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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/06/2023

Duas décadas de um álbum que reinventou uma série de referências jazz, transportando-as para o mundo sonoro do hip hop.

Madlib reflecte sobre legado de Shades of Blue em conversa com presidente da Blue Note Records

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/06/2023

Foi há 20 anos que Otis Jackson Jr., mais conhecido como Madlib, lançou o seu marcante álbum Shades of Blue. Para assinalar o aniversário redondo deste disco tão emblemático, a Blue Note Records lendária editora de jazz que serviu de fonte de inspiração directa para este trabalho icónico do produtor reeditou o álbum em vinil

Além disso, Madlib participou numa breve conversa digital com o presidente da editora, o também músico Don Was, sobre o legado e a relevância de Shades of Blue. Note-se que a Blue Note Records já tinha colaborado com artistas de hip hop ao longo dos anos 90, disponibilizando o seu arquivo para que os músicos pudessem recolher samples para criarem as suas próprias obras, mas em 2003 Madlib mergulhou a fundo nos armazéns da etiqueta para construir este disco refinado, baseando-se em música de nomes como Donald Byrd, Ronnie Foster, Bobby Hutcherson, Wayne Shorter ou The Three Sounds, entre outros.



A ideia, como o próprio Otis Jackson Jr. relata no segmento “First Look”, veio do A&R Eli Wolf. “Fui ao local onde vocês têm o arquivo e escolhi coisas com o Eli: uma série delas conhecia, outras nem por isso. Por exemplo, não conhecia o Donald Byrd”, conta Madlib, antes de salientar que a sua ligação ao jazz é, sobretudo, familiar, visto que os pais e os avós tinham grandes colecções de discos e vários parentes eram participantes activos neste universo musical.

Sobre a reedição por parte da Blue Note Records, Madlib descreve-o como “uma honra”. “Tenho quase todos os discos da Blue Note.” Questionado por Don Was sobre o que une o hip hop e o jazz, géneros que ao longo das últimas décadas evoluíram lado a lado, influenciando-se um ao outro, Madlib referiu que são ambas “formas artísticas americanas”, com uma grande componente de “improviso”. “São cruas e, no início, nenhuma delas foi muito valorizada.”

Já Don Was só tem elogios para Shades of Blue. “É um disco marcante que definiu um ponto de encontro entre o hip hop e o jazz para todo um novo nível. Não acho que seja despropositado dizer que Shades of Blue estabeleceu uma fasquia e influenciou tudo o que veio depois neste universo musical. É um dos discos mais adorados e venerados na nossa história de 85 anos.”

A conversa pode ser ouvida na íntegra no YouTube da Blue Note Records. Também vale a pena ler o artigo de Rui Miguel Abreu sobre o trajecto de Madlib e aquilo que o tem diferenciado ao longo da sua carreira, bem como um texto do director do Rimas e Batidas originalmente escrito aquando do lançamento de Shades of Blue.


Pioneiros: Madlib, o reinventor do passado

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