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Fotografia: Diana Matias
Publicado a: 11/12/2024

EUDAEMONIA chega aos palcos.

Humana Taranja: “Este disco é sobre perceberes que, no meio de todo o caos, ainda há espaço para sair dele”

Fotografia: Diana Matias
Publicado a: 11/12/2024

O segundo álbum dos Humana Taranja, banda do Barreiro cujas canções nascem sobretudo a partir das composições do vocalista e guitarrista Guilherme Firmino, vai ser apresentado no Maus Hábitos, no Porto, esta sexta-feira, 13 de Dezembro; e no Titanic Sur Mer, em Lisboa, a 21 de Dezembro.

Para antecipar as datas de apresentação de EUDAEMONIA, o Rimas e Batidas colocou algumas perguntas ao grupo que também é composto por David Yala (guitarra), Filipa da Silva Pina (teclado e voz), Marta Inverno (baixo e coros) e Afonso Ferreira (bateria).



O segundo disco de qualquer projecto artístico é muitas vezes considerado um desafio, tendo em conta que já existe um termo de comparação, uma história iniciada, e é necessário dar um segundo passo. Como é que partiram para este novo álbum? Quais eram as intenções que serviram de ponto de partida?

O EUDAEMONIA já estava a ser composto quando lançámos o Zafira. Desde a Primavera de 2023 que tocamos ao vivo a “Deixa Arder” e a “Casa”. Provavelmente devido a isso, não sentimos que questões de comparação e continuidade fossem uma preocupação, não pensámos muito nisso. No início da composição deste segundo disco não havia grandes intenções, foi-se apenas fazendo e escrevendo aquilo que acontecia naquela época. O início desse processo coincidiu com a altura em que o Guilherme começou a fazer psicoterapia, então este disco anda em paralelo com essa fase da vida dele, é daí que surge a temática.

Olhando em retrospectiva, o que é que sentem que o distingue do primeiro? O processo criativo foi diferente? Sentem que a vossa evolução como músicos e pessoas se sente particularmente neste segundo trabalho?

Para nós, este disco é mais maduro, em parte, pelos temas que trata, em comparação com o primeiro. Este trabalho também teve como base canções do Guilherme, mas com um contributo criativo do resto da banda bastante maior. Depois do lançamento do Zafira, começámos a tocar com mais regularidade, e isso fez com que cada um de nós aprimorasse não só o modo como tocamos, mas também a sinergia das apresentações ao vivo. Sentimo-nos mais confortáveis e confiantes.

Pegando no processo criativo, mantiveram o método de terem canções inicialmente idealizadas pelo Guilherme e depois trabalhadas por todos em estúdio? Foram as experiências da passagem da sua adolescência para a idade adulta que inspiraram estas canções?

Estas novas músicas ainda surgiram como canções do Guilherme, mas houve muito mais contribuição instrumental do resto da banda. Houve também, pela primeira vez, um processo de pré-produção, em que cada membro pôde explorar a sua componente sonora de maneira mais livre, e também com o grande objectivo de irmos muito mais preparados para o momento de gravação. Neste álbum, o mundo torna-se mais complexo, expande-se além dos típicos desamores da adolescência e entra em territórios mais desafiadores psicologicamente. Este disco é o resultado de vários momentos na vida, entre eles a morte, os traumas, o que nos é realmente valioso e o que, de facto, importa.

Porquê EUDAEMONIA para título do álbum?

Quando pesquisamos a palavra na Internet aparece mais ou menos isto: “…conceito de felicidade ou estado de plenitude do ser. No entanto, essas traduções têm sido criticadas como imprecisas.” “Eudaemonia” é um termo um pouco ambíguo. Este disco é sobre perceberes que, no meio de todo o caos, ainda há espaço para sair dele, por mais pequeno que seja. Foi o entender de certas tendências que nos isolam e a consciência de que devemos combatê-las activamente. E, às vezes, tudo o que precisamos de fazer para as combater é não o fazermos sozinhos.

No Zafira não havia colaborações. Porque quiseram envolver agora outras pessoas no vosso disco e processo artístico?

Quisemos envolver outras pessoas porque o processo consegue também tornar-se muito mais interessante quando há espaço para trabalhar em conjunto com artistas que têm linguagens criativas diferentes da nossa. Sabíamos que naqueles temas em específico ainda faltava alguma coisa, e que podiam tornar-se mais expressivos se fossem em colaboração com outros artistas.

Já agora, como é que escolheram o polivalente, Alex D’Alva Teixeira e EVAYA para as colaborações e, em particular, para aquelas faixas? Conseguem explicar a história de cada colaboração?

Estas colaborações aconteceram naturalmente, em parte, por já haver uma amizade prévia. A escolha dos artistas não foi difícil. Sabíamos o tipo de pujança vocal que queríamos na “Deixa Arder”. A energia que queríamos dar à música corresponde à energia que vemos no Alex, especialmente quando toca em ALGUMACENA. Sabíamos a delicadeza e contraste que faltava na “Casa”. Durante a gravação de vozes, feita pela EVAYA e pelo polivalente, apercebemo-nos de que faria todo o sentido ela entrar nesta música. Sabíamos que a “Longe” estava à espera de mais fulgor, porque queríamos incorporar neste tema uma sonoridade meio industrial e de drum machines, e o polivalente era a pessoa indicada para tal.

O que é que podemos esperar dos concertos no Maus Hábitos e, depois, no Titanic Sur Mer?

É a primeira vez que tocamos no Maus Hábitos. Fervor e energia garantidos, e talvez uns convidados especiais. No Titanic, teremos o último concerto deste ano, então é uma preparação para os concertos de 2025, que vamos anunciar em Janeiro.


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