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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/04/2023

Um mestre dos grooves tropicais.

Morreu Ivan Conti, baterista dos Azymuth

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/04/2023

Morreu ontem, dia 17 de Abril, Ivan Conti, baterista e membro fundador dos Azymuth. A notícia chegou hoje através de um post na conta de Instagram do músico brasileiro, que tinha 76 anos.

Nasceu e cresceu bem no coração do Rio de Janeiro, no bairro do Estácio, onde absorveu a cultura do samba e a adoptou como parte estruturante do seu ADN artístico. Com a delicadeza do jazz e a electricidade do rock a correrem-lhe nos pulsos, passou por bandas como Os Dissonantes, The Youngsters ou Projeto III antes de fundir as duas vertentes no som instrumental, quente e psicadélico dos Azymuth, grupo que ajudou a estabelecer os alicerces da música popular brasileira e que fundou em conjunto com José Roberto Bertrami e Alex Malheiros.

Samplados por Flying Lotus, Daedelus, Roni Size, MF DOOM ou Denzel Curry, a vasta discografia assinada pelos Azymuth conseguiu manter-se relevante dentro de novos contextos culturais e influenciou artistas das mais diversas escolas, do hip hop à electrónica, sendo hoje também vista como matéria obrigatória no estudo da anatomia da cena jazz mais moderna que tem o seu núcleo em Inglaterra. Depois de uma ligação de vários anos à Far Out Recordings (da qual saiu, por exemplo, Demos (1973-1975), Vol. 1 & 2) já no presente milénio, o trio investiu na concepção de um álbum pela última vez através de uma colaboração com Ali Shaheed Muhammad e Adrian Younge para a quarta entrada na sua Jazz Is Dead.

Apesar do forte impacto deixado pela banda, Ivan Conti, também conhecido por Mamão, também deixa para trás um enorme legado em nome próprio. Baterista de mão cheia, inscreveu o seu nome em discos como Batida Diferente ou Poison Fruit e tem no currículo um vasto e invejável leque de parcerias estabelecidas com artistas de todo o mundo — dos conterrâneos Milton Nascimento, Marcos Valle, Maria Bethânia, Vinicius de Moraes ou Chico Buarque até Madlib (com quem lançou o álbum Sujinho enquanto Jackson Conti), Jazzanova, Tenderlonious ou Gilles Peterson. Uma das suas mais recentes pegadas remonta a 2021, quando convidou o rapper Síntese e o artista de spoken word Rodrigo Brandão para um curta-duração de duas faixas.


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