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Texto: ReB Team
Fotografia: Sulyiman
Publicado a: 13/04/2023

O baterista norte-americano passa por Lisboa em Novembro.

Makaya McCraven é o primeiro artista anunciado para o Misty Fest’23

Texto: ReB Team
Fotografia: Sulyiman
Publicado a: 13/04/2023

Makaya McCraven é o primeiro artista anunciado para a próxima edição do Misty Fest. O baterista e produtor norte-americano deverá actuar no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no dia 20 de Novembro. A organização do festival que vai já para a sua 14ª edição fez ainda saber que um segundo artista será oportunamente anunciado para o mesmo espaço na mesma noite. Os bilhetes deverão ser colocados à venda na próxima semana.

O prolífico artista que é um dos mais celebrados nomes do novo jazz americano deverá apresentar material do seu mais recente registo para a International Anthem, editora de Chicago, In These Times, lançado em 2022. Sobre esse álbum, Rui Miguel Abreu escreveu na sua coluna Notas Azuis: “Tendo aproveitado uma encomenda do Symphony Center de Chicago, onde parte do material foi gravado, Makaya concebeu uma elaborada suite em que cruza muitas referências – ecos do jazz mais tradicional, do minimalismo americano, da tradição sinfónica, mas também do hip hop concorrem para uma complexa teia musical que embora se apresente formalmente dividida em 11 faixas distintas se desenrola como uma suite, com um flow natural e profundamente orgânico”.

Este trabalho de Makaya McCraven coroa um período de intensa ebulição criativa de que também se deu nota no já referido artigo: “É lícito escrever que desde Where We Come From (Chicago X London Mixtape), trabalho lançado em 2018, Makaya McCraven tem estado ocupado: Universal Beings; a expansão desse álbum com o lançamento de Universal Beings E&F Sides; a missão de reimaginação da música de Gil Scott-Heron em We’re New Again; e o mergulho no oceano de clássicos da Blue Note que se traduziu em Deciphering The Message são frutos de quatro anos de criação intensa. E a esses títulos haverá ainda que adicionar mais uns quantos que resultam de colaborações ou trabalho de sessão para artistas tão diferentes quanto Kevin Morby, Nubya Garcia, Greg Spero, Ashley Henry, Junius Paul ou a aventura colectiva The Chicago Experiment”. 

Rematava-se ainda, a propósito dessa notável sequência de lançamentos do baterista: “Em todos eles fica exposta uma prática que o distingue de boa parte dos seus contemporâneos: Makaya é, obviamente, um músico que acredita no valor especial da interacção real com outros músicos em cima de um palco e muito do material que podemos escutar nos seus trabalhos surge desses momentos. Mas, como tão bem exposto nos discos em que abordou a obra de Scott-Heron ou os clássicos da Blue Note, o baterista também se assume como um “beat scientist”, um criador equipado com as ferramentas que o hip hop lhe forneceu. Finalmente, e talvez nenhum outro disco demonstre essa capacidade tão bem como o seu novíssimo In These Times, McCraven é igualmente um arranjador de excelência: parte Teo Macero, capaz de extrair de longas jams de diferentes quadraturas elementos para uma mesma peça; parte J Dilla, com um oblíquo entendimento do tempo rítmico; parte Norman Whitfield ou Charles Stepney, na forma como aborda a diáfana matéria sonora que uma secção de cordas pode fornecer”.

Makaya McCraven é o artista chamado à capa da mais recente edição da revista da finlandesa We Jazz, que acaba de chegar às lojas portuguesas. No artigo que aí assina, Ayana Contreras começa por escrever: “Qual é o estado do jazz em 2023? É principalmente um género de legado histórico, como a maioria dos americanos o vê? Ou tem-se simplesmente transformado num movimento underground, um saber partilhado entre devotos? Se se fizer essa pergunta a Makaya McCraven, baterista/compositor multi-facetado baseado em Chicago, ele pode dizer algo completamente diferente. Pondo de lado a semântica em torno do termo jazz – e ele tem sido citado a dizer que a palavra ‘jazz’ é ‘insuficiente, na melhor das hipóteses, para descrever o fenómeno com que estamos a lidar’ -, Makaya é consumido pela missão de empurrar a música para a frente procurando transformá-la num som sintonizado para as pessoas sem por isso perder a sua alma, e o seu último álbum de 2022, In These Times, é a prova derradeira desse seu conceito”.

Para conferir ao vivo, em Lisboa, no CCB, no próximo dia 20 de Novembro, em concerto que será, certamente, um dos destaques da programação do festival que garante levar a melhor música às melhores salas.


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