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Texto: Paulo Pena
Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 22/11/2023

O que tem de ser tem muita força.

Lord Apex: “Dá-me cinco anos, garanto-te que na minha linha vou ser o melhor”

Texto: Paulo Pena
Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 22/11/2023

Revelar os contornos preliminares à entrevista propriamente dita não só não vem a propósito, como pode ainda soar deselegante. Mas, contrariando as mais firmes crenças nas regras implícitas ao género, a sucessão de encontros e desencontros com Lord Apex ao longo dos últimos anos justifica, pelo menos para quem deste lado os recorda, a excepção assumida.

A primeira conversa deu-se, à distância, em 2021, na longínqua fase pandémica, ainda com as reuniões Zoom em voga. A apresentação em pessoa podia ter acontecido no ano seguinte, em Amesterdão, já com as fronteiras abertas e as restrições levantadas, e um concerto de Freddie Gibbs na capital neerlandesa para quem o rapper britânico abriu no palco do Melkweg. Uma confusão de horários fez-nos perder essa primeira parte, e a mesma razão impôs-se no caminho de uma segunda entrevista marcada (e remarcada nos últimos meses) já para este ano, precisamente no dia em que o MC londrino tinha agendada a sua estreia em Lisboa.

Quando alguém como Lord Apex nos pergunta se podemos ir ter ao seu hotel uma hora antes do seu concerto e uma hora depois de vermos frustrada uma primeira tentativa de conversa, é ir. Do Musicbox, no Cais do Sodré, casa onde o autor de The Good Fight viria a actuar nessa mesma noite, dia 3 de Novembro, uma semana antes de editar o seu mais recente longa-duração — e oficialmente o seu primeiro álbum de estúdio —, ao Hotel Real Palácio, nas Avenidas Novas, nem o trânsito nos impediu de, já para lá da hora recombinada, travar das meias horas mais recompensadoras desde que começámos a ligar gravadores em bastidores.

Generoso como poucos, AP falou-nos do que se tem passado na sua vida nestes últimos anos em que, a título pessoal, tanto mudou e, ao nível da sua carreira, tanto aconteceu. Desde, também ele, se reencontrar a si próprio até dar a conhecer ao seu público o verdadeiro (ou a versão mais próxima do) homem por detrás do artista, cuja luta se vê agora cumprida. Desde logo, pelo completar de um ciclo em que finalmente se cruza com a figura cujo alter-ego (um dos, na verdade) está na origem do nome artístico do visado, cruzamento esse que resultou numa faixa que dá nome ao disco que editou oito dias depois desta conversa. Porque, afinal de contas, tudo se resume a uma sucessão de encontros.



Não sei se te lembras da primeira vez que falámos, mas foi em 2021, quando lançaste o Smoke Sessions 3.

Foi da última vez que actuei aqui?

Antes disso. Numa altura em que te estavas a mudar de casa da tua mãe para ires viver com a tua namorada.

Wow… Isso foi há tanto tempo! Eu acabei de me mudar desse sítio, isso foi há três anos. Incrível… Apanhaste-me numa boa fase. E acabei de voltar para ela [risos].

E como têm sido estes anos desde aí?

Tem sido bom! Têm sido anos de crescimento, exploração, novos negócios, e estar simplesmente contente com a vida, sabes? Grato por estar aqui a fazer isto, por conhecer as pessoas que conheço, isso significa muito para mim. Por isso, faço questão de estar grato todos os dias. É uma bênção.

O ano passado foi especialmente bom para ti.

O ano passado foi incrível! Este ano vai ser ainda melhor, e o próximo vai ser ainda mais inacreditável…

Gostava de falar sobre dois projectos que lançaste durante o ano passado, e um deles é o Joga Bonito. O futebol é uma paixão antiga tua?

Definitivamente, uma paixão antiga. Costumava acompanhar muito mais quando era mais novo.

Já somos dois.

E acho que a altura em que comecei a fazer música foi quando comecei a perder interesse no futebol.

A descoberta de uma nova paixão.

Yeah, yeah! Uma nova paixão, basicamente. Mas eu costumava ver muito futebol: o meu padrasto era jamaicano e gostava muito de futebol, por isso eu e o meu irmão crescemos a vê-lo ser um adepto fervoroso do Liverpool.

E qual era o teu clube?

Eu apoiava o Manchester United. Mas até por onde vivíamos — nós morávamos ao lado do estádio do Q.P.R. [Queen’s Park Rangers], por isso todo o conjunto de fãs passava pelo meu bairro para chegar ao estádio. E mesmo que já não veja [jogos de futebol], gosto dessa energia.

No ano passado também editaste um álbum [Off The Strength] com o Cookin Soul. Como é que se deu essa ligação?

A primeira vez que me cruzei com o Cookin Soul foi há uns anos no Soundcloud — era um grande fã do Larry June, lembro-me de ele e o Coookin Soul terem lançado a tape [Orange Season] juntos e essa foi a primeira vez que ouvi o Cookin Soul.

Tenho esse vinil.

É um projecto incrível. E ao ouvi-lo pela primeira vez a produzir um projecto inteiro adorei a sonoridade dele e vi-me a fazer qualquer coisa com ele. Por isso é impressionante como, secretamente, ele já estava na minha lista de pessoas com quem queria fazer um projecto. Depois, ele e o meu manager, o Max, eram bastante próximos, já tinham trabalhado juntos antes, e foi uma daquelas coisas que aconteceu naturalmente. Conheci-o, ele veio a minha casa, tivemos uma boa conversa… o que até é raro para mim, fazer isso com produtores, especialmente se forem internacionais — é um bocado difícil de encontrar em pessoa. E até isso deu uma certa energia ao projecto, de conhecer a pessoa e alinharmos o que queríamos fazer. Depois, ele veio outra vez, actuou como meu DJ quando a pandemia acabou…

Em Amesterdão?

Não, em Londres. No Boiler Room. Ele foi o meu DJ, mas nunca me tinha visto actuar. E fizemos o “M.I.M.S.” depois desse concerto. Foi a energia, e eu adoro essa música nos concertos. Eu e ele temos boa energia, adoro aquele tipo, e é um dos produtores mais engraçados que eu já conheci. Tu precisas de produtores que nem sempre tenham uma personalidade muito forte.

Perguntava se tinha sido em Amesterdão porque em Março do ano passado fui lá ver um concerto em que abrias para o Freddie Gibbs, num fim-de-semana em que o Conway The Machine actuava na mesma sala, com o Cookin Soul também a abrir para ele.

Sim, sim, eu lembro-me disso! Estava activo nessa altura.

E, curiosamente, perdi a tua actuação nesse concerto por causa de uma confusão de horários. Por isso esta até vai ser a primeira vez que te vejo tocar ao vivo.

[Risos] Este vai ser especial.

É a tua primeira vez em Lisboa?

Sim, a última vez que aqui estive foi no Porto. É a primeira vez em Lisboa, mas já há algum tempo que queria cá vir.

Tiveste oportunidade de visitar a cidade?

Fomos a uma ou duas lojas, mas não vi a cidade propriamente dita. Hoje vamos ver como é a noite. O meu voo é às 13 horas [do dia seguinte ao concerto], não é demasiado cedo nem é muito longe daqui, por isso vamos ter uma boa noite de certeza. Mas da próxima vez quero vir alguns dias, para conseguir ver a cidade. Também queria ter filmado um vídeo aqui, mas… talvez filmemos alguma coisa mais tarde.

Para o novo álbum?

Sim. Estou numa cidade nova, mais vale tentar fazer alguma coisa mais tarde, se tiver tempo. Mas tem sido fixe, mesmo andar pela cidade e encontrar alguns fãs — vi o hoodie do Elevation aqui. E a beleza da coisa é que, quando vejo um, sei que fui eu que o enviei para essa pessoa. Por isso, vê-lo em diferentes cidades inspira-me.

Sei que também estiveste no Japão recentemente, e até ficaste por lá algum tempo. Como foi essa experiência? É aquilo que dizem ser?

É, mas vezes dez mais. É o sítio mais bonito onde já estive, o sítio mais respeitador onde já estive, o sítio mais estiloso onde já estive e, talvez, o sítio mais engraçado onde já estive.

A sério?

Tudo, bro! Estava no topo da minha lista, e tudo o que eu achava que ia ser foi dez vezes melhor. Eu nem fumei assim tanto lá… [risos] Da primeira vez que eu parei de fumar foi quando fui à China — porque não podes [risos]. Foi para aí em 2018, antes da pandemia, estive lá três dias e não fumei durante três dias. E, depois, uma semana no Japão. Ao fim do terceiro dia “limpo” já me estava a custar, mas depois de uma semana no Japão, tudo era tão fixe…

Estavas high on life.

Yeah! High on life, nem pensava em fumar. Foi um tempo incrível, só a relaxar, fazer compras, conhecer vários designers. Sei que eles têm imensas fábricas naquela parte do mundo, por isso, para mim, estava apenas a tentar estabelecer contactos. Estava em modo negócios.

Da última vez que falámos, disseste qualquer coisa como: “Nós, europeus, nunca perdemos o amor pela cultura hip hop até hoje.” Isso aplica-se também na Ásia?

Sim, bastante. Praticamente igual.

Isso surpreendeu-te?

Sabes que mais? Sim e não. Porque eu já tinha actuado na China. Quando toquei na China, em 2018, apercebi-me do quão recém-descoberto era o hip hop lá nessa altura. Quando fui lá, era para aí um dos primeiros vinte rappers a terem actuado lá. E voltar lá cinco anos depois e ver como a cena cresceu… Passei tempos muitos bons na China — perdi o meu telemóvel lá, por isso se estiverem por Xangai, perto de um museu, alguém tem o meu telemóvel… [risos]



No início deste ano editaste The Elevated And Elusive em exclusivo no Bandcamp e descreveste esse projecto como um conjunto de “canções gravadas ao longo dos últimos cinco anos que poderão responder às vossas questões sobre o meu silêncio e as minhas dúvidas”.

Sim… sinto que desapareci por algum tempo. E durante esse tempo estava a trabalhar em tantos projectos diferentes, mas mesmo antes da pandemia começar tudo tinha mudado — saí de casa da minha mãe, pagar a renda, ir viver com a minha namorada… —, estava a passar por imensas coisas novas. Por isso, quando comecei a trabalhar no The Elevated And Elusive, em 2018… eu tenho uma cena que é: eu faço grandes promessas, especialmente na música. E se eu prometo a alguém que vamos fazer alguma coisa, confia em mim, vamos ter isso feito. E quando estava na fase do SoundCloud não tinha prazos, contratos, nada do que tenho agora.

A pressão.

Sim, mas eu faço música rapidamente. Podes mandar-me cinco beats hoje, sou capaz de te mandar cinco canções daqui a quatro dias. E depois ficamos: “Quando lançamos isto?” Agora imagina eu dizer-te: “Não podemos lançar isto no próximo ano e meio.” Há quem não goste disso. E toda a música que fiz no The Elevated And Elusive soava intemporal. E uma das grandes razões deste projecto foi, além da boa relação pessoal, eu ser um grande fã do Drae Da Skimask. Ele é um dos pioneiros do underground do Reino Unido, e ainda me é mais próximo por ser alguém do Reino Unido que se mudou para Los Angeles. Quem sabe, sabe. E eu queria que as pessoas soubessem o quão versátil e talentoso ele é. Por isso, mesmo que o projecto não seja um sucesso, tudo nele é produzido por ele.

É de culto.

Um clássico de culto. As únicas razões por só estar no Bandcamp são, primeiro, os samples e, segundo, os contratos. Assinámos um novo contrato logo a seguir a ter lançado, por isso, não tivemos tempo. Com os contratos, tens seis meses antes em que não podes lançar música, e seis meses depois em que não podes lançar música, para eles poderem maximizar a promoção das tuas cenas, percebes? E a seguir a esses seis meses foi logo meter esse projecto cá fora. Consegues perceber, só fizemos o vídeo do “STARS IN THEIR EYES”, e é interessante para mim ver que há várias canções ali que as pessoas pedem para ter nas plataformas de streaming.

Essa música é das minhas favoritas de todas as que já fizeste.

Dá-me uns anos, bro… Eu vou pô-lo nas plataformas de streaming, porque é um projecto pelo qual tenho muito carinho. E, lá está, por só estar no Bandcamp, nem eu próprio o oiço assim tantas vezes.

Exacto, para ouvir esse tema tenho de ir ao YouTube.

É isso, e fico muito grato. Mas, quando for a altura certa, vamos pô-lo no streaming. Porque, mais uma vez, pessoalmente, pus muito trabalho nesse projecto. Isso não é um álbum de estúdio, por isso, todas as músicas que tu ouves fui eu que as gravei — todos os efeitos sonoros…

Aquele cof-cof ficou perfeito.

Tudo feito por mim. Estou muito orgulhoso do álbum. Eu até paguei pelos masters! Talvez faça uma edição em vinil antes mesmo de o pôr no streaming. Pintei a capa e tudo… E tenho mais uns quantos assim: eu e o GRIMM Doza temos um projecto chamado GRIMMPEX desde 2018 — temos vindo a trabalhar nisso. Temos umas 25, 30 faixas já. E depois é do género: já passei por tanto desde aí, que tenho de gravar tudo novamente, para trazer uma nova energia. Mas sim, adoro esse projecto. Obrigado por perguntares por isso, raramente me perguntam sobre esse projecto.

E, na verdade, o que te queria perguntar sobre esse disco era se este é o projecto que melhor define onde te encontras nesta fase, artística e pessoalmente.

Yeah, bro… Era isso, era isso. Na altura, estava na minha fase de experimentação “Jimi Hendrix”. Estava a experimentar tudo: nova música, sair de casa da minha mãe — redescobrir-me a mim próprio. Tu não te conheces até viveres sozinho, foi uma coisa que eu aprendi. Passares 24 horas em que todas as decisões te cabem a ti. Por isso tive me conhecer novamente. Isso e, para os fãs mais fiéis, disponibilizar uma mixtape gratuita. Eu venho da era das mixtapes, por isso, não é um problema para mim pôr cá fora uma mixtape com 30 músicas.

Com o Lil Wayne enquanto referência maior disso.

Certo, esse é o primeiro que me vem à cabeça. É daí que eu venho. Então, vou sempre lançar música dessa forma.

E agora este novo álbum, The Good Fight, representa o encarar a vida de uma outra perspectiva? Olhar para o que aí vem e fazer escolhas.

Sim, 100%. Neste projecto, tal como no The Elevated And Elusive, tentei dar-me a conhecer às pessoas tanto quanto consegui. Então, para quem não me conhece realmente, ou pelo menos certas características minhas e emoções que tenho tido, este é o que explica da melhor forma possível todo esse espectro. Por isso, há energia ignorante, há coisas sentidas, há um reencontro com Deus, há pragmatismo… E desafiar-me a fazer uma canção sem rappar, só cantar. E eu adoro cantar. Dá-me cinco anos, garanto-te que na minha linha vou ser o melhor. Foi sempre a minha arma secreta. A minha maior canção até hoje — e eu não quero saber dos números, mas em termos de números — é a “Spliff in the Morning”. E foi a primeira vez que eu tentei cantar. A primeira vez! “Sunny Daze” foi a segunda. Percebes? Por isso, quando me sentir mais confortável a cantar numa canção inteira, fixe. Neste momento consigo cantar num refrão, mas fazer uma canção inteira ainda é um bocado difícil para mim.

