Fala-me sobre o conceito desta tua nova faixa. O que te tem andado a causar “dissabores” ultimamente?
Uma geração que talvez sinta mais preguiçosa no que toca a explorar novos sons. Sinto que há muita coisa igual ao que se faz lá fora. Nada contra, apenas acabámos por fugir um bocado à nossa própria cultura, que por vezes esquecemo-nos que somos únicos em tanta coisa . Sinto que há muito movimento mas já não o sinto tão “real”. Tendo um romance com este estilo musical, não o quero ver a desaparecer no tempo, porque eu sou da opinião que se tu perderes tempo a seres igual a ti próprio fazes uma cena timeless. Acabam por ser a prova viva disso muitos dos que por aí andam.Disseste-me que este seria o primeiro avanço do teu primeiro projecto de originais a solo, no qual tens estado a investir grande parte das tuas forças. O que é que nos podes adiantar sobre esse trabalho?
Este projecto foi pensado para ser trabalhado single a single, também com o intuito de ganhar alguma regularidade e consistência no meu trabalho. Evoluir passo a passo, no fundo. Mas vamos lançar seis singles durante estes próximos meses que se seguem, já para mostrar algum do trabalho que temos feito. Após isso, quem sabe, unificá-los.Em Junho tinhas editado o v1.0. Estas novas faixas que tens em mãos começaram a ser cozinhadas logo depois disso? Explica-me como é que tem sido delineado este teu próximo plano.
Penso que este single foi a única faixa que foi feita logo depois dessa altura. Entretanto comecei a trabalhar com o 808 College e foi tudo muito à base de estúdio. Misturámos os dois mundos, do trap e do boom bap, sem perder as origens. Perdemos horas até achar o som mas lá conseguimos. Agora daqui para frente é evoluir cada vez mais.Contaste com a ajuda do Beatowski Beats e da equipa da ’93 Till Infinity na produção e restantes aspectos técnicos deste tema. Como se deu esta colaboração? São estas as pessoas que te vão acompanhar no resto do projecto?
No fundo, a ’93 Till Infinity é a label que criei juntamente com o 808 College e com o Armando Ferreira. Tenho tido um grande apoio destes dois neste percurso. O Beatowski Beats, com pena minha, participou apenas neste som, porque, não sendo de Portugal, torna a situação mais complicada. Mas quem me irá acompanhar ao longo destes próximos singles irá ser mesmo o 808 College, ele é que irá coordenar e também realizar a produção à volta do que vou fazer daqui para frente, enquanto produtor-executivo. A colaboração com o 808 College surgiu numa noite de Bairro Alto, bastante ao acaso no meio de tantas conversas que tivemos nessa noite. A partir daí foi ir trabalhando e os sons começaram a aparecer. Sinto-me numa altura bastante criativa a nível de escrita e é muito graças às pessoas com quem tenho trabalhado nestes meses.