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Publicado a: 16/07/2016

Maseo dos De La Soul: “Kendrick? Acho que ele vai ser uma das grandes lendas de amanhã”

Publicado a: 16/07/2016

[TEXTO] Rui Miguel Abreu [FOTOS] Direitos reservados

 

O Rimas e Batidas apanhou Maseo em Londres por breves instantes e procurou lançar luz sobre o que se vai passar esta noite no palco principalk do Super Bock Super Rock. O MC e DJ dos De La Soul levantou um pouco do véu sobre a actuação do seu grupo, sublinhou a vontade de fazer a festa com recurso a todos os clássicos do seu grupo e abriu o jogo sobre o conterrâneo Kendrick Lamar, nome que considera ser importantíssimo para a cultura e uma segura aposta de futuro.

À beira da edição de And The Anonymous Nobody, título que, explicou-nos ainda Maseo, é uma homenagem aos anónimos que o tornaram possível, o grupo celebra em palco uma carreira de 30 anos e uma gloriosa discografia recheada de clássicos que é, ainda hoje, um manual de boas práticas para o hip hop mais criativo. este é, por todas essas razões e mais algumas, um concerto histórico e imperdível.



maseo de la soul


 

Estamos muito entusiasmados com a vinda de De La Soul a Portugal, há muita antecipação para este espetáculo, o que é que podemos esperar exactamente do concerto?

É um grande concerto [risos].

Não tenho dúvidas em relação a isso…

É um concerto que é mais uma festa. É celebrar… a expansão do hip-hop e a carreira de De la Soul. Vou arrancar uma página do livro original, mostrar como se faz: quando tu tens tantos discos clássicos… agora é mais sobre fazer a festa. Portanto é uma grande festa no palco, em que interagimos com o público, para todos passarmos um bom bocado, com as novas e as velhas caras que nos têm seguido durante tantos anos. Vai ser passar um bom bocado.



 

Então vão ter os temas clássicos, claro, porque têm tantos clássicos, como disseste, mas também material do novo álbum?

Há a hipótese de tocarmos o novo single. Ainda estamos a ver isso.

E vai ser isso em relação a material novo?

Sim.

Vocês vão tocar numa noite muito especial para o público português. É muito importante para aqueles que têm seguido artistas como os De La Soul saber que o dia em que vocês actuam, com o Kendrick Lamar, e a banda portuguesa Orelha Negra, foi o primeiro dia a esgotar neste festival. Por isso, as pessoas estão muito entusiasmadas porque o hip-hop está representado de forma exclusiva no palco principal de um grande festival e isso é praticamente uma primeira vez para nós. O que é que achas disto, ao veres que esta cultura foi levada tão longe num país como Portugal? 

É bonito. Graças a pessoas como o Russell Simmons e o Lyor Cohen que tiveram um papel importante em tentar fazer desta cultura algo mundial, além de pessoas como o Afrika Bambaataa, que provavelmente foi o primeiro de sempre a ir em tour com o hip-hop. Mas também o modelo de negócio do hip-hop, temos que agradecer a pessoas como o Russell Simmons e o Lyor Cohen e tantos outros que vieram atrás deles, que realmente implementaram um modelo de negócio para a cultura hip-hop e que possibilitaram esta realidade de nos metermos num avião para irmos fazer concertos tão longe de casa.

E depois também há os artistas, que fizeram a música, com pessoas como os Run DMC ou os Beastie Boys, que tiveram álbuns importantes e clássicos e hits que também transcenderam todas estas outras culturas.


https://www.youtube.com/watch?v=EwADnQp-pqg


 

E em relação ao facto de vocês estarem a tocar no mesmo palco que Kendrick Lamar, não sei se os vossos caminhos já se cruzaram, se o conheceram na estrada ou não… se o conheceram, o que achas dele enquanto artista?

O Kendrick Lamar é um grande artista. Acho que ele é muito criativo, muito esperto, acho que é um grande MC. A relação dele com o Dr. Dre é incrível. Acho que o Dre é inspirado pelo Kendrick Lamar. De onde vimos, o talento novo sempre foi inspirador, baseado na inocência, mas eu nem consigo dizer que o Kendrick é novo neste momento. Este já é o terceiro álbum dele, certo?

Sim, exacto, se descontarmos as mixtapes. Este é o terceiro álbum lançado internacionalmente, To Pimp a Butterfly, depois de Section 80 e de good kid. untitled unmastered. não é bem um novo álbum…

Exacto. Ou seja, ele já nem sequer é um novo artista. É alguém que é muito significativo na cultura e no negócio do hip-hop e está a fazer um grande statement através de um modelo muito bom. Acho que ele tem a capacidade para ser considerado uma das lendas do amanhã, se ele continuar no caminho que tem seguido.


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