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Foi uma das surpresas do início deste ano. Laurent Garnier, reputado produtor e DJ francês, assinou a sua própria entrada para a série fabric presents e decidiu incluir “Tília”, um tema do mais recente disco dos Bardino, no seu alinhamento.
“Tília” nasce de uma colaboração com AZAR AZAR e é a faixa que serve de arranque para Memória da Pedra Mãe, o segundo álbum dos Bardino, editado em Fevereiro de 2024 pela Jazzego. Contactada pelo Rimas e Batidas, a banda que tem estado na linha da frente do pelotão que tem renovado som do jazz nacional explica como tudo se deu:
“O disco chegou ao Laurent Garnier por via da agência de PR internacional com quem trabalhámos para este disco. Durante a campanha fomos tendo acesso ao feedback que alguns DJs/radialistas/jornalistas vão deixando sobre o disco, um dos muitos nomes que apareceu foi o dele, com um feedback muito positivo, que nos chamou logo a atenção porque é um nome absolutamente incontornável. Passados uns meses, não sei precisar quantos, recebemos email da Fabric Records a informar que a ‘Tília’ tinha sido escolhida pelo Garnier para a compilação fabric presents, com toda a documentação necessária para autorizarmos. Ficámos tanto radiantes como surpreendidos. Quando lançamos um disco há sempre um conjunto de sítios para onde apontamos, este nem sequer estava no nosso radar. É um absoluto privilégio.”
A música portuguesa está de muito boa saúde e é por isso que se tem tornado frequente vermos os artistas da nossa praça a pisar outros “palcos” — publicações como o The Guardian e o Bandcamp Daily têm dado atenção a alguns dos fenómenos, e grandes montras internacionais como o A COLORS SHOW ou o Tiny Desk Concert também acompanham de perto o que vai fervilhando por cá. O jazz não fica de fora da equação e este placement conquistado pelos Bardino é prova dessa mesma capacidade de chegar a outras paragens. Ainda em declarações prestadas à nossa revista digital, o grupo fala da felicidade que advém de uma notícia como esta:
“Representa acima de tudo muita satisfação pelo reconhecimento e pela oportunidade de chegar a novos públicos. A surpresa que mencionei vem de não considerarmos à partida que este seria um lugar onde encaixaríamos, e isso significa que seremos ouvidos por pessoas novas, que é um dos últimos objetivos disto tudo. Este estranho sentimento de pertença, de nos encaixarmos em várias caixas mas não exatamente numa em particular, traz as suas dificuldades, mas também as suas virtudes. Este tema é muito especial, e ficamos muito contentes que tenha sido o tema escolhido. É o tema de abertura do Memória da Pedra Mãe, que dá mote à narrativa de todo o disco, que volta a fechar com os mesmo samples. Tem sido um dos temas mais bem recebidos, esteve inclusive já na Fresh Finds Jazz, uma playlist editorial do Spotify. Uma das memórias mais fortes da sessão de gravação deste disco é deste tema: o Sérgio fecha o tema com um outro a solo no piano, que não estava previsto. O que se ouve no disco foi o primeiro take dessa secção de piano, o que não se ouve é um aplauso na sala e na régie que o sucedeu.”
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