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Texto: ReB Team
Fotografia: Lawrence Agyei
Publicado a: 09/06/2021

Braga a ferver até Novembro.

keiyaA, Jaimie Branch e Sara Serpa na programação do gnration para a segunda metade de 2021

Texto: ReB Team
Fotografia: Lawrence Agyei
Publicado a: 09/06/2021

Há grandes novidades para o Verão e o Outono do gnration: o hub criativo bracarense anunciou esta quarta-feira o alinhamento dos próximos meses e a primeira conclusão é que por lá vão passar algumas das cabeças musicais mais vanguardistas da actualidade.

E começamos pelo final: na tarde de 28 de Novembro, keiyaA tem estreia marcada em território nacional e traz consigo o seu badalado disco de estreia — podem também conhecê-la de participações em discos de Medhane, Armand Hammer ou MIKE. Num artigo publicado no Rimas e Batidas em Fevereiro passado, Pedro João Santos explicava-nos porque é que esta artista americana era uma das mulheres que já apontavam ao futuro em 2020:

“O que separa uma inquilina à beira do despejo de uma autora aclamada de soul? Talvez a oportunidade de ser ouvida. KeiyaA ascendeu com Forever, Ya Girl, álbum que a Pitchfork condecorou no seu lançamento. Não se tratou de uma explosão com o volume de SZA ou Ari Lennox, talvez por ser uma criadora mais fugidia — alimenta a sua tapeçaria sónica com samples, modulações subtis mas titilantes, um espírito de vanguarda.

Nunca é encaixotável: o que se anuncia como r&b amniótico rapidamente se incendeia: sons oblíquos, mas ritmados com atitude, como na brevíssima ‘Way Eye’, a maior aproximação a um êxito. Vai beber a Erykah Badu na era Worldwide Underground e da honesta voracidade de Janet Jackson em The Velvet Rope; brinda-nos com uma cascata de hooks, que promanam tanto de frequências vaporwave como de melodias cerradas.”

Em duas outras peças que dedicámos aos trabalhos do talento no feminino, o nome de Sara Serpa aparece em grande plano. No dia 3 de Julho, a cantora e compositora portuguesa apresenta Recognition: Music For a Silent Film, filme-concerto que se insere na “sétima edição de De que falamos quando falamos de racismo, ciclo de conversas e cinema que coloca em debate o racismo e a discriminação racial”. De seguida, as palavras de João Morado sobre aquilo que a destacou no ano passado:

“Em 2020, o trabalho da portuguesa Sara Serpa excedeu todas as expectativas. Se já a tínhamos em elevada estima no papel de cantora e compositora, Recognition revelou uma amplitude e profundidade artística que transcendeu uma génese puramente musical. Através de um trabalho multidisciplinar com fulcro na memória colonial portuguesa em Angola, Sara Serpa não só compôs um álbum (editado pela Biophilia Records) — no qual participaram Zeena Parkins (harpa), Mark Turner (saxofone) e David Virelles (piano) –, mas também produziu um documentário em colaboração com o cineasta Bruno Soares que contou com textos de Amílcar Cabral e narração de Aline Frazão. Recognition é, assim, um trabalho que se espraia pelo domínio musical, histórico, ensaístico e filosófico, com um elevado sentido estético e um profundo impacto social, que serve como ponto de partida para uma reflexão profunda acerca da historicidade do colonialismo português. O alcance e dimensão de Recognition conferem-lhe um potencial transformador singular, que o colocam num patamar de excelência de criação artística.”

Para fechar o trio que se impõe no anúncio, há outro nome que também se inclui na lista “desenhada” por Morado quando escreveu sobre as “20 mulheres que causaram ondas no jazz em 2020”: Jaimie Branch, trompetista americana, toca em Braga no dia 8 de Julho numa actuação (a primeira em Portugal) incluída no ciclo Julho é de Jazz.

“Outra cara muito associada à International Anthem – editora pela qual tem editado a sua série Fly or Die – a trompetista e compositora Jaimie Branch destaca-se, este ano, pelo Zurich Concert (Intakt Records), trabalho que a junta ao Dave Gisler Trio, um excelente disco para amantes de rock e de um jazz mais de fusão. Para além deste álbum, a música participou também no Dimensional Stardust (International Anthem) de Rob Mazurek / Exploding Start Ochestra, e no The Weather Up There do baterista Jeremy Cunningham, todos eles trabalhos importantes na história de 2020.”

Luís Vicente, Ricardo Toscano, Mary Halvorson e Gala Drop são outros destaques da programação Julho-Setembro do gnration.


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