pub

Fotografia: Lais Pereira
Publicado a: 02/03/2020

A organização do festival promete uma "programação arrojada e inovadora que estimula activamente os artistas da região através de encomendas e envolve a comunidade escolar".

Março é mês de Som Riscado em Loulé

Fotografia: Lais Pereira
Publicado a: 02/03/2020
À sua quinta edição, o Som Riscado assume-se “em busca do espanto”. O festival dinamizado pelo Município de Loulé faz coincidir música, imagem e arte sonora, no Cine-Teatro Louletano e outros espaços, de 26 a 29 de Março. Contudo, a programação começa nos três dias anteriores ao evento. A oficina de Autómatos Musicais, pela plataforma portuense Sonoscopia, estreia-se a 23 de Março na Escola Secundária de Loulé; transita, no dia seguinte, para o Auditório do Convento do Espírito Santo. É nesse espaço que a Sonoscopia deixa outra marca no Som Riscado, com o concerto-instalação Phobos — correspondente a uma Orquestra Robótica Disfuncional, numa cartografia polivalente do par humanidade-tecnologia — a 26 de Março. Quanto à instituição escolar, acolhe outro workshop a 25 de Março: uma introdução a Processing, linguagem de programação para artes visuais, conduzida por Rodrigo Carvalho do duo audiovisual Boris Chimp 504. Ainda nesse dia, a Ermida de Nossa Senhora da Conceição recebe o “Concílio (riscado) dos Deuses”. A conversa “informal em torno do universo experimental e das relações entre música e imagem”, como dito em comunicado, terá moderação de Rui Miguel Abreu. Ao director do Rimas e Batidas, juntam-se a pianista Joana Gama e o músico electrónico Luís Fernandes — dupla que já editou três discos, sendo o mais recente at the still point of the turning world —, o DJ farense Miguel Neto, o compositor e instrumentista angolano Victor Gama, a percussionista e pianista Mariana Miguel, o artista plástico João Dias, o compositor Gustavo Costa e o músico experimental Henrique Fernandes. Em rigor, o Som Riscado principia a 26 de Março com alguns nomes repetidos. O “Workshop de Introdução ao Processing” regressa pela mão de Rodrigo Carvalho — o coordenador dirige-se depois, no dia 28, ao Auditório do Solar da Música Nova para Vanishing Quasars, performance audiovisual dos Boris Chimp 504. Ainda no primeiro dia, Joana Gama e Luís Fernandes voltam a aceitar o convite do grupo de percussão Drumming GP para Textures & Lines, concerto suportado com visuais de Pedro Maia.

No segundo dia‌, o Cine-Teatro Louletano escancara as portas para uma peça encomendada em 2012 pela Orquestra Sinfónica de Chicago. Vela 6911 é um filme-concerto de Victor Gama, baseado na história de Lindsey Rooke, tenente sul-africana que testemunhou um teste nuclear atmosférico perto da Antárctida;‌ é interpretada ao lado de Salomé Pais Matos e da Orquestra Clássica do Sul. A 28 de Março, as actuações resultam de encomendas do Som Riscado: o destaque vai para o concerto de Surma, com direito a pré-escuta de novas faixas, e Camille Leon (Joana Gomes) e Inês Barracha na retaguarda. Os restantes momentos trazem a comunidade escolar para formular acompanhamentos imagéticos para os quatro concertos que tomam a tarde do Auditório do Solar da Música Nova: o cantautor Mateus Verde, os projectos 2143, Heroin Holiday Big Band e Kilavra (que funde música e poesia) terão o auxílio visual dos alunos da licenciatura de Imagem Animada na Universidade do Algarve. Completam uma agenda com curadoria de Caribe Ibérico, antes de Frankie Chavez, Peixe e Jorge Quintela a 29 de Março, no Cine-Teatro Louletano, para uma performance enquanto Miramar. A Grafonola Voadora e o Napoleão Mira realizam, no mesmo palco, a estreia nacional do disco colaborativo Lugar nenhum. Diariamente, a Companhia de Música Teatral transporta o espectáculo Pianoscópio — que visualiza o piano como instrumento colectivo e escultura sonora — até ao auditório da Escola Secundária de Loulé; no penúltimo dia, integra um workshop. Outra oficina, sobre criação de instrumentos no Palácio Gama Lobo, vem a lume no mesmo dia, por acção de Victor Gama.

pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos