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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 10/02/2023

Lumenara, câmera, acção.

“Nha Kabelu” ganha nova vida com Kady e Nayela em primeiro plano

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 10/02/2023

Kady volta a chamar a atenção a “Nha Kabelu”. A canção do seu mais recente EP conta com a participação de Nayela e é, agora, apresentado como single em formato audiovisual graças a uma peça de Urivaldo Lopes.

Editado em Novembro do ano passado, Lumenara foi lançado no rescaldo da sua participação no A Colors Show, com a canção “Tamina”, uma das faixas integrantes desse disco. Outro dos temas que por lá encontramos também é “Nha Kabelu”, que versa sobre a importância do cabelo na cultura africana, algo que tem levantado por cá particular celeuma nos últimos tempos. Num comunicado oficial, a cantora e compositora fez a sua própria reflexão sobre o tema:

“‘Nha Kabelu’ é uma celebração. Um manifesto ao cabelo e à beleza africana. Este cabelo que carrega uma história imensa de resistência e honra a nossa ancestralidade. Durante muito tempo, a mulher negra viveu e muitas de nós ainda vivem em negação com a nossa imagem, devido aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Isso reflete-se diretamente na nossa autoestima e na forma como nos acolhemos. Por isso é necessária e urgente esta mensagem de empoderamento, consciencialização e representatividade.”

Em entrevista ao ReB no seguimento da apresentação de Lumenara, Kady reflectia mais a fundo, precisamente, sobre o significado que “Nha Kabelu” carrega:

“Fiz essa música precisamente por causa de um acontecimento. Quando estava com suspeitas de ainda ter COVID, fui fazer um teste e uma menina mestiça para aí de 10 anos estava com a avó branca na fila. Eu tinha o cabelo solto, tinha acabado de lavá-lo e ela vira-se para a avó e diz, ‘gosto tanto do cabelo dela, quando crescer vou ter o cabelo assim’, e a avó responde-lhe, ‘o teu cabelo só se crescer pra cima’, e isso incomodou-me bastante. Como estava receosa de poder ter COVID, não consegui ir lá dizer algo na altura, então resolvi escrever este tema. Eu e a Nayela temos uma história parecida e falámos sobre isso, é engraçado. Eu ia para salões em Cabo Verde com a minha mãe e a cabeleireira dizia sempre para desfrisar o cabelo, já havia aquela negação de gostarmos de quem somos. A minha mãe dizia que não porque o meu cabelo era bonito. Sei que era privilegiada por ter uma mãe que respeitava e defendia o meu cabelo. Com a Nayela acontecia o mesmo, a mãe também nunca deixou. Ainda assim, existem tantas crianças que ainda passam por isso e isso cria tantos traumas e situações perigosas, como olhares para o espelho e não gostares do que vês porque uma sociedade te fez acreditar que não eras bonita.”


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