O Spotify revelou esta terça-feira um novo estudo sobre os hábitos de consumo dos utilizadores portugueses e concluiu que a demanda pelo rap aumentou em 150% nos últimos três anos.
Os resultados foram apurados através de uma radiografia ao período compreendido entre Janeiro e Agosto deste ano, amostra seguidamente comparada com os dados que tinham sido apurados em 2018 durante o mesmo intervalo de tempo. Com esta subida por parte de um género tão prolífico e que se ramificou em tantas vertentes ao longo de quase cinco décadas de vida, cinco das suas categorizações encontram-se neste momento entre as 10 vertentes musicais mais escutadas no nosso país por intermédio da plataforma sueca. São elas o pop-rap, o rap, o trap, o hip hop e o hip hop tuga, com a ascensão deste último a ser analisada ao pormenor no decorrer do relatório.
A janela cronológica da escalada casa com a introdução de um elemento que pode ter sido decisivo: a Rap Tuga estreou em 2018 e é hoje a segunda playlist portuguesa mais escutada e com maior taxa de engajamento, apenas atrás da Hot Hits Portugal. A sua crescente popularidade levou os curadores do Spotify a olhar pelo retrovisor num Rap Tuga Hits Rewind, antes de partirem à descoberta nas mais recentes Seda, Ganda Cena e Rap Tuga: O Melhor de 2020, estando prevista uma nova edição do anuário para os próximos meses.
Neste balanço há três artistas em claro pico de forma. O documento dá nota do “crescimento impressionante” de Julinho KSD ao nível da procura, no “recorde de álbum português mais ouvido no Spotify no período de uma semana” que, graças a Ngana Zambi, agora pertence aos Wet Bed Gang e ainda de um recente destaque colhido por Nenny, “eleita a artista do mês de maio pelo programa EQUAL” e um das várias mulheres portuguesas que tomaram conta de um imponente billboard em Times Square, Nova Iorque.
“Perseus” (Wet Bed Gang), “Lisabonna” (Plutónio), “3,14” (Gson com Sam The Kid e Slow J), “Stunka” (Julinho KSD), “Imagina” (FRANKYONTHEGUITAR com Ivandro e Slow J) e “Tequila” (Nenny) surgem entre os temas nacionais com mais rotações diárias entre Março e Agosto de 2021, numa altura em que a presença do rap tuga ganha mais representação em países como França, Suíça, Reino Unido, Brasil e Luxemburgo. A dar mais ouvidos ao hip hop feito em Portugal encontram-se os utilizadores de idades entre 18-24 e 25-34 anos, que correspondem a cerca de 50% e 40% do público total afecto ao género.