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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/07/2020

O isolamento sabe melhor a dois.

John Miller: “Acho que nesta fase difícil todos aprendemos a valorizar mais o amor”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/07/2020

Our Love Story foi ontem editado pela RAIA Records e é o novo projecto instrumental de John Miller.

Habituou-nos a discos conceptuais desde que, em 2011, surgiu no catálogo da No Karma. Desta vez, a narrativa que guia o seu último trabalho é ainda mais pessoal do que as anteriores: a música de Our Love Story é o testemunho de um romance contado na primeira pessoa através de drum breaks, samples e teclados poeirentos e celebra aquele que é o sentimento mais importante para nos ajudar a ultrapassar este conturbado momento de isolamento social. Além da composição dos temas, cuja masterização ficou ao cargo de Mário Gomes, John Miller assinou também a capa do sucessor de Stay At Home, editado em Março na sua estreia pela RAIA.

Em conversa com o Rimas e Batidas, João Monteiro falou sobre a concepção de Our Love Story e antecipou alguns dos seus próximos passos no capítulo editorial, entre eles um EP colaborativo com RealPunch.



Tens-nos prendado ao longo dos anos com vários projectos conceptuais e este Our Love Story não foge a essa regra. O que te levou a abordar um capítulo tão pessoal neste novo lançamento?

Sempre gostei de criar um conceito em volta de todos os meus projectos. Principalmente de ter uma linha condutora e coesão em tudo que apresento ao público. Era uma ideia que já vinha sendo projectada mas ainda não tinha sido materializada. Foi no início desta pandemia que produzi esta história de amor. Estamos todos a viver uma fase difícil, algo que ninguém estava a contar, e fomos afectados em todos os sentidos. Fez-nos pensar no que realmente importa, no que nos move e no que nos sustenta. Acho que todos aprendemos a valorizar mais o amor.

Falar de amor é algo comum a quase todos os artistas em determinado ponto da carreira. Num produtor isso nem sempre se verifica, até mesmo pela ausência da voz para narrar a música. De que forma sentes que os beats traçam essa tua história?

Começou tudo com a selecção dos samples e as fontes onde fui fazer o diggin‘, encontrar os ambientes certos e as melodias que me fizessem viajar no tempo e espaço até ir de encontro a momentos e vivências. O ponto de partida foi esse, depois o mais difícil foi conseguir encontrar uma narrativa em que a música, quase sozinha, nos conseguisse levar aos sítios, aos sentimentos e aos ambientes. Precisava de sentir que a música me levava onde queria e que me fazia viver cada passo do que relato.

Além da inspiração óbvia, tentaste incluir a tua cara-metade no lado criativo do EP? Mostraste-lhe o desenvolver das faixas ou pediste opiniões sobre elas, por exemplo?

Foi clara a inspiração e todas as faixas têm isso bem presente. Mas só quando tudo ficou pronto é que ela o ouviu e soube o que realmente andava a produzir. E, claro, ouvi a opinião dela. Na capa já tive a ajuda dela e foi bastante importante para chegar ao resultado final.

Arrancaste a parceria com a RAIA a todo o gás e já levas dois trabalhos editados em poucos meses de afiliação. Como está a correr a experiência e que outros planos tens na agenda para o que ainda resta de 2020?

É sempre uma honra estar a editar o meu trabalho por uma label com malta tão talentosa. Tem sido uma experiência bastante positiva. O feedback da última tape foi bastante positivo e tenho estado bastante activo e produtivo. Tenho algumas ideias e bastantes beats no arquivo. Já tenho mais duas séries de beats praticamente fechadas, também elas com temas que ainda não abordei, mantendo a linguagem que tenho apresentado. E estou também a trabalhar com o RealPunch: já temos o primeiro EP a ser fechado e irá ver a luz do dia em breve.


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