pub

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/10/2019

“Odeio-te” é a primeira amostra do próximo trabalho da artista da Cafetra Records.

Maria Reis: “Há uma pressão, talvez não real mas que sinto, de seguir o legado que criámos com Pega Monstro”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/10/2019

“Odeio-te” é a nova canção de Maria Reis, produzida a meias com B Fachada, e antecipa o próximo lançamento da artista pela Cafetra Records — Chove na Sala, Água nos Olhos, o álbum, sai no dia 15 de Novembro.

Foi ao lado da irmã Júlia que Maria deu os primeiros passos na música, formando uma dupla que adoptou um estilo de rock indie e DIY para elaborar os primeiros trabalhos. Após o curta-duração O Juno​-​60 Nunca Teve Fita, Bernardo Fachada tornou-se numa espécie de mentor das Pega Monstro, ajudando-as na produção do álbum homónimo de estreia ou, mais tarde, chegando mesmo a assinar um split de versões com as duas irmãs.

O arranque do Verão de 2017 trouxe-nos Casa de Cima, o LP que colocaria em stand-by o projecto Pega Monstro e abriria uma nova janela no trajecto de Maria, que em Agosto desse ano se estreava a solo com um EP, estendendo a ligação à Cafetra Records também ao seu novo percurso a solo. A propósito de uma festa curada pela Filho Único e que levou Maria ao palco do Lux Frágil, a cantora e compositora explicava ao ReB o processo solitário que a conduziu ao primeiro trabalho em nome próprio, gravado inteiramente por si no seu quarto: “Tento, com as minhas limitações, fazer qualquer coisa que eu acho que as canções estão a pedir. Por vezes há coisas que tens na cabeça e quando as vais fazer não saem bem assim, mas é normal, somos humanos. É um projecto honesto”. Durante a mesma conversa, a autora MARIA apontava já o seu álbum de estreia como o resultado de várias colaborações com diferentes produtores: “O disco vai acabar por ter sons diferentes. É uma cena colaborativa. Eu sei mais ou menos aquilo que quero, mas acaba por ter tudo uma interpretação diferente, dependendo da pessoa que está a trabalhar comigo.”

A propósito do lançamento do primeiro single de Chove na Sala, Água nos Olhos, o Rimas e Batidas voltou a falar com Maria Reis acerca da estética adoptada no tema e das novidades que se seguem.


 

Exactamente o que é o Chove na Sala, Agua nos Olhos e o que é que nos podes adiantar sobre esse novo trabalho?

É o meu novo disco, editado pela Cafetra Records, uma cena que estive a trabalhar este último ano. Estou bastante entusiasmada por finalmente mostrar ao pessoal. Há uma pressão, talvez não real mas que sinto, de seguir o legado que criámos com Pega Monstro e sem dúvida que estou feliz com mostrar isto tudo. É um conjunto de canções que, por circunstância e sorte ou azar, acabam por ir de encontro à narrativa das muitas mudanças que houve na minha vida a todos os níveis possíveis nestes últimos dois anos. É a ruptura e a aceitação disso.

Este “Odeio-te” tem produção do B Fachada. É caso único no álbum ou o B assumiu mais trabalho no disco novo?

O disco tem vários produtores incluindo eu própria. Foi a proposta que fiz logo à partida a mim mesma e às pessoas que fui convidando. O B, amigo e parceiro musical já em algumas ocasiões, ajuda-me em duas malhas do disco.

Esta “Odeio-te” soa como se pudesse ter sido escrita com a Lena D’Água na cabeça. Que nos podes dizer sobre a (des)orientação estética do tema?

Na verdade a dimensão estética de todas as canções do disco são como que por acaso. Ou pelo que elas pedem ou pelo que estavam no estúdio na altura de as gravar. Não houve uma intenção pop nos arranjos da “Odeio-te” mas todas as linhas (baixo, teclas, viola, coros) acabam por ser catchy — tanto eu como o B temos uma maneira de ver a música dessa forma pragmática e eficaz.

As break-up songs sao um clássico da pop. Tens alguma de que gostes particularmente? Qual e porquê?

Gosto de muitas. Se tenho de escolher, escolho então a da Carole King, “It’s Too Late”. A honestidade da dura realização de quando a dinâmica já não funciona. Não tão pop mas incrível é a versão da Nina Simone da “I Get Along Without You Very Well”. Mas essa é mesmo para chorar.

O Drake e o Future têm um álbum intitulado What a Time To Be Alive. Achas que se justifica um sentimento similar para quem faz música actualmente em Portugal? É uma altura incrível para se estar vivo?

Nunca fui optimista, até quando falo de mim própria acabo sempre por falar dos meus defeitos. Acho que a ansiedade do mundo real acaba por ofuscar os raros e brutais momentos de verdadeira beleza que às vezes se encontram no meu caminho. Eu vou tentando reparar neles.

Quando sairá o álbum e que pretendes fazer com ele em termos de concertos?

Sairá muito em breve e com um anúncio muito especial de um concerto de apresentação em Lisboa, junto a mais concertos pelo país. Fiquem todxs atentxs!


pub

Últimos da categoria: Entrevistas

RBTV

Últimos artigos