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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/10/2020

Da Herdade do Cabeço da Flauta para o YouTube (e restantes plataformas...).

Mike El Nite sobre “Calafrio”: “O tema tem algo de mau presságio. Devia ter ido para cartomante”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/10/2020

Sem qualquer tipo de aviso prévio, Mike El Nite, Pedro Mafama e rkeat fizeram-nos sentir um “Calafrio” esta manhã. Nos créditos da canção encontramos ainda benji price na mistura e masterização e Pedro Custódio na animação 3D e vídeo.

Estreado ao vivo na edição de 2019 do Super Bock Super Rock, este primeiro encontro entre dois poetas malditos acontece num instrumental de um dos hitmakers mais jovens da nossa praça e sucede a “Type R“, colocando, mais uma vez, O Justiceiro à procura de sons vertiginosos que o seduzam (e que, em ambos os casos, poderão servir como banda sonora para um cenário de sedução).

Numa troca de mensagens pelo Twitter, o rapper e produtor da Think Music explicou-nos como tudo aconteceu, deixando ainda uma pequena reflexão sobre o estado em que foi deixada a cultura durante os últimos meses.



Em 2018 incluíste a “Jazigo” do Mafama na tua lista do ano do Rimas e Batidas. O que é que te puxou nele? Ficaste logo com vontade de colaborar nessa altura?

O projecto dele interessou-me de imediato como todos os projectos em que eu vejo a portugalidade representada a meu gosto. Acho que o Pedro veio para ficar e automaticamente senti vontade de fazer algo com ele.

Fast forward e a colaboração aterra em 2020 nos nossos ouvidos. Mas já a tinhas estreado no Super Bock Super Rock de 2019. Existiram muitas alterações?

Fizemos o tema os três em casa do rkeat, foi logo um trio e também por isso quis creditá-lo não só como produtor. O tema ia sair no início do ano, mas a conjuntura fez com que assim não fosse.

Os teus dois últimos temas têm balanços que pedem pistas de dança e proximidade (o “Type R” surge mesmo no pré-período pandémico). Como é que tens reagido a toda esta situação e o quão ansioso estás para experimentar estas canções ao vivo?

A proximidade na pista de dança é tão perigosa como a proximidade num autocarro, avião, escritório, etc. Penso que a nossa área está a ser mais castigada que as outras por causa da label de entretenimento e de não-fundamental, mas toda a gente já esteve em situações de risco sem que ninguém os obrigasse. Enfim, eu quero voltar aos palcos em pleno o mais rápido possível, mas temos de querer todos.

Esteticamente, a “Type R” e a “Calafrio” estão próximas. Isto está a ser pensado para um projecto novo ou andas simplesmente a experimentar novos territórios?

Eu procuro os sons que me seduzem e cada vez mais sigo o instinto, na altura em que fiz estes temas estava consumir muito perreo, batida, tarraxo e isso manifestou-se. Quanto a projectos, estou com alguns em produção mas toda esta situação transformou o processo numa questão mais diária e menos planeada. Voltou a entrar em jogo o factor fazer música porque me salva o espírito. O estado de emergência também acontece no íntimo.

Este vídeo para a “Calafrio” foi uma reacção ao contexto ou já estava a ser imaginado desta forma?

O vídeo já estava pensado assim. Mas tanto o vídeo não-presencial, como alguns trechos do tema, deixam-me a pensar que vai na volta devia ter ido para cartomante. O tema tem algo de mau presságio e de resfriado e, no final, cá estamos nós.


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