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Publicado a: 29/12/2017

A lista do ano de Mike El Nite

Publicado a: 29/12/2017

[FOTO] Nash Does Work 

Mike El Nite, rapper e produtor, lançou o álbum de estreia em 2016 e, para contentamento geral, alargou a teia sónica e lírica do rap nacional trazendo versos com acidez sobre instrumentais carregados de graves gordos. Pelo meio, Mike não teve medo de samplar os Santamaria e torná-los suportáveis, um autêntico milagre que compensou o risco…

Em 2017, o artista português não editou qualquer projecto a solo, mas isso não significa que tenha estado parado: colaborou com NERVE, Cat Boto e Kroniko, lançou o vídeo para “Oliude” e andou na estrada com Da Chick, tendo também dado concertos em nome próprio – pertenceu-lhe uma das actuações mais memoráveis do Festival Iminente 2017, em Oeiras.

Sempre atento às novidades mais frescas, Miguel Caixeiro fez uma revisão à matéria musical deste ano e seleccionou os artistas que na sua opinião mais se destacaram.

 


[MELHOR ARTISTA NACIONAL] YUZI

A sua chegada foi surpreendente e polémica. Fez-me lembrar 2013, quando eu e o ProfJam estávamos entre “a lufada de ar fresco que faltava” e o “este pessoal está a destruir o hip hop”. Existem certamente rappers mais dotados liricamente e mais profundos na escrita, mas o YUZI representa o futuro ou, pelo menos, o presente, e é notável ver um artista tão inexperiente a fazer tanta mossa por onde passa. No primeiro ano de carreira, já é um marco no hip hop nacional por ser o primeiro rapper português a cantar em inglês e a ter sucesso. 2017 é o ano do Soundcloud trap, e, em Portugal, “essa merda é dele”.

 


[MELHOR DISCO NACIONAL] The Art of Slowing Down de Slow j 

Já é reconhecido por este país fora que Slow J tem um talento fora do normal. Há um ano era apenas uma verdade de nicho, mas, com este disco, estabeleceu-se no sítio onde tem de estar: à vista de todos porque o seu trabalho é para todos. Faz temas como gente grande, produz, escreve e canta bem. Fez um álbum muito bom, equilibrando espaço para mosh pits com canções de isqueiro no ar. Está de parabéns e 2017 também é dele, sem dúvida.

 


“Diz” é a nova faixa de NERVE

[MELHOR FAIXA NACIONAL] “Diz” de NERVE

Bem, esta é daquelas que eriça os pêlos, coisa que no rap nacional não me acontecia desde a frase “se eu soubesse tinha ido com a Sofia”. NERVE prova mais uma vez que no que toca a escrever com o coração e a alma, ou com o buraco que lá está na ausência de ambos, ninguém o apanha. É pena ele ter retirado o tema de circulação, mas, com todo o respeito pela sua decisão, é impossível não falar nele. Não fosse este desabafo arrebatador, a minha escolha seria “Não Vales Nada” do Plutonio.

 


[MELHOR PRODUTOR NACIONAL] Moullinex

Já ouviram o Hypersex? Este ano, o Luís saiu da casca (e da caixa) para fazer um trabalho mais rico e mais ousado que os anteriores – para o dancefloor e para a alma – , abrindo o espectro daquilo que se faz em Portugal. Lhast continuou a estragar-nos com mimos, e tenho que mencionar os designers do sauce mais fresco: rkeat, benji price, Osémio Boémio e Ice Burz.

 


[MELHOR ARTISTA INTERNACIONAL] Tyler The Creator

Uma colecção de roupa, um álbum incrível, uma série de animação, e um Tiny Desk Concert de nos fazer derreter. É cada vez mais óbvio que estamos perante o Kanye ou o Pharrell desta geração. Para mim, ele é o artista do ano todos os anos. Inspirado e inspirador, ele representa o que qualquer artista gostaria de ser. S/o para os Brockhampton, se o Flower Boy não tivesse saído, eram vocês.

 


[MELHOR DISCO INTERNACIONAL] Drunk de Thundercat

Flower bo… ok, não posso só falar do Tyler. O Thundercat fez esta maravilha do jazz/soul contemporâneo, um dos que mais rodou nos meus ouvidos. Este disco tem uma particularidade que eu adoro, para além de ser excelente a nível musical, a forma como as letras estão escritas é genial, abordando problemáticas gritantes da nossa geração com um à-vontade e uma despreocupação que andam entre o cómico e o profundamente sentimental. Rappers, ponham-se a pau com o baixista.

 


[MELHOR FAIXA INTERNACIONAL] “LOYALTY.” de Kendrick Lamar ft. Rihanna

“See you aga… bolas, outra vez! Agora a sério, várias faixas deste disco poderiam estar aqui, e DAMN. só não é o do ano para mim porque não é o TPAB. Que bem soa o sample do Bruno Mars misturado com K-Dot a mostrar que também sabe ser Drake, e a bad girl RiRi a cantar coisas escritas pelo King Kunta. DAMN, son.

 


[MELHOR PRODUTOR INTERNACIONAL] Tyler The Creator

Vai ter mesmo que ser. O Flower Boy consegue ir a muitos sítios diferentes e manter-se coeso, sem sair de um imaginário que já associamos ao Tyler, mas que está a transbordar para outros projectos emergentes como os Brockhampton ou Rex Orange County. Um influenciador que, quando inspira, gera algo novo e não a repetição do mesmo processo. Ronny J, Metro Boomin, Mike Will Made-It ou Calvin Harris também marcaram o ano.

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