A pirâmide da música pop portuguesa sofreu algumas alterações nos últimos anos e deixou de pertencer a uma facção com pendor rock (que continua a ter representantes como os Capitão Fausto, por exemplo), fragmentando-se enquanto absorvia outras linguagens — e o rap, na sua forma mais moderna, é a “fórmula” mais dissecada e explorada pelo género musical que acaba por ser um aglutinador de todos os outros.
A estabelecer-se com um novo nome, e assumindo um lado estético mais electrónico e a picar o r&b mais soturno (mas dançável), temos António Graça, que actualmente assina como LEFT., deixando para trás, ou para o lado, a folk de Antony Left. Na entrevista que deu em Março a Pedro João Santos, o músico de 24 anos apontava Mike El Nite, ProfJam e Slow J como “artistas a quebrar barreiras”, desvendando, sem querer, um pouco daquilo que anda no seu radar.
“Indigo”, o primeiro single do seu próximo EP, Perspective, e “ways“, tema de choro em que contribui com letra e voz, são cartões de visita da nova identidade do artista que diz querer afirmar-se “mais como produtor” e “colaborar mais com malta do hip hop”. Apresentações feitas, chame-se MCs e cantores: as indicações são mais do que positivas.
Na próxima sexta-feira, dia 28 de Junho, às 20h15, António apresenta-se em directo para a Internet a partir do Estúdio Time Out, em Lisboa, para o festival Samsung Galaxy Live.