Naturalmente, saem-te versos.

Sim! Naturalmente, eu quero uma barra. No início, comecei a escrever 16 barras, e depois comecei a escrever músicas de três minutos porque não sabia escrever refrões. Agora, já consigo escrever refrões, fazer bridges

Sentes-te mais descontraído a fazer música?

Yeah… Se for para fazer rap, tudo bem. Dou-te três minutos de barras, sem problema. Mas agora quero fazer canções. Sinto que sou um artista, não apenas um rapper.

E ter um beat do Madlib neste álbum é ganhar a “good fight“, suponho.

Nós ganhámos antes de o álbum sair. Eu baptizei-me “Lord” por causa do “Lord Quas” [proveniente de Quasimoto, alter-ego de Madlib], e depois tive o Lord Quas no meu primeiro álbum… E demos o mesmo título da faixa, simplesmente para mostrar às pessoas que podem fazê-lo. “Sim, podes tê-lo no teu primeiro álbum.” Isso pode mesmo acontecer — aconteceu realmente comigo. E se vires os comentários da música, há lá amigos meus a dizerem: “Bro, nós previmos isto”. A profecia cumpriu-se. Eu dizia-lhes: “Um dia vou chegar ao Madlib”. Mas, como eu era na altura, trabalhava numa fé cega.

Se acreditasses, viria a acontecer.

Ao ponto de me acharem maluco [risos]. E agora acontecer, ainda nem ultrapassei. Ainda estou a processar.

Cuidado com o que desejas…

Cuidado com o que desejas! Eu desejei umas cenas maradas… [risos] Timbaland, Pharrell [Williams], onde andam? [Risos]

DJ Premier?

Eu adoro o Premier. Ele é, provavelmente, um dos primeiros produtores cujos beats usei para rimar. O primeiro de todos foi o Alchemist, e depois o Premier. Lembro-me de fazer um freestyle com o beat do “Mathematics” do Mos Def. Esse beat

Engraçado que, da primeira vez que falámos, já mencionavas esses dois como as tuas maiores referências a nível de produção.

Yeah! Não consegues ter melhor que isso. Sinto que quando falas no Premier é como dizeres “hip hop”.

Até o próprio Alchemist diz isso.

Sim, e por muito que goste do Alchemist, ele é o mesmo tipo que olha para cima em relação ao Preemo. Mas o Alchemist entra em cena quando era um miúdo. Ele era um miúdo a fazer rap nos anos noventa com quem assinaram. E depois foi em digressão com os Cypress Hill, como o gajo do [vídeo] VHS. E depois aprendeu a produzir com o DJ Muggs, e depois, e depois… até se tornar um dos melhores de todos os tempos. É a história mais bonita do hip hop. Ele foi o bebé do hip hop, no melhor dos sentidos. E eu também me vejo assim: não apareci tão cedo, mas o meu sonho era aparecer o mais cedo possível, porque, quanto tinha 15 anos, a minha ideia era que quanto mais cedo começasse, menos teria de me preocupar mais tarde. E agora estar no mesmo espaço que eles, é uma perspectiva completamente diferente. Muito disso veio dos meus próprios pais, em casa: eles ouviam Wu-Tang Clan, ouviam Mos Def — a minha mãe dir-te-ia que o artista favorito dela é o Mos Def. Tenho várias tias, todas elas adoram a Missy Elliott… Naturalmente, crescer a ouvir estes sons, quando vou para a escola é isso que oiço. Se te mostrar o meu Blackberry, estou a ouvir mixtapes do Soulja Boy [risos].


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