos (Common? Legend? Mvula? Estão por aí?…).”



06 – [Angel Bat Dawid] Hush Harbour (International Anthem)

“Angel Bat Dawid é uma artista de integridade sólida, uma militante que encara a sua música como uma forma de resistência, de afirmação, de comentário sobre o mundo que a rodeia. Este lançamento foi realizado em Junho passado, quando a América negra assinala o Juneteenth, ou 19 de Junho (‘june nineteenth’), como uma forma de lembrar também que a luta pela emancipação continua longe de terminar.

Aqui, Dawid, em modo solitário, assegurando ela mesmo as bases instrumentais com pequenas percussões, sintetizadores, samples e demais recursos, bem como as partes vocais e, pois claro, o clarinete (além da gravação e mistura do projecto final), explora o longo legado de espirituais e blues para expor uma tocante meditação sobre a negritude, a luta contra a servidão, pela dignidade e a afirmação da liberdade e da beleza da cultura negra. Nas encantatórias e fundas melodias do seu clarinete, mas também da voz quando manipulada por vocoder, adivinham-se exploratórios ecos da África subsaariana, servindo os blues como a ponte que liga o sul dos Estados Unidos ao continente negro, sobretudo aos países de cultura muçulmana. E há também espaço para a partir dos lamentos de trabalho, Angel desenhar uma intrincada tapeçaria harmónica sobre a qual expõe o seu distinto pensamento no clarinete. Trabalho tocante e intemporal, ainda que motivado por um momento tão específico como o Juneteenth.”



07 – [Floating Points, Pharoah Sanders, London Symphony Orchestra] Promises (Luaka Bop)

“O álbum que o produtor e o saxofonista agora lançaram não é, muito pelo contrário, o primeiro exemplo de diálogo transgeracional entre artistas com origens nos universos do jazz e das modernas electrónicas: em 2006. Kieran Hebdenaka Four Tet, lançou o primeiro de dois volumes que documentaram intenso diálogo com o já desaparecido baterista Steve Reid, projecto certeiramente titulado The Exchange Session; o pianista Matthew Shipp, ao lado de Evan Parker, William Parker e Han Bennik, por exemplo, gravou com J Spaceman e com os Spring Heel Jack, em 2003; e, para dar apenas mais um significativo exemplo, em 2001, foi mesmo o veteraníssimo Herbie Hancock, ele próprio nada alheio a mutações por via da electrónica, a marcar encontro com agitadores como Carl CraigRob Swift ou A Guy Called Gerald no álbum (uma vez mais apropriadamente titulado) Future 2 Future. Todas essas experiências, no entanto, pareciam nascer, antes de mais, de uma ideia exploratória comum do ritmo ou pelo menos das diferentes nuances do tempo rítmico. O que sucede em Promises é outra coisa.

É interessante a presença da London Symphony Orchestra neste projecto, como se o domínio da orquestra clássica fosse zona neutra e equidistante para quem dele se acerca vindo do lado mais libertário do jazz ou da electrónica mais exploratória. Curiosamente, ou talvez não, a presença da LSO acaba por ser aqui a mais discreta, um precioso ‘pormenor’ que funciona como pertinente sublinhado do trabalho dos dois protagonistas principais. E mesmo esse é surpreendentemente contido: Floating Points e Pharoah Sanders deixam muito claro que estão bem mais interessados em olhar para dentro do que em ‘discursar’ para fora, mais interessados em pensar do que agir, em sugerir do que explicitamente declarar. Nos tempos que correm, de intenso ruído, desinformação, entropia, um disco como Promises revela-se, portanto, o necessário bálsamo, uma música que efectivamente cura, que repõe uma ideia de harmonia que parece cada vez mais ausente das nossas vidas. Não que este seja um ‘disco da pandemia’, muito pelo contrário: foi gravado ao longo de uma semana em estúdio em 2019, precedendo, portanto, todos os abismos emocionais em que o mundo haveria de ser forçado a mergulhar há cerca de um ano. Ainda assim, foi, ao longo dos últimos dias, impossível não reparar nas redes sociais num generalizado aplauso ao álbum, com muitos dos elogios a chegarem claramente de quem não se identificará imediatamente com este tipo de música. E isso é talvez um dos maiores elogios que se pode tecer a este Promises.”



08 – [Ill Considered] Liminal Space (New Soil)

“Para o mais recente álbum, Rahman, Ramazanoglu e Donin resolveram alterar um pouco as coisas, usando os consideráveis skills de engenharia do seu baterista, que é um reputado produtor e engenheiro de som que soma créditos técnicos em discos de Theon Cross, Noel Gallagher’s High Flying Birds, Katie Melua, Lilly Allen ou, por exemplo, Spiritualized, e de produção em trabalhos de Richard Ashcroft, Lou Rhodes ou Black Honey. Desta vez, o trio nuclear foi para estúdio com ideias mais estruturadas, mas começou, ainda assim, por gravar bases com generosas doses de improvisação, deixando no entanto suficientes espaços abertos para acrescentarem aos temas alguns importantes contributos.

A saxofonista barítono Tamar Osborn (Colluctor), o tubista Theon Cross (membro dos Sons of Kemet e cujo álbum a solo mais recente, já de 2021, Intra-I, lançado pela mesma New Soil responsável por Liminal Space, foi produzido por Ramazanoglu), os saxofonistas tenor Kaidi Akinnibi (que toca com Black Midi, entre outros nomes) e Ahnanse (Nala Sinephro ou Steam Down são nomes com que já colaborou), o trompetista Robin Hopcroft (membro dos Soothsayers e músico com créditos em trabalhos de Zara McFarlane ou Anthony Joseph) e o percussionista Sarathy Korwar foram todos chamados a adicionarem válidos contributos, facto que decisivamente torna Liminal Space no trabalho texturalmente mais diverso dos Ill Considered. Ainda assim, a sua pronunciada identidade sónica mantém-se inalterada, sinal claríssimo do investimento criativo no refinamento da sua direcção musical efectuado ao longo dos 10 registos anteriores.”



09 – [Damon Locks Black Monument Ensemble] NOW (International Anthem)

“No final de ‘Now (Forever Momentary Space)’, título da faixa de abertura deste álbum e que traduz a ideia das possibilidades infinitas de que se faz o presente, escuta-se Bat Dawid, uma vez mais, eufórica, respondendo ao que sentiu o grupo, a sua comunidade, criar naquele momento da gravação, ao ar livre: ‘isto foi um espaço momentâneo, isto foi um espaço momentâneo… e espero que não cortes as cigarras que se ouvem… uau… elas soaram mesmo bem’. O disco, gravado o ano passado já em plena pandemia, durante o Verão, precisava de lidar com uma delicada questão: como se grava uma música que vive da respiração colectiva de um coro numa altura em que simplesmente respirar pode ser perigoso? Gravar no jardim foi a opção, tal como explicado no artigo que esta semana se dedicou a este novo trabalho do Black Monument Ensemble no New York Times: ‘As cigarras’, explica aí Bat Dawid, ‘estiveram seriamente no tempo umas quantas vezes’. Arte, comunidade e natureza em plena harmonia.

O álbum é entrecortado por diálogos resgatados a velhos filmes, um pouco como os snippets dos filmes de Kung Fu que estabeleciam o tom entre as barras dos Wu-Tang Clan ou então como as imagens que Damon Locks encontra em velhas revistas e que usa nas suas colagens visuais: são uma espécie de sugestão de sentimentos, uma ‘mood board’ sonora que ajuda a impor o tempo rítmico seguido depois por Dana Hall, o baterista, e Arif Smith, o percussionista, dois mestres, como Damon faz questão de os classificar na entrevista que nos concedeu, que oscilam entre o pulso rígido do hip hop, respondendo de forma subtil aos loops atirados para o centro da acção pelo líder, e uma mais polirrítmica e livre tradução de uma vibração comunal que se assume como uma ligação directa entre o que faz agora o Black Monument Ensemble e o que se tentou noutras eras e noutros contextos, dos pojectos ligados ao AACM à Arkestra guiada pelo espaço sideral por Sun Ra ou daí até aos Art Ensemble of Chicago.”



10 – [Makaya McCraven] Deciphering The Message (Blue Note)

“Há, de facto, uma vénia por aqui mais premente que todas as outras: a de Makaya McCraven, que é baterista além de produtor/beatmaker, a grandes mestres bateristas do passado, todos com importante história escrita nos anais da Blue Note – Billy Higgins, ‘Philly’ Joe Jones, Elvin Jones, Joe Chambers, Art Taylor, mas, sobretudo, Art Blakey, cujo baterismo se escuta em quatro dos treze temas do alinhamento. Este ‘decifrador da mensagem’ é obviamente consciente da história (é a isso que o título deste álbum se refere), conhece-a profundamente sendo ele mesmo filho de um músico de jazz, mas, em termos de formação estética, Makaya, que contava meros 20 anos quando Madlib editou Shades of Blue, é igualmente filho dos musonautas sampladélicos que lhe apontaram o caminho: sobretudo o já mencionado Beat Konducta, aka Madlib, e, obviamente, J Dilla. Se bateristas como Blakey o orientaram nas nuances culturais do swing clássico, produtores como Dilla mostraram-lhe que o tempo rítmico pode ser dobrado de outra forma. Por outro lado, na sua intensa actividade sampladélica, sobretudo aquela que foi amplamente documentada na série Medicine Show, Madlib há-de ter apontado ao homem de Universal Beings o caminho para outras declinações do swing, como as que estão presentes nas músicas brasileira ou africana.

Deciphering The Message faz, assim, eco das ideias de Makaya professadas na já citada entrevista que nos concedeu: será que ‘jazz’ ainda é a melhor palavra para descrever/classificar/enquadrar o que aqui se passa? Há que reconhecer, obviamente, o ADN da matéria original usada, mas não há igualmente como ignorar o fascínio aqui bem expresso pela repetição, uma marca herdada do hip hop e que se encontra bem presente ao logo de todo o álbum, expressa em hipnóticos e significantes loops rítmicos. Por aqui identifica-se também uma nova noção de hierarquia arquitectónica sonora, quando se escuta a bateria bem alta na mistura, como acontece em ‘Sunset’, algo que, uma vez mais, se aprendeu certamente de ouvidos concentrados em clássicos sampladélicos de hip hop.”


11 – James Brandon Lewis, Red Lily QuintetJesup Wagon (Tao Forms)

12 – Gerald CleaverGriots (Meakusma)

13 – William ParkerMayan Space Station (AUM Fidelity)

14 – Nala SinephroSpace 1.8 (Warp)

15 – Ben Lamar GayOpen Arms to Open Us (International Anthem)

16 – JaubiNafs at Peace (Asthigmatic Records)

17 – Theon CrossIntra-I (New Soil)

18 – Isaiah Collier & The Chosen FewCosmic Transitions (Division 81 Records)

19 – Kenny Garrett Sounds From The Ancestors (Mack Avenue)

20 – Sven Wunder Natura Morta (Piano Piano)

21 – DJ HarrisonTales From The Old Dominion (Stones Throw)

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