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Publicado a: 12/02/2016

O regresso dos De La Soul, com novo álbum e crowdfunding à mistura

Publicado a: 12/02/2016

[FOTO] Direitos Reservados

Os De La Soul estão de volta aos discos e o regresso acontece no dia 29 de Abril com And The Anonymous Nobody. Os nova-iorquinos assinaram com a editora norte-americana Kobalt Label Services (KLS) um contrato que se estende por vários anos. No entanto, este novo álbum vai estar disponível com o selo da AOI Records, a editora independente criada pelos próprios De La Soul.

O grupo formou-se no final da década de 80 em Long Island, no Estado de Nova Iorque, tendo ficado conhecido pela criatividade e complexidade exposta nas produções, ao cruzar o hip hop tradicional com uma grande diversidade de géneros musicais. O primeiro trabalho, 3 Feet High and Rising, surgiu em 1989 e tornou-se uma verdadeira referência na história do hip hop, conferindo-lhes um enorme relevância na indústria musical. Mas da discografia dos De La soul contam-se ainda outros importantes lançamentos, como De La Soul Is Dead, Stakes Is High ou Art Official Inteliggence:Mosaic Thump, e as mais diversas colaborações, dentro e fora do universo hip hop, como o caso dos Gorillaz ou dos Yo La Tengo.

Apesar do estatuto de “old-school”, o grupo composto por Kelvin Mercer (Posdnous), David Jolicoeur (Plug Two) e Vincent Mason (Maseo) continua a ter uma participação activa na música e na cultura contemporânea. O último ano foi prova disso mesmo, com os fãs a mostrarem-se fiéis à sonoridade dos “De La” e a serem um importante suporte para o regresso do grupo, que anunciou o financiamento do álbum por via de uma campanha de crowdfunding que se revelou um sucesso: os De La Soul tornaram-se no primeiro grande grupo de hip hop a conseguir ser completamente financiado pela plataforma Kickstarter.

[Convergência de géneros, sempre]

A preparação do novo disco, And The Anonymous Nobody, já está em marcha há vários anos. Os De La Soul queriam construir um álbum com os samples base do primeiro álbum e, com esse objectivo em mente, o trabalho de produção que durou mais 300 horas, é o reflexo de uma convergência entre todos os géneros musicais que passassem pela bossa nova, soul, hip hop, funk ou reggae. E a lista de convidados do álbum deixa transparecer um pouco desse típico eclectismo musical do grupo: Damon Albarn (Blur e Gorillaz), Usher, Snoop Dogg, Jill Scott, Pete Rock, Roc Marciano, 2 Chainz e… Axl Rose (Guns ‘n’ Roses).


 


 

Da campanha de recolha de fundos para o lançamento do álbum, que teve início há quase um ano, salienta-se a rapidez com que os objectivos inicialmente traçados foram cumpridos: além de terem conseguido arrecadar mais de 100 mil dólares em poucas horas e no fim terem juntado seis vezes mais do que era previsto, os De La Soul recompensaram todos aqueles que fizeram os donativos, com t-shirts exclusivas; uma edição limitada de discos de vinil coloridos; um jantar com o grupo e ainda um dia de compras com Posdnous. “Se parares para pensar e perceberes que, ao colocares o teu trabalho, o teu tempo investido em retribuir algo que seja especial para os fãs e para aqueles que querem ouvir boa música, eles vão lá estar para ti”, disse Kelvin Mercer numa entrevista à revista norte-americana Rolling Stone.

Na mesma entrevista, Posdnous levantou, ligeiramente, o véu sobre aquele que será o primeiro álbum dos De La Soul em 12 anos e o oitavo da discografia: “Não quero dizer que será outro 3 Feet High and Rising, nunca o diria. No entanto, aquele sentimento de não saber o que estás a fazer foi, de facto, bastante semelhante ao primeiro álbum.”

Através de um press-relase disponibilizado pela Kobalt, Maseo admitiu estar bastante entusiasmado com o regresso e também com o trabalho com a nova editora. “Esta é a decisão mais favorável para o nosso projecto, tendo em conta a nossa história e a nossa vontade para enfrentar os desafios actuais da indústria musical.”

Um entusiasmo e uma ansiedade que também transparece nas palavras do presidente da KLS, Richard Sanders: “Com quase 30 anos de existência, os De La Soul estão profundamente enraizados na indústria musical, muito devido ao ecletismo espelhado na sua música e dessa forma, conseguiram elevar ainda mais o estatuto do hip-hop.”


 

